Opinião e Editorial
Artigo sobre violência contra a mulher, escrito por Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo da Diocese de Santo André.

Chamou minha atenção, creio também de muitos leitores, a reportagem publicada no Diário do Grande ABC sobre a violência que tinge as mulheres: “a cada 40 minutos, a Justiça concede uma medida protetiva no Grande ABC (cf. Setecidades 07/05/2023 – 1). Ao todo, entre 2019 e abril de 2023 a Justiça liberou 11.114 medidas protetivas para mulheres e meninas aqui no Grande ABC.
A vida confirma e as notícias o mostram. Além de constatar que vivemos em uma sociedade violenta, o que podemos pensar? A ignorância humana no trato com as pessoas e a natureza não melhorou. O avanço tecnológico deveria servir mais a vida que a morte, o avanço nas comunicações deveria aproximar mais as pessoas que as dividir, mas não é assim.
A desarmonia, aquilo que na Bíblia se chama de pecado, se instalou entre nós, quebrando a comunhão das pessoas com Deus, entre si e com a natureza. Abrem-se feridas dolorosas no espírito e na carne. E acaba atingindo as pessoas não só moralmente, mas também fisicamente.
Nesta onda de violência generalizada, alguns grupos de pessoas são mais vulneráveis e atingidos, como é o caso das mulheres. No período agudo da pandemia, aumentou a violência contra as mulheres. Triste constatação.
Nas redes sociais que se percebe o tanto de mulheres que aparecem perseguidas, violentadas física e moralmente, submetidas a condições de escravidão, muitas até à morte. O feminicídio é uma chaga aberta em nossa sociedade. Seu número é maior que os denunciados. Por vezes, a mulher que sofre a violência tem medo, vergonha, e até por causa dos filhos, não denuncia a violência nem busca ajuda.
A sociedade civil já deu passos significativos para erradicar este mal, como é o caso da Lei Maria da Penha. Mas precisa avançar.
O cristianismo repudia toda violência, também está, com base no quinto mandamento da Lei de Deus: “Não matarás” (Ex 20,13). Aí está o princípio moral de que a vida humana, dom de Deus, deve ser sempre respeitado, protegido e defendido. Para a consciência cristã a vida humana é sagrada. Aliás isto está inscrito no íntimo de cada ser humano, é uma “lei natural”, como se fosse um instinto.
Este mandamento, porém, segundo ensinou Jesus, nos diz que é desumano não só tirar a vida, mas também, agredir, prejudicar a vida das pessoas e toda falta de cuidado e desrespeito com a dignidade da vida humana, do homem e da mulher.
Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, homem e mulher Ele os criou (Gn 1,27). A dignidade da vida dos dois vem de seu princípio comum: Deus. A sociedade machista ultrapassada, pretendia que somente o homem seria a imagem de Deus e não a mulher. Absurdo! O relato bíblico da criação diz que a mulher nasceu do lado do homem, como companheira. São chamados a viver um para o outro, cuidando-se mutuamente.
As mulheres histórica e socialmente continuam subjugadas na maior parte da população mundial. O clamor de liberdade e dignidade das mulheres precisa ser ouvido pela sociedade.
Opinião e Editorial
Juliana Marins: uma alma viajante que agora descansa em paz
Juliana Marins, apaixonada por paisagens naturais, conheceu o Jalapão em 2024 e compartilhava suas viagens pelo mundo com leveza nas redes sociais.




fotos tiradas do seu instagram ajulianamarins
A aventura que virou tragédia
Embarcou em fevereiro num mochilão pelo sudeste asiático — provando comidas, conhecendo culturas e postando cada etapa: Filipinas, Vietnã, Tailândia. Em junho, chegou à Indonésia: o destino final antes da tragédia.
No dia 20 de junho, por volta das 6h30 da manhã, Juliana começou a subida ao Monte Rinjani (3.726 m), vulcão ativo em Lombok. Durante uma parada para descanso, ela escorregou e caiu — estima-se que tenha despencado entre 300 m e 600 m em desnível, segundo diferentes fontes.
Quatro dias de mobilização e esperança
Turistas ouviram seus gritos e usaram drones para localizá-la a cerca de 500 m abaixo da trilha. A família enfrentou informações confusas — incluindo relatos de que ela teria água e comida e que o resgate era iminente, versões depois questionadas pela irmã, Mariana Marins.
Condições climáticas adversas — neblina, terreno íngreme e areia solta — impediram o acesso imediato. Helicópteros chegaram a ser cogitados, mas as autoridades locais os descartaram por segurança.
Desfecho que entristece o Brasil
Após quatro dias de buscas intensas — com até 50 profissionais envolvidos — o corpo de Juliana foi encontrado por drone e resgatado até a base de Sembalun no dia 24 de junho. As autoridades locais confirmaram que ela foi encontrada “sem sinais de vida”.
A Embaixada do Brasil em Jacarta cooperou com as equipes locais, e o Itamaraty prestou apoio à família. No Instagram, amigos e parentes agradeceram pelas milhões de mensagens recebidas durante os dias de angústia.
Legado e reflexões
Juliana Marins morava em Niterói e, além de publicitária, era dançarina de pole dance, apaixonada por fotografia e narrativa audiovisual. Sua jornada marcou o Jalapão como um dos momentos mais belos de sua vida, e suas postagens inspiraram muitos a viajar e se conectarem com a energia do mundo.
Hoje, o Monte Rinjani abriga uma lição dolorosa: natureza e aventura podem ser belas e transformadoras, mas exigem respeito aos limites e à imprevisibilidade — sobretudo em alturas extremas e terrenos traiçoeiros.
Que Juliana descanse em paz, guardada na lembrança de quem sentiu seu brilho. Que essa história sirva também de alerta — ao mundo e aos exploradores — sobre os riscos de se aventurar sem todos os cuidados.
Nossas condolências à família, amigos e admiradores — que encontrem conforto na memória vibrante da jovem que viveu intensamente.
Opinião e Editorial
Campanha por Ana Caroline: doações de sangue são essenciais para nova cirurgia oncológica
Ana Caroline precisa de doações de sangue para cirurgia oncológica no fígado. Doe no Hemocentro em seu nome ou compartilhe a campanha.

Nas próximas semanas, Ana Caroline da Silva Ribeiro Sousa passará por uma nova cirurgia oncológica no fígado. Com fé e esperança na recuperação, ela inicia uma mobilização solidária em busca de doações de sangue, fundamentais para o sucesso do procedimento.
Em sintonia com o Junho Vermelho, mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de sangue, Ana Caroline faz um apelo à população: quem puder doar, que procure o Hemocentro mais próximo e informe seu nome no momento da doação.
Para aqueles que não podem doar, o pedido é simples e igualmente valioso: compartilhar essa mensagem com o maior número de pessoas possível.
➤ Requisitos básicos para doar:
-
Apresentar documento oficial com foto
-
Ter entre 16 e 69 anos de idade
-
Pesar no mínimo 50 kg
-
Estar em boas condições de saúde
-
Não ter ingerido alimentos gordurosos nas últimas 3 horas
Qualquer tipo sanguíneo é bem-vindo.
Dúvidas? Entre em contato com o Hemocentro pelo telefone 0800 642 8822.

Ana Caroline precisa de doações de sangue para cirurgia oncológica no fígado. Doe no Hemocentro em seu nome ou compartilhe a campanha.
A solidariedade pode salvar vidas — e neste momento, pode salvar a vida da Ana Caroline.
Opinião e Editorial
A teoria da internet morta: uma reflexão sobre o futuro do mundo digital
A teoria da “internet morta” aponta para a perda de liberdade online devido à comercialização, vigilância governamental e censura, mas a Web 3.0 oferece esperança.

Nos últimos meses, o TikTok tem sido um dos maiores alvos dessa enxurrada de conteúdo gerado por IA. É comum que um a cada dois ou três vídeos no app seja totalmente criado por inteligência artificial – desde o roteiro, passando pela narração, até as imagens. Alguns usuários já estão chamando isso de “slime de IA” – porque, de tanto aparecer, parece que gruda no seu feed.
É importante ressaltar, também, que a teoria da internet morta não afirma que a maioria das interações pessoais na internet são falsas. Em contrapartida, ela levanta outra questão, a de que a internet não é mais um espaço para os seres humanos, feita por seres humanos e, portanto, esse espaço, anteriormente amado pela humanidade, se perdeu.
A comercialização e a perda de liberdade
Um dos exemplos mais claros dessa transformação pode ser observado nas redes sociais. Plataformas como Facebook, Instagram e YouTube, que inicialmente eram espaços de troca livre e de criação de conteúdo independente, agora priorizam o conteúdo pago e impulsionado por algoritmos. Segundo um estudo de 2023 da Pew Research Center, 64% dos usuários de redes sociais afirmam que as empresas controlam o que veem online com base em algoritmos de recomendação, geralmente favorecendo conteúdos patrocinados ou com maior potencial de gerar lucro.
Esse modelo de negócios está restringindo a visibilidade de publicações de usuários comuns, favorecendo conteúdos de empresas e influenciadores pagos. Esse fenômeno tem sido amplamente criticado por comprometer a espontaneidade e a diversidade de opiniões e expressões que a internet um dia proporcionou. A internet “morta”, então, seria aquela em que a liberdade de expressão e a democratização da informação são limitadas por interesses comerciais.
A vigilância e o controle governamental
Outro exemplo alarmante da “internet morta” é a crescente vigilância digital e o controle governamental sobre a internet. Países como a China e a Rússia já implementam sistemas de monitoramento digital robustos, com uma censura em larga escala. Na China, por exemplo, a “Great Firewall” bloqueia o acesso a plataformas como Facebook, Google e Twitter, além de monitorar constantemente a atividade online dos cidadãos.
Nos Estados Unidos, o debate sobre a privacidade digital ganhou força, especialmente após a revelação de programas de vigilância em massa pela Agência Nacional de Segurança (NSA). O monitoramento de dados pessoais pelos governos e pelas empresas de tecnologia tem gerado preocupações sobre a liberdade individual e a segurança online, um aspecto crucial da teoria da internet morta.
A censura e a manipulação de informações
A manipulação da informação também tem se tornado um tema central na teoria da “internet morta”. Em várias partes do mundo, especialmente em tempos de crise política, governantes e empresas de tecnologia têm sido acusados de manipular ou censurar conteúdos que não se alinham com seus interesses. No Brasil, por exemplo, durante as eleições de 2018 e 2022, houve inúmeras alegações de disseminação de fake news e manipulação de plataformas digitais para influenciar o voto da população.
Em 2021, o caso de WhatsApp e Telegram bloqueando conteúdos considerados “falsos” ou “enganosos” levantou debates sobre os limites da liberdade de expressão online. Embora as medidas de combate à desinformação sejam necessárias, muitos argumentam que essas ações também podem ser vistas como uma forma de censura, o que afeta a pluralidade de vozes e pontos de vista na web.
A Revolução da Web 3.0 e a possível restauração
Apesar de os exemplos apontados indicarem uma possível morte da internet original, existe uma corrente de otimismo no campo digital. A ascensão da Web 3.0, também conhecida como a internet descentralizada, traz esperanças de que a liberdade online ainda possa ser resgatada. Tecnologias como blockchain e contratos inteligentes têm o potencial de devolver o controle dos dados para os usuários, em vez de depender exclusivamente de gigantes da tecnologia como Google, Amazon e Facebook.
Proponentes dessa nova versão da internet acreditam que a Web 3.0 pode restaurar a autonomia e a liberdade online, com sistemas que possibilitam maior privacidade e controle sobre as informações pessoais. Exemplos disso incluem plataformas descentralizadas de mídia social como Mastodon e sistemas de pagamento via criptomoedas, que operam fora do alcance de bancos e governos.
O futuro da Internet está nas nossas mãos
Embora a teoria da internet morta tenha ganhado força com o crescente controle sobre a web, o conceito de uma internet viva, descentralizada e democrática ainda é possível. Iniciativas para preservar a liberdade online, como a Campanha por uma Internet Livre promovida pela Fundação Wikimedia e a Defesa da Privacidade Digital realizada por ONGs, estão sendo fundamentais para resistir às ameaças de regulação excessiva.
O futuro da internet dependerá, em grande parte, da capacidade de usuários e organizações de pressionamr por mais transparência, justiça e liberdade no mundo digital. A luta pela preservação dos ideais da internet original continua, e o cenário da “internet morta” pode ser apenas uma fase transitória até uma nova revolução digital.
Relatório da Europol: Um relatório da Europol, agência de segurança da União Europeia, publicado em 2022, já alertava: especialistas estimam que até 90% de todo o conteúdo na internet poderá ser produzido por IA até 2026. Repetindo: 90%!
-
Palmas3 dias atrás
Zanin concede prisão domiciliar a Eduardo Siqueira Campos por motivos de saúde
-
Internacional2 dias atrás
EUA oficializam tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto; carta de Trump a Lula provoca crise diplomática
-
Governo do Tocantins4 dias atrás
Temporada de Praia 2025 agita Araguacema com segurança e shows
-
ALETO4 dias atrás
Amélio Cayres valoriza cultura em Recursolândia e Goiatins
-
Comunicação Transformadora por Munyque Fernandes3 dias atrás
Você sabe a cor predileta de quem você ama?