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Saúde e Bem Estar

Zolpidem vira tarja preta e tem regras para receita e venda endurecidas pela Anvisa; veja o que muda.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta quarta-feira (15), o aumento das restrições para a venda e uso do remédio zolpidem, indicado para o tratamento de insônia de curta duração. Agora, o medicamento deverá conter a tarja preta em sua embalagem, e o profissional que prescrevê-lo precisa estar cadastrado junto à autoridade de vigilância sanitária local.

Quem nunca ouviu ou leu uma história inusitada envolvendo Zolpidem? Nesta semana, viralizou um vídeo nas redes sociais em que uma jovem contava sobre ter comprado um bezerro enquanto estava sob os efeitos do remédio. Segundo o psiquiatra Lucas Souza, efeitos como esse são, na verdade, decorrentes do mau uso do medicamento.

“Como o Zolpidem é um medicamento de ação hipnótica, a maneira correta de ser utilizado está totalmente ligada a esses efeitos adaptativos e colaterais que podem surgir. Esses remédios têm que ser utilizados em um momento antes de se deitar, porque quando você utiliza um medicamento hipnótico e você não deita, ou seja, vai mexer no telefone ou ver televisão, você tem um estímulo e isso acaba atrapalhando o efeito terapêutico do medicamento”, disse.

Mas, afinal, o que é o Zolpidem e para que ele serve?

O Zolpidem é um medicamento criado para tratar a insônia. Conforme o especialista, o remédio tem uma ação hipnótica no Sistema Nervoso Central que ajuda a induzir o sono. Ele é receitado para pessoas que têm dificuldade em iniciar o sono ou para aquelas com insônia de curta duração. Pacientes que acordam várias vezes durante a noite também podem tomar o remédio sob prescrição médica.

Por ser um remédio de efeito hipnótico, como dito acima, o essencial é que ele seja tomado antes de se deitar, sem outras distrações, para que não aconteça alguma situação inusitada durante o efeito do remédio. “Quando essa pessoa toma o remédio e fica com o telefone na mão a ser utilizado, o efeito hipnótico do Zolpidem pode começar, mas essa pessoa pode continuar acordada, portanto ela pode ter essa alteração de percepção”, contou o médico.

Quais são os efeitos colaterais e como evitá-los?

Além da possibilidade de continuar acordado durante o efeito hipnótico do remédio e a amnésia após usá-lo, o Zolpidem pode apresentar efeitos colaterais como tontura, diarreia, sonolência ao acordar e dores de cabeça. No entanto, é importante ressaltar que todos esses efeitos variam de pessoa para pessoa. “A grande maioria das vezes é um medicamento muito bem tolerado pelo organismo, não causando efeitos colaterais tão significativos”, afirmou o médico.

Para evitar que esses efeitos aconteçam, principalmente a amnésia e alucinações, o essencial é que o medicamento seja usado logo antes de se deitar, evitando estímulos luminosos e sonoros, como televisão e celular, por exemplo. Na maioria das vezes, os efeitos colaterais, sobretudo os mais nocivos, são causados por esses estímulos.

Usar somente sob prescrição médica

O Zolpidem é um remédio que deve ser utilizado somente sob prescrição médica, com cautela. Aumentar a dose do medicamento por conta própria pode potencializar os efeitos colaterais, sobretudo a amnésia e a alteração no senso de percepção.

“Esse é um medicamento que vem sendo usado de uma forma muito indiscriminada. É um medicamento que tem um potencial abusivo, de dependência. Eu sempre digo que nenhum medicamento foi criado para fazer mal, quem o torna mal é quem usa. Por isso, o melhor jeito de se fazer uso do medicamento é ter acompanhamento médico”, finalizou.

O que muda na prática?

Com a nova regra, qualquer remédio que tiver Zolpidem na composição deverá ser prescrito por meio de uma Notificação de Receita B (azul). Todas as receitas do tipo B exigem que o profissional que receitar o remédio seja cadastrado na autoridade local de vigilância sanitária. A Associação Brasileira do Sono (ABS) e a Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) apoiam o aumento da restrição; as entidades afirmam que alertam sobre os riscos do uso irregular do medicamento há anos.

Zolpidem vai virar tarja preta

A Anvisa explica que as fabricantes do zolpidem devem adequar a bula e a rotulagem até o dia 1º de dezembro de 2024. Até essa data, as empresas podem fabricar os medicamentos com a embalagem com tarja vermelha. Após essa data, todos os medicamentos fabricados à base de zolpidem já deverão conter a tarja preta em sua embalagem, conforme é exigido para medicamentos da Lista B1.

Nas farmácias, os medicamentos com zolpidem, tanto em embalagens com tarja vermelha quanto preta, poderão ser vendidos até o final do seu prazo de validade, mediante a apresentação de Notificação de Receita B, em cor azul.

Com essas mudanças, a Anvisa espera garantir um uso mais seguro e controlado do zolpidem, reduzindo os riscos associados ao seu uso indiscriminado e promovendo a saúde pública.

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