“Ainda Estou Aqui” faz história e vence o Oscar para o Brasil

O cinema brasileiro alcançou um marco histórico na noite deste domingo, 2 de março de 2025, com a vitória de “Ainda Estou Aqui” na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar. Dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, o filme narra a comovente história de Eunice Paiva, cuja luta incansável para descobrir o paradeiro de seu marido, Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar brasileira, emocionou plateias ao redor do mundo.

Esta conquista representa a primeira vez que uma produção brasileira é laureada com o Oscar de Melhor Filme Internacional, destacando-se entre concorrentes de peso como “Emilia Pérez” (França), “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha), “A Garota da Agulha” (Dinamarca) e “Flow” (Letônia).  Além disso, o filme recebeu indicações nas categorias de Melhor Atriz, para Fernanda Torres, e Melhor Filme, embora não tenha vencido nessas categorias.

Em seu discurso de agradecimento, Walter Salles dedicou o prêmio a Eunice Paiva e às atrizes que a interpretaram: “Esta vitória é para uma mulher que, após uma perda sofrida durante um regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir. E para as duas mulheres extraordinárias que deram vida a ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.”

A trajetória de “Ainda Estou Aqui” até o Oscar foi marcada por diversos reconhecimentos internacionais. O filme estreou mundialmente no Festival Internacional de Cinema de Veneza, onde recebeu elogios da crítica e conquistou o prêmio de Melhor Roteiro. Fernanda Torres, por sua vez, foi laureada com o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama por sua interpretação de Eunice Paiva. 

A produção também obteve sucesso de público no Brasil, tornando-se a obra nacional de maior bilheteria desde a pandemia de COVID-19, com uma arrecadação de aproximadamente 159 milhões de reais e mais de 5,1 milhões de espectadores. 

A vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar não apenas celebra a excelência artística do cinema brasileiro, mas também reforça a importância de revisitar e refletir sobre períodos sombrios da história nacional, promovendo a memória e a justiça.