Opinião e Editorial
ARTIGO – Caso Brennand: quando a Justiça brasileira pune brancos e ricos

Thiago Brennand, 42 anos, branco, empresário, classe social alta, voltou ao Brasil extraditado dos Emirados Árabes para onde fugiu após ser acusado de agredir uma modelo em uma academia de ginástica de São Paulo, em agosto de 2022. Agressão amplamente divulgada por câmeras do circuito interno de vídeo da academia. A repercussão fez surgir outras denúncias, que culminaram na autorização para que a Polícia Federal pudesse embarcar e prender Brennand.
Esse processo tem um significado para além dos fatos. No meu entendimento, ele representa um avanço da Justiça, demonstrando para a sociedade que no Brasil não são apenas os pobres e os negros que vão para a prisão, mas que pessoas com poder aquisitivo elevado e de outras classes sociais e origens também são levadas ao crivo da Justiça e penalizadas. Porém é preciso ficar em estado de alerta para que casos parecidos não saiam impunes. Uma das maneiras é acompanhar o protocolo seguido que, sem dúvida, garantiu até o momento que as etapas jurídicas fossem cumpridas exemplarmente.
Acompanhem comigo o histórico. Brennand responde a oito denúncias e teve cinco prisões preventivas decretadas pela Justiça. Ao ser trazido de volta ao Brasil, foi submetido aos mesmos procedimentos adotados com qualquer outro acusado, incluindo boletim de ocorrência e exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) – para preservar a própria Polícia Federal e os agentes responsáveis pela extradição de serem acusados de agressão ou algo do tipo. No momento em que escrevo esse artigo, Brennand está detido, de maneira isolada, em uma cela de 6 m2 no CDP (Centro de Detenção Provisória) 1 Pinheiros. Trata-se de uma cela padrão, com cama de alvenaria, colchão, chuveiro, pia e vaso sanitário. Instalações extremamente diferentes daquela vivida pelo detento dias antes nos Emirados Árabes, onde se hospedou no Hotel Rosewood Abu Dhabi que, segundo o site de reservas, tem diárias que custam entre R$ 1 mil e R$ 39 mil. E mais: conforme nota divulgada pela Secretaria de Administração Penitenciária, ele usa uniforme composto por camiseta branca e calça padrão, na cor cáqui. Brennand permanece sozinho na cela e o motivo é o histórico do acusado que, automaticamente, deverá ser, se condenado, encaminhado a um presídio. Branco e rico, fará companhia a milhares de outros presos brasileiros de origens e etnias distintas, mas na sua maioria formada por negros.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, de 2022, de cada três presos no Brasil, dois são negros. O Anuário se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública. A publicação é uma ferramenta de transparência e prestação de contas na área, e que contribui para o levantamento de dados e elaboração de políticas públicas para melhorar e até mesmo reavaliar as políticas públicas em torno de um tema tão sensível para o país.
É por isso que afirmo que o caso Brennand deve permanecer sob holofote para que possamos garantir a imparcialidade da Justiça, já que outras situações parecidas podem não chegar a mesma etapa de julgamento. O início da concretização dessa imparcialidade veremos nos próximos dias, uma vez que, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, uma audiência está marcada para o dia 30 de maio na 2ª Vara de Porto Feliz, sobre o caso em que Brennand responde pelo crime de estupro. Também há uma audiência marcada para 27 de julho, sobre o caso de agressão à modelo em uma academia de luxo.
Mas destaco: tanto no caso do branco e milionário Brennand, como no caso dos negros e pobres, é preciso garantir que as regras constitucionais sejam preservadas, que os pactos de direitos humanos e integridades sejam respeitados, e que mesmo diante de provas (muitas vezes) irrefutáveis, todos tenham a consciência de que quem julga, absolve ou condena, é a Justiça e, até lá, todos são inocentes e devem ser tratados como tal!
*Leonardo Watermann é advogado e sócio fundador do escritório Watermann Sociedade de Advogados.
Sobre o Watermann Advogados – Focado em advocacia penal e penal empresarial, o escritório Watermann Advogados, fundado em 2017, possui em sua banca profissionais com quase 20 anos de experiência e amplo domínio da matéria jurídica, o que possibilita a apresentação de soluções dinâmicas aos problemas criminais enfrentados pelos clientes. O atendimento do Watermann Advogados foca no trabalho preventivo como forma de evitar demandas criminais. Presta também serviços consultivos e contenciosos para pessoas e empresas na qualidade de vítimas ou de acusadas. A sede está localizada na Av. Brigadeiro Faria Lima em São Paulo.
Opinião e Editorial
Bovarismo: a insatisfação que nunca sai de moda
O bovarismo, nascido na literatura, revela a eterna insatisfação humana. Hoje, ele vive nas redes sociais, no consumo e na busca por perfeição.

Emma era uma jovem entediada com seu casamento e com a vida provinciana. Apaixonada por romances românticos, esperava um amor arrebatador, aventuras luxuosas e emoções intensas. Ao não encontrar nada disso, mergulhou em dívidas, traições e angústias — até seu fim trágico.
Muitos vivem versões filtradas de si mesmos, projetando uma vida que não corresponde à realidade. É a nova forma de escapismo: trocar a frustração por curtidas, mesmo que o vazio continue ali.
A publicidade explora desejos, oferecendo soluções mágicas para a falta de sentido. O resultado? Compras por impulso, endividamento e uma sensação constante de que “ainda falta alguma coisa”.
Emma não queria apenas amar, mas também viver — intensamente, livremente. Em uma sociedade patriarcal, esse desejo era considerado escandaloso. Seu drama revela o preço que mulheres pagam ao tentar escapar do destino que lhes foi traçado.
Hoje, como ontem, o bovarismo é um convite à reflexão: o que está por trás da nossa constante sensação de “não ser suficiente”?
Opinião e Editorial
Juliana Marins: uma alma viajante que agora descansa em paz
Juliana Marins, apaixonada por paisagens naturais, conheceu o Jalapão em 2024 e compartilhava suas viagens pelo mundo com leveza nas redes sociais.




fotos tiradas do seu instagram ajulianamarins
A aventura que virou tragédia
Embarcou em fevereiro num mochilão pelo sudeste asiático — provando comidas, conhecendo culturas e postando cada etapa: Filipinas, Vietnã, Tailândia. Em junho, chegou à Indonésia: o destino final antes da tragédia.
No dia 20 de junho, por volta das 6h30 da manhã, Juliana começou a subida ao Monte Rinjani (3.726 m), vulcão ativo em Lombok. Durante uma parada para descanso, ela escorregou e caiu — estima-se que tenha despencado entre 300 m e 600 m em desnível, segundo diferentes fontes.
Quatro dias de mobilização e esperança
Turistas ouviram seus gritos e usaram drones para localizá-la a cerca de 500 m abaixo da trilha. A família enfrentou informações confusas — incluindo relatos de que ela teria água e comida e que o resgate era iminente, versões depois questionadas pela irmã, Mariana Marins.
Condições climáticas adversas — neblina, terreno íngreme e areia solta — impediram o acesso imediato. Helicópteros chegaram a ser cogitados, mas as autoridades locais os descartaram por segurança.
Desfecho que entristece o Brasil
Após quatro dias de buscas intensas — com até 50 profissionais envolvidos — o corpo de Juliana foi encontrado por drone e resgatado até a base de Sembalun no dia 24 de junho. As autoridades locais confirmaram que ela foi encontrada “sem sinais de vida”.
A Embaixada do Brasil em Jacarta cooperou com as equipes locais, e o Itamaraty prestou apoio à família. No Instagram, amigos e parentes agradeceram pelas milhões de mensagens recebidas durante os dias de angústia.
Legado e reflexões
Juliana Marins morava em Niterói e, além de publicitária, era dançarina de pole dance, apaixonada por fotografia e narrativa audiovisual. Sua jornada marcou o Jalapão como um dos momentos mais belos de sua vida, e suas postagens inspiraram muitos a viajar e se conectarem com a energia do mundo.
Hoje, o Monte Rinjani abriga uma lição dolorosa: natureza e aventura podem ser belas e transformadoras, mas exigem respeito aos limites e à imprevisibilidade — sobretudo em alturas extremas e terrenos traiçoeiros.
Que Juliana descanse em paz, guardada na lembrança de quem sentiu seu brilho. Que essa história sirva também de alerta — ao mundo e aos exploradores — sobre os riscos de se aventurar sem todos os cuidados.
Nossas condolências à família, amigos e admiradores — que encontrem conforto na memória vibrante da jovem que viveu intensamente.
Opinião e Editorial
Campanha por Ana Caroline: doações de sangue são essenciais para nova cirurgia oncológica
Ana Caroline precisa de doações de sangue para cirurgia oncológica no fígado. Doe no Hemocentro em seu nome ou compartilhe a campanha.

Nas próximas semanas, Ana Caroline da Silva Ribeiro Sousa passará por uma nova cirurgia oncológica no fígado. Com fé e esperança na recuperação, ela inicia uma mobilização solidária em busca de doações de sangue, fundamentais para o sucesso do procedimento.
Em sintonia com o Junho Vermelho, mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de sangue, Ana Caroline faz um apelo à população: quem puder doar, que procure o Hemocentro mais próximo e informe seu nome no momento da doação.
Para aqueles que não podem doar, o pedido é simples e igualmente valioso: compartilhar essa mensagem com o maior número de pessoas possível.
➤ Requisitos básicos para doar:
-
Apresentar documento oficial com foto
-
Ter entre 16 e 69 anos de idade
-
Pesar no mínimo 50 kg
-
Estar em boas condições de saúde
-
Não ter ingerido alimentos gordurosos nas últimas 3 horas
Qualquer tipo sanguíneo é bem-vindo.
Dúvidas? Entre em contato com o Hemocentro pelo telefone 0800 642 8822.

Ana Caroline precisa de doações de sangue para cirurgia oncológica no fígado. Doe no Hemocentro em seu nome ou compartilhe a campanha.
A solidariedade pode salvar vidas — e neste momento, pode salvar a vida da Ana Caroline.
-
Palmas5 dias atrás
Publicada lista de pratos selecionados para o Festival Gastronômico de Taquaruçu
-
Social5 dias atrás
Kátia Chaves celebra aniversário
-
Governo do Tocantins5 dias atrás
Por Todas as Marias 2025: Tocantins reforça combate à violência contra a mulher
-
Governo do Tocantins2 dias atrás
Governador participa de missa campal do Senhor do Bonfim
-
Entretenimento5 dias atrás
Palmas recebe ‘Hermanoteu na Terra de Godah’, sucesso da Cia. de Comédia Os Melhores do Mundo