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Músico goiano Júlio Bueno grava novo álbum autoral no Tocantins
De Goiânia (GO), o músico Júlio Bueno esteve no Tocantins para gravar o seu novo álbum, nomeado de “Piedade”, que conta com composições autorais. Com uma pegada contemporânea, como ele mesmo descreve, a produção musical aborda temáticas da atualidade, como guerra, sofrimento, dor e paz.
Toda a produção musical foi realizada no Estudio Take Music, em Palmas, com direção-geral e produção de Júlio Bueno, coordenação musical e arranjos de Marcos Aba e participação de instrumentistas locais. As letras e melodias autorais de Júlio Bueno ganharam como ritmo seu estilo musical de essência, o rock’n’roll e o pop rock.
As idas e vindas ao estado do Tocantins para gravação de seus trabalhos artísticos são uma frequente na carreira do artista goiano, que já gravou outros três álbuns no Estado, sendo eles “Viver em Paz”, “Vem Dançar Comigo” e “Nas Mãos de Deus”. Um desses álbuns, como o “Vem Dançar Comigo”, inclusive, atingiu a marca de mais de 500 mil visualizações.
A preferência pelo mercado fonográfico tocantinense, o artista define como profissionalismo e companheirismo. “Eu acho que primeiro é Deus. Existe um mistério nisso. Esse é o quarto trabalho aqui e tenho muita admiração por essa equipe de pauta, que além de muito profissional, é muito companheira”, relatou o artista.
Nascido em Goiânia e com carreira já mais de 40 anos, Júlio Bueno afirma que é um admirador da cultura tocantinense. “Parece que Palmas tem um imã que atrai a gente quando vem aqui. É uma coisa que liga com a gente essa coisa, essa essência cultural. Talvez porque Palmas trouxe toda parte do Brasil e a cultura local traz toda essa união de fomento à arte”, ressaltou.
Já sobre o mercado cultural goiano, Júlio reafirma as raízes de pop rock e do rock. “A cidade de Goiânia é do Pop Rock, é o berço do Pop Rock no Brasil, mas, com o crescimento da música sertaneja e o fortalecimento dela na cidade e no estado de Goiás, a música sertaneja pegou uma fatia muito grande do mercado. É necessário mais investimento, principalmente na música regional, autoral”, complementou o artista.
Inclusive, sobre a falta de investimentos, Júlio Bueno ressalta que todos os seus álbuns e produções são de recursos próprios. Apesar disso, desistir nunca foi uma opção, para ele que considera a música na sua vida como uma Paixão. “A música é minha vida! Eu não consigo viver sem a música, é a minha referência de vida, não consigo viver sem ela. Comecei a tocar quando eu tinha 18 anos e já participava de festivais, na época da ditadura. Então, era um veículo da gente se comunicar, de protestar, de agir contra a ditadura militar, na década de 80”, expressou.
Nascido em janeiro de 1962, Júlio Bueno passou boa parte da sua carreira artística na ditadura militar, fase essa que possui grande influência em suas composições autorais de cunho crítico e político. “Vivi debaixo da ditadura militar. Naquela época, se pegasse a gente com um livro Russo ou cantando uma música de Geraldo Vandré, íamos preso. Então, é uma fase que desejamos que nunca mais retorne nesse país. Foi um momento muito difícil, até para seguir carreira, pois a gente não podia cantar o que a gente acreditava”, relembrou.
Carreira
A carreira de Júlio Bueno já contabiliza mais de 40 anos de história. Suas principais influências multiculturais são as de artistas temáticas sociais, como Legião Urbana, Cazuza, Raul Seixas, Rita Lee, Gilberto Gil, MPB 4, Elis Regina e Chico Buarque. Na música internacional da mesma forma, sendo o blues, o jazz e o rock. Os projetos são 100% independentes, custeados pelo próprio artista. As canções de Júlio Bueno tratam de temas diversos como temáticas críticas e também de contemplação da natureza e da vida.
Natural de Goiânia (GO), Julio Bueno começou na música aos 16 anos, sendo autodidata. Posteriormente, iniciou os estudos de Música no Centro Livre Artes, em Goiânia (GO), com estudos de Teoria da Música, História da Arte e outros. Além de cantor e compositor, é instrumentista, tocando percussão e violão. Iniciou a concorrer nos festivais de música aos 18 anos, como o MPB da UNE e Comunica Som, dentre outros festivais do movimento estudantil. Assim, seguiu com a participação em festivais e rodas de amigos até que, em 2013, lançou o seu álbum Luzes Urbanas. Tocou por 20 anos no Grupo Tradisamba, Raiz da Praça. Começou a compor aos 17 anos, quando fundou o Grupo Raiz da Praça, e concorreu em dezenas de festivais com suas composições autorais.
Álbum Piedade – Ficha Técnica
Direção-geral e produção – Júlio Bueno
Coordenação musical e arranjos – Marcos Aba
Estúdio – Take Music
Baterista – Pedro Enos
Tecladista – Murilo Rocha
Contrabaixo – Jairon Conceição
Guitarrista – Gabriel Gtr