Na tarde desta sexta-feira (19), o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, recebeu uma carta-manifesto assinada por 21 dos 23 vereadores da Câmara Municipal. O documento reforça apoio à gestão do prefeito, destaca a defesa da democracia e rejeita pedidos de impeachment sem fundamentos jurídicos.

Segundo o texto, o impeachment é um instrumento previsto na Constituição Federal, mas que não pode ser usado como atalho político. “Ele só pode ser cogitado em casos de crimes de responsabilidade comprovados, graves e incontestáveis”, diz o manifesto.

Os parlamentares apontaram que qualquer tentativa de afastamento sem provas concretas representaria um “ataque direto ao coração da democracia”, colocando em risco a governabilidade, os investimentos e a continuidade dos serviços públicos.

O documento ainda lembrou que Eduardo Siqueira foi eleito em 2024 com mais de 78 mil votos, o que corresponde a 53,03% da preferência do eleitorado palmense. “O voto é um pacto de confiança, e esse pacto não pode ser rompido ao sabor de conveniências políticas, ressentimentos pessoais ou disputas de ocasião”, afirma o texto.

Durante a entrega do documento, o prefeito agradeceu o apoio recebido e ressaltou a união do grupo político em torno da sua gestão. “Já vivi um pouco de tudo. Não tenho dúvida de que seremos três vezes melhores no final do que fomos nos três primeiros meses deste ano. Isso nos dá o sentimento de que, apesar das divergências, somos um grupo”, declarou.

Eduardo também destacou a lealdade do secretário-chefe do Gabinete, Carlos Júnior, que o acompanhou inclusive durante o período em que esteve sem mandato.

Ao final, os vereadores reiteraram que não existem provas concretas que justifiquem a abertura de um processo de impeachment. “Não aceitaremos que a democracia seja ferida por um processo injusto e arbitrário”, conclui o documento.

Palmas recebeu na madrugada desta segunda feira o presidente nacional do PSB e prefeito do Recife, João Campos, para uma série de compromissos políticos no Tocantins. No aeroporto, ele foi recepcionado pelo vereador e presidente do PSB no Tocantins, Carlos Amastha.

A Câmara Municipal de Palmas (CMP) realizou, nesta quinta-feira (28), audiência pública em alusão à campanha Agosto Lilás: Diálogo e Enfrentamento à Violência contra a Mulher. O evento foi promovido pela Comissão de Assuntos dos Direitos da Mulher, presidida pela vereadora Mary Cats da Causa Animal (Podemos).

Durante audiência a coordenadora técnica Alessandra Soares Araújo, da Secretaria Municipal de Saúde, apresentou dados sobre o cenário de violência na capital. Entre janeiro de 2024 e julho de 2025, foram registradas mais de 700 ocorrências, sendo 448 apenas no ano passado e 254 nos sete primeiros meses deste ano. O levantamento aponta que a maioria dos casos acontece na residência da vítima ,76% em 2024 e 68% em 2025, e revela que 76% das vítimas de violência sexual eram crianças ou adolescentes. Outro dado preocupante é que, na maioria das situações, os agressores são pessoas próximas, como cônjuges, ex-companheiros, pais, padrastos e conhecidos, evidenciando a urgência de políticas públicas de prevenção e proteção.

A inspetora da Guarda Metropolitana de Palmas, Letícia Bordin, coordenadora da Patrulha Mulher Segura, destacou a gravidade dos números apresentados pela Secretaria de Saúde. “Me choca e causa indignação os dados trazidos pela Alessandra. Nós, mulheres que temos este espaço público de discussão, precisamos erguer nossa voz e nos posicionar, porque esse debate é fundamental”, afirmou.

Letícia explicou que a Patrulha Mulher Segura, especializada no enfrentamento à violência contra mulheres e meninas, atua na fiscalização, monitoramento e acompanhamento das medidas protetivas de urgência. Segundo ela, a medida é essencial, mas só se torna efetiva quando acompanhada de uma atuação firme e especializada. Os princípios que norteiam o trabalho da patrulha são o acolhimento humanizado, a escuta qualificada e a não revitimização. “Nosso papel é colaborar para que possamos romper com esse ciclo de violência”, completou.

A presidente da Comissão, vereadora Mary Cats da Causa Animal (Podemos), reforçou o seu compromisso com a pauta. “Uma das minhas bandeiras também é a defesa da mulher, e por isso estamos aqui unidas para buscar projetos de lei, ações e estratégias capazes de transformar essa triste realidade que todos nós conhecemos”, declarou.