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Evento sobre o Clima destaca maior número de focos de calor dos últimos 10 anos

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Os municípios de Lagoa da Confusão, Pium, Formoso do Araguaia e Mateiros foram os mais afetados em 2024
De janeiro a outubro deste ano, o Tocantins registrou 16.063 focos de calor, deixando o estado em quarto lugar no ranking parcial entre as unidades da federação com o maior número de ocorrências, ficando atrás do Mato Grosso, Pará e Amazonas. O número é destaque, ainda, por ser o maior dos últimos 10 anos para o período, acendendo o alerta para a relação entre o aumento da temperatura média e o impacto nas queimadas.
Estes foram alguns dados apresentados durante o II Seminário Tocantinense sobre o Clima, realizado nesta terça-feira, dia 22, no auditório do Quartel do Corpo de Bombeiros, em Palmas. O evento, organizado pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Energisa, reuniu mais de 100 pessoas, entre jornalistas, poder público, estudantes, pesquisadores e interessados no assunto.
Sobre as queimadas que assolaram o estado este ano, o tenente coronel Alex Matos destacou o trabalho feito pelo Corpo de Bombeiros, junto a parceiros, tanto no combate quanto na prevenção. “Muitas são os fatores que provocam o fogo e não estão no nosso controle, como ventos, alta temperatura e baixa umidade. Mas, a ação das pessoas é algo em que podemos atuar na sensibilização e conscientização. Este ano, além de aumentar o efetivo nos combates, colocamos em ação a Operação Tocantins Mais Verde, em parceria com a Semarh e Defesa Civil Estadual”, explicou.
As parcerias entre instituições no combate ao fogo também foram destacadas pelo representante da Defesa Civil, coronel Erisvaldo Alves. “A variável que conseguimos atuar é a ação humana e, por isso, o nosso foco deve ser a prevenção”, reforçou citando os esforços feitos pelo Comitê do Fogo ao longo do ano, nas escolas e propriedades rurais, por exemplo.
De acordo com o boletim meteorológico da Defesa Civil, entre os municípios que mais apresentaram focos de calor este ano, estão Lagoa da Confusão, Pium, Formoso do Araguaia e Mateiros. Além dos prejuízos para o meio ambiente e saúde, as queimadas também impactam o fornecimento de energia.
Para minimizar risco de incêndios e, consequentemente, a rede elétrica que pode ser impactada não apenas pelas chamas, também pela alta temperatura, a Energisa realiza constantemente manutenções tanto para garantir a continuidade do fornecimento quanto para que, caso haja falta de energia, seja restabelecida o mais rápido possível. “Quanto maior o número de focos de calor, maior o impacto nas redes elétricas e, consequentemente, na distribuição de energia. Por isso, nosso esforço contínuo tanto na prevenção quanto na conscientização da população quanto aos riscos do uso do fogo”, comenta o gerente de operação da Energisa, Maurício Zanina.
Cenário climático
Esta edição do Seminário também trouxe uma visão sobre o cenário climático para os próximos meses, com o início do período chuvoso. De acordo com a meteorologista e especialista em eventos climáticos extremos, Ana Paula Paes, o Tocantins deve registrar um volume menor de chuva, mas com maior intensidade nas rajadas de vento e descargas atmosféricas. “O que temos visto é que a tendência é ter tempestades e ventos mais intensos em relação aos anos anteriores, além da temperatura média também ser mais alta. Isso faz com que tenhamos menos dias com chuvas, mas, quando ocorrerem, termos também um maior número de descargas atmosféricas”, explicou consultora da Energisa.
Somente nesta segunda-feira, dia 21, o Tocantins registrou mais de 42 mil raios em 24 horas. Este mês, até o momento, foram mais de 392 mil descargas atmosféricas em todo o território tocantinense. “O planeta está muito mais favorável a eventos climáticos extremos. Pesquisadores do mundo inteiro afirmam isso, ano após ano. Infelizmente, não podemos fazer o clima voltar a ser como era antes, mas podemos tentar frear o aquecimento”, enfatizou a meteorologista.
Para quem participou do evento, o alerta é claro: o clima mudou e a população deve estar preparada para as severidades climáticas. Para o professor universitário Girlene Maciel, que esteve presente no Seminário, é necessário provocar a participação da sociedade cada vez mais nesse tipo de discussão. “Esse tipo de evento é muito importante e extremamente necessário. É preciso haver uma integração cada vez maior, para que possamos continuar discutindo os problemas reais da comunidade”, finalizou.
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