Educação
Acadêmicos de Enfermagem e Medicina acompanham rotina e conhecem história e cultura do povo Apinajé

A visita técnica à Aldeia Botica foi parte das disciplinas que estudam a cultura indígena e quilombola, ministradas pelo professor Alírio Mareco.
Mais de 100 quilômetros separam o Câmpus Augustinópolis da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) da Aldeia Botica, em Maurilândia/TO, onde vive parte do povo Apinajé, uma das nove etnias indígenas que vivem no Estado do Tocantins. A quilometragem foi superada neste domingo, 28, quando cerca de 80 acadêmicos de Enfermagem e Medicina desembarcaram na comunidade indígena.
A visita técnica foi parte das disciplinas que estudam a cultura indígena e quilombola, ministradas pelo professor Alírio Mareco. Os visitantes foram recebidos pelo cacique João Ribeiro Apinajé e participaram de uma celebração à educação e ao conhecimento em virtude da presença dos estudantes e o ingresso do primeiro Apinajé no curso de Medicina, o acadêmico do 1º período Lucas Apinajé, anfitrião do dia.
Dançando de mãos dadas com os indígenas, os convidados entraram na estrutura de barro e palha, onde a comunidade se reúne. As boas-vindas foram dadas pelo cacique, também conhecido como João da Doca, que também fez um breve discurso sobre a importância da educação, sobretudo para os povos indígenas, que têm a oportunidade de adquirir conhecimento e retornar para cuidar de seus semelhantes.
“Incentivamos que nossas crianças estudem, que assim como o Lucas, elas possam adquirir conhecimento e continuar cuidando da nossa comunidade”, disse em um trecho. Logo após discursar em Português, o cacique repetiu as orientações para as crianças em Apinajé, uma vez que é a primeira língua que elas aprendem e a que têm maior domínio.
Durante o encontro, os acadêmicos ouviram parte da história do povo Apinajé, incluindo a experiência da comunidade durante a pandemia da Covid-19, e as dificuldades enfrentadas em relação aos atendimentos de saúde no dia a dia. A cultura, a rotina, as crenças, as plantas medicinais também foram abordadas durante a conversa. Os acadêmicos tiveram acesso aos anciãos da aldeia, assim como ao cacique e ao pajé.
Experiência
“Essa foi uma experiência incrível. Tivemos a oportunidade de conhecer sobre a cultura do povo Apinajé, o que é muito enriquecedor. Essa visita vai contar muito para mim porque despertou um conhecimento a mais e o interesse pela parte das pesquisas, pois queremos fazer e desenvolver projetos aqui dentro da comunidade”, comentou a acadêmica de Enfermagem Aline Oliveira.
Os estudantes também presenciaram uma corrida de flechas. Na disputa, duplas de crianças se alocavam a certa distância uma das outras, formando um círculo. Ao sinal do pajé, a primeira dupla recebeu duas flechas, uma para cada criança, e correram até a dupla seguinte, que davam seguimento à disputa. A convite do cacique, o professor Alírio e sete acadêmicos também entraram no revezamento e puderam participar de uma atividade cultural indígena.
“Foi muito legal. E eu percebi que as crianças indígenas têm muito mais resistência que nós. Perguntei se eles tinham ficado cansados e eles disseram que não sentiram nada. Eu corri descalço e até agora meu pé está doendo, mas valeu a pena”, contou sorrindo o acadêmico Antony Ferraz, do 1º período de Medicina.
Além do primeiro momento de interação, após o almoço, que também ocorreu na comunidade, os estudantes acompanharam a preparação de uma refeição com carne de caça, que também estava sendo preparada para os visitantes.
“Essa vivência dos acadêmicos é muito importante, porque eles saem da teoria para a prática e podem desmistificar muitas ideias que são ensinadas e colocadas no dia a dia, que não são a verdadeira vivência das comunidades indígenas e dos povos quilombolas”, explicou o professor Alírio Mareco, responsável pela visita.
Os acadêmicos conheceram, ainda, o ribeirão que fica no território da comunidade e acompanharam mais um pouco do dia a dia, principalmente das crianças, que se divertem no lugar. De lembrança, cada um dos estudantes levou uma pintura corporal indígena no corpo.
“A comunidade ficou muito feliz com essa experiência de receber estudantes de Enfermagem e Medicina, principalmente porque aconteceu em conjunto com o Lucas Apinajé, o primeiro da nossa etnia a ingressar nesse curso. A gente espera que dentro de alguns anos seja uma realidade para nossas crianças ocupar esses espaços assim como ele”, agradeceu Sheila Apinajé que falou em nome da comunidade.
A coordenadora de Enfermagem/Câmpus Augustinópolis, Hanari Tavares, lembrou que essa visita técnica abre outras perspectivas para os acadêmicos. “Eles estão sendo preparados para atuar no mercado de trabalho em qualquer uma das áreas que quiserem, dessa forma, vivenciar a cultura dos povos tradicionais, ouvir os relatos, ver como as comunidades se organizam é totalmente diferente de ouvir falar ou de ler nos livros. Acredito que essa visita foi um divisor de águas para eles”, comentou.
Essa foi a primeira vez que acadêmicos da Unitins estiveram na Aldeia Botica. Para o coordenador do curso de Medicina, Victor Giovannino, “foi uma experiência cultural muito impactante para os acadêmicos do curso de Medicina enfrentarem e vivenciarem a realidade do Brasil. O Brasil é um dos países mais extensos do mundo, com uma diversidade cultural e uma realidade médica completamente diferentes. Isso permitiu que eles entendessem que a medicina não é uma só, não se concentra apenas no paciente, mas também requer conhecimento cultural. Não se trata apenas de dominar a língua, não se resume ao português, nem é limitada a aspectos específicos. Desde um simples resfriado até a Covid-19, existem diferenças culturais e fronteiras a serem consideradas e atravessadas”, opinou.
A diretora do Câmpus Augustinópolis, Gisele Padilha, ressaltou que essa experiência é única e extremamente enriquecedora. “Como Universidade comprometida com o desenvolvimento regional e a transformação social é imprescindível que os nossos acadêmicos tenham conhecimento real sobre sua região, a população e as dificuldades enfrentadas no nosso território. Fico muito feliz de podermos proporcionar uma experiência única e enriquecedora”, comemorou.
Educação
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Educação
Volta às aulas: escolas recebem alimentos diretamente da produção indígena, da agricultura familiar e do agroextrativismo

Uma boa aprendizagem depende de algumas condições, e a alimentação escolar rica em nutrientes é um desses importantes requisitos. Nessa volta às aulas, a escola Xerente, São José, localizada em Tocantínia (TO), é um exemplo do avanço na compra direta de agricultores e extrativistas da própria comunidade. São tios, pais e avós que contribuem para uma alimentação escolar com menos produtos industrializados e mais alimentos frescos, saudáveis e adequados ao costume alimentar das crianças indígenas.
A professora e mãe, Belcilene Sibakadi Xerente, reforça o impacto da alimentação na aprendizagem das crianças. “Desde que surgiu o alimento diretamente da roça para as escolas eu fiquei muito feliz por meus alunos – meus filhos, porque comparo como filhos – estarem comendo um alimento saudável, um alimento fresco e riquíssimo em ferro e nutrientes, e não com validade, enlatado. É um desenvolvimento melhor ver as crianças de barriga cheia com comida típica Xerente, ficam mais espertos”, conta.
Além dos benefícios nutricionais, a compra direta tem logística de transporte de alimentos simplificada e fortalece a comunidade com a geração de renda sustentável e de baixo carbono. O procurador do Ministério Público Federal (MPF) e coordenador da Catrapovos Tocantins, Dr. Álvaro Mazano, reforça a relevância das políticas de alimentação escolar.
“O fato de o alimento ser adquirido no próprio local onde a escola está inserida faz com que esse alimento tenha uma maior pertinência com as crianças, melhora a qualidade dos alimentos que são servidos e permite que haja geração de renda para os pais dessas crianças. E queremos que chegue a 100% do PNAE. O ideal é que toda a alimentação seja produzida no próprio local onde ele é consumido”, explica o procurador.
Alimentação escolar em números
Das 139 escolas localizadas na zona rural do Tocantins, 95 são indígenas, 43 são do campo (rurais) e duas são quilombolas, de acordo com a Secretaria de Educação do Estado. Essas instituições atendem milhares de alunos em contextos culturais e territoriais diversos e requerem uma abordagem diferenciada para garantir a qualidade alimentar.
O Tocantins registra 9.770 matriculados em área de assentamento, 7.659 matrículas em escolas indígenas e 1.933 matrículas em escolas quilombolas, indicando uma demanda significativa por intervenções alimentares culturalmente adequadas.
Compra direta da comunidade
A Lei nº 11.947/2009 determina que no mínimo 30% dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) devem ser utilizados na compra de produtos da agricultura familiar. No entanto, embora seja observado avanço, muitos municípios ainda não cumprem a legislação, que pode ser a solução para uma alimentação mais saudável no contexto escolar.
Segundo dados do PNAE, entre os municípios com povos e comunidades tradicionais que ainda não cumprem os 30% e que poderiam se desenvolver a partir dessa política, destacam-se Arraias, Paranã, Carrasco Bonito, Itacajá, Itaguatins, Mateiros, Maurilândia, Muricilândia, São Bento, São Félix do Tocantins e Tocantínia.
Já os municípios que atingiram a exigência mínima, podem expandir sua atuação, especialmente frente à tramitação do PL 5352/2016, que pretende aumentar para 40% o percentual de alimentos provenientes da agricultura familiar. Conforme o projeto, esse percentual deve chegar a 70% até o final de 2028.
No entanto, não é necessário aguardar a legislação. Gestores podem sair na frente e aplicar recursos do PNAE, do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e recursos complementares do município, tudo em alimentos produzidos localmente, inclusive contemplando a diversidade alimentar presente nos territórios.
E para preparar as comunidades para acessar o mercado institucional, a servidora da Funai, Maria Clara Bernardes, conta que desde 2023 têm sido realizadas oficinas nos territórios indígenas. “Foi identificada uma lacuna de informações sobre a realidade da produção e o mapeamento de agricultores. Então a Funaipassou a organizar as consultas e oficinas nos territórios, com diagnóstico de roças para identificar a abundância de alimentos tradicionais nos territórios, quebrando o paradigma de que a produção não seria o suficiente”, explica.
Catrapovos
A Mesa Permanente de Diálogo Catrapovos Brasil é uma iniciativa que visa estimular a alimentação regionalizada em escolas de territórios indígenas e tradicionais. A Catrapovos foi criada em 2021 pela Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (MPF) para replicar em todo o país a boa prática desenvolvida pela Comissão de Alimentos Tradicionais dos Povos no Amazonas (Catrapoa).
A mesa é composta por representantes de órgãos públicos e da sociedade civil e discute os entraves e soluções, buscando juntos as formas de viabilizar as compras públicas da produção de comunidades indígenas e tradicionais, garantindo o cumprimento da lei sobre a aquisição de, no mínimo, 30% de produtos da agricultura familiar, além do direito à alimentação escolar adequada aos processos de produção e cultura local.
No Tocantins a Catrapovos é composta pelo MPF, Funai, Cecane/UFT, Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática, Conab, Seduc, Consea, Ruraltins, entre outras organizações que trabalham para otimizar a alimentação escolar tradicional, sendo a participação popular, sempre bem-vinda.
Educação
3 cursos extracurriculares que toda criança deveria fazer para desenvolver novas habilidades
Especialista destaca como o acesso a novos conhecimentos na infância impulsiona o aprendizado e o desenvolvimento integral das crianças.

Em um mundo cada vez mais conectado e dinâmico, o aprendizado infantil precisa ser completo e prático. O estímulo de novos conhecimentos na infância é muito importante e ultrapassa as salas de aula convencionais. É o que explica Vinícius Diégues Fuzessy Colares, responsável pela Jumper! Profissões e Idiomas, de Gurupi no Tocantins. “Cursos como robótica, informática e inglês infantil têm se mostrado grandes aliados no reforço escolar, ampliando o raciocínio lógico, a criatividade e até a autonomia dos pequenos. Essas formações ajudam a despertar o interesse pelo conhecimento de forma leve, lúdica e interativa”, comenta. Pesquisas do Afterschool Alliance mostram que alunos em atividades pós-escolares de qualidade têm melhor frequência, comportamento e desempenho em testes e notas, com ganhos de até 38 % em taxa de promoção e notas melhores em leitura e matemática. Isso se traduz em mais engajamento nas atividades escolares e até melhora no rendimento. O especialista listou os benefícios desses cursos e os impactos positivos no desenvolvimento.
Robótica
A robótica é uma atividade que estimula diversas competências importantes, como raciocínio lógico, pensamento crítico, resolução de problemas e trabalho em equipe. De maneira lúdica e interativa, permite que as crianças tenham contato com conceitos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. O curso é indicado para crianças entre 8 e 12 anos que demonstram interesse por matemática, programação, mecânica e elétrica, além de possuírem raciocínio lógico mais desenvolvido. Ao mesmo tempo, ajuda os pequenos a compreender, na prática, como a tecnologia pode ser aplicada para tornar a vida das pessoas melhor.
Inglês
Aprender um segundo idioma na infância não só amplia as possibilidades de comunicação no futuro, como também fortalece a memória, o foco e a capacidade de resolver problemas. Para que o aprendizado de inglês seja efetivo, é fundamental que seja divertido, contextualizado e respeite o ritmo de cada criança. A metodologia pode variar conforme a idade e os objetivos do curso, permitindo que os alunos comecem a se comunicar em inglês desde o primeiro dia. Além disso, o estudo da língua ajuda a exercitar o cérebro, ampliando conexões neurais e estimulando funções cognitivas. Aprender inglês na infância facilita a fluência e a desenvoltura no idioma, constrói habilidades de comunicação, como alternar entre idiomas, e é essencial para a comunicação global, cada vez mais presente no dia a dia das crianças.
Informática
Mais do que apenas aprender a “mexer no computador”, os alunos desenvolvem pensamento lógico, autonomia e criatividade para realizar tarefas escolares com mais eficiência. Destinado a crianças de 7 a 11 anos, o curso é ideal para quem tem interesse em tecnologia e deseja ampliar seus conhecimentos desde cedo. De forma lúdica e interativa, os pequenos aprendem conceitos essenciais de informática, como sistema operacional, componentes do computador, internet, Excel, PowerPoint, Word, Paint e e-mail. Além de despertar habilidades práticas, o curso também é um excelente aliado nos estudos, auxiliando na realização de trabalhos escolares e projetos acadêmicos.
“Aprender de forma prática, divertida e próxima da realidade da criança torna o conhecimento mais fácil e significativo. Cursos como Robótica, Inglês e Informática desenvolvem autonomia, entusiasmo e mostram que aprender pode ser leve e transformador”, finaliza.
Sobre a Jumper! Profissões e Idiomas
Criada em 2003, a Jumper! Profissões e Idiomas é uma rede de ensino que conta com mais de 40 cursos profissionalizantes e de língua estrangeira para crianças e adultos. Com mais de 600 mil alunos formados pela instituição, a empresa tem 60 unidades espalhadas pelo país. Além de transformar o futuro das pessoas através da educação, a Jumper! Planeja dobrar o número de franquias em 2025.
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