O coordenador nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Ismael Lopes, foi agredido na noite deste sábado (22) durante uma vigília organizada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso preventivamente, no condomínio em que cumpria medida de prisão domiciliar em Brasília. O episódio ocorreu quando Ismael tentou discursar no local e acabou sendo hostilizado.
Após o ataque, Ismael informou nas redes sociais que realizou exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal e afirmou estar bem, “na medida do possível”. Segundo ele, os ferimentos foram leves. A presença do coordenador causou tensão entre os participantes, que o acusaram de ser parte de “uma armadilha”, antes de empurrá-lo e derrubá-lo no chão.
Agredido ao tentar discursar durante a vigília
Ismael afirmou que sua intenção ao comparecer à vigília era transmitir uma mensagem baseada na fé cristã. Em fala concedida à imprensa após o episódio, ele declarou que buscava alertar sobre o uso político da religião por parte de apoiadores do ex-presidente. Segundo Ismael, sua abordagem foi repelida imediatamente por parte do grupo, que insistiu para que ele deixasse o local.
Em vídeos divulgados nas redes sociais, é possível ver apoiadores pedindo que ele fosse embora, enquanto outros afirmavam que a presença de Ismael representava um risco. Na sequência, o coordenador foi empurrado e caiu no chão, encerrando a tentativa de diálogo.
Violência durante vigília mencionada em decisão judicial
A vigília havia sido convocada pelas redes sociais e reunia apoiadores que se dirigiram ao endereço do ex-presidente para rezar por ele. Segundo a Agência Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mencionou o encontro como um dos fatores que reforçaram a necessidade da prisão preventiva de Bolsonaro.
Horas antes da vigília, foi registrada violação da tornozeleira eletrônica utilizada pelo ex-presidente, o que levantou preocupação sobre possível tentativa de fuga. Diante disso, Moraes determinou a prisão preventiva, argumentando risco à execução da medida cautelar. Mesmo após a decisão, apoiadores mantiveram a vigília no local.
Reação da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
Após o episódio, a Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito manifestou solidariedade ao coordenador e reiterou que continuará atuando em defesa da democracia e contra o uso político da fé cristã. A entidade destacou que a presença de Ismael na vigília tinha como objetivo fazer um apelo por diálogo e não por confronto.
O caso reacendeu debates sobre intolerância política, polarização e violência em atos públicos. A Frente de Evangélicos também reforçou que seguirá acompanhando o andamento das investigações e prestando apoio ao coordenador.
Mais notícias
- Regina Chaves assume Cultura com novo planejamento
- Fabiano Vale destaca avanços em parcerias estratégicas
- Declaração de Belém aponta metas para a COP30
- Mulheres empreendedoras fortalecem negócios locais
