Reviravolta na política tocantinense: após três meses afastado, Wanderlei Barbosa retorna ao cargo por decisão do STF
Uma reviravolta marcou a política do Tocantins na tarde desta sexta-feira (5). O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar autorizando o retorno de Wanderlei Barbosa (Republicanos) ao cargo de governador do Estado, do qual estava afastado desde setembro de 2025. A decisão será submetida à análise da Segunda Turma do STF, mas tem efeito imediato.
A liminar revoga a determinação anterior do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que havia afastado o governador por suspeita de desvio de recursos públicos em contratos de compra de cestas básicas firmados durante a pandemia de Covid-19. O caso segue em investigação.
Decisão fundamenta risco de instabilidade política
Na decisão, Nunes Marques destacou que o afastamento prolongado de um chefe do Executivo, especialmente às vésperas de um ano eleitoral, provoca instabilidade administrativa e insegurança jurídica. O ministro também ressaltou que medidas dessa natureza exigem fundamentação “robusta” e demonstração clara de necessidade — o que, segundo ele, não ficou comprovado.
O ministro também mencionou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia se manifestado contra a manutenção do afastamento durante o curso do processo.
Para Nunes Marques, os indícios coletados pela Polícia Federal não são contemporâneos ao afastamento, nem apontam risco real de interferência do governador na investigação.
Segundo trecho da decisão, “os elementos indiciários recolhidos pela Polícia Federal não demonstraram a existência de risco concreto à aplicação da lei penal ou à ordem pública quando determinado o afastamento cautelar do paciente”.
Defesa comemora e fala em “serenidade” com decisão
O advogado Felipe Fernandes, que representa o governador, confirmou o retorno imediato ao cargo e afirmou que a defesa recebeu a decisão com responsabilidade e tranquilidade.
Em nota, declarou:
“A defesa do governador Wanderlei Barbosa recebe com serenidade a decisão emanada do Supremo Tribunal Federal, a qual viabiliza o seu retorno ao cargo para o qual foi legitimamente eleito.”
Três meses fora do governo
Wanderlei Barbosa ficou afastado desde setembro de 2025, período em que o Estado foi comandado interinamente. O afastamento temporário do governador, determinado pelo STJ, ocorreu no contexto de investigações que apuram supostas irregularidades em contratos para distribuição de cestas básicas durante a pandemia.
Com o retorno, o cenário político no Tocantins se reorganiza às portas de um ano decisivo, marcado por articulações e disputas eleitorais que já vinham ganhando força nos bastidores. A decisão deve provocar repercussões entre aliados, oposição e setores do governo que atuavam sob gestão interina.
Próximos passos
Agora, cabe à Segunda Turma do STF avaliar se manterá ou não a liminar concedida por Nunes Marques. Até lá, Wanderlei reassume oficialmente o comando do Executivo tocantinense.
A expectativa é de que o governador se manifeste nas próximas horas sobre seu retorno e sobre a condução de atos administrativos que estavam sob responsabilidade da gestão interina.
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