Comunicação Transformadora por Munyque Fernandes
Bebê Reborn: a materialização do vazio existencial
Na era do afeto silenciado, buscamos sentido em bonecas reborn e likes, tentando preencher o vazio com simulações. Só o amor verdadeiro cura.
Por Munyque Fernandes

A cultura atual é de silenciar o afeto enquanto o excesso grita aos quatro ventos. Estamos saturados de estímulos, conexões artificiais e distrações, mas expressamos um vazio abissal. A exemplo temos o fenômeno dos bebês reborn: bonecas bem realistas tratadas como filhos por adultos que, em muitos casos, não estão brincando, estão buscando sentido para a própria existência .
“Reborn” significa “renascido”. E é isso que muitos tentam desesperadamente: renascer para uma vida que faça mais sentido, menos sofrida, que preencha os vazios deixados pela ausência de amor e de paz. No entanto, quando o renascimento é simulado em bonecas, algo mais profundo está sendo revelado: o adoecimento emocional em massa das famílias.
Homens e mulheres encontram nos bebês reborn não apenas um passatempo, e sim, uma válvula de escape para realidades pesadas, caóticas e solitárias. Eles se intitulam “pais” de boneca, como se o material sintético tivesse mais valor do que os filhos de carne e osso. Tudo isso para fugir da angústia de relacionamentos reais que machucaram, da frustração dos sonhos que não se realizaram e de uma sociedade que valoriza o ter, sem se preocupar em ensinar o ser.
Todo mundo quer ser amado, valorizado, aceito. E quando esse desejo não se concretiza em relações humanas saudáveis ou/e na espiritualidade, buscamos substitutos numa espécie de maquiagem para camuflar a face da dor.
Enquanto nossa essência quer conexão, identidade e propósito, a aparência oferece simulacros: bonecas no lugar de filhos, likes para disfarçar a falta de amigos e aplicativos de relacionamento como fuga para solidão. Fantasias que vestimos para mascarar nossa completa incapacidade de nos entregar de corpo e alma à realidade.
É preciso coragem para encarar o vazio e reencontrar a identidade. Se necessário seja uma “pessoa” reborn, que no sentido mais poderoso da palavra é ser transformada por dentro, nascer de novo e não se perder com as ilusões, porque só o amor que é verdadeiro, que não se compra, nem se fabrica é capaz de preencher o vazio até transbordar.
Comunicação Transformadora por Munyque Fernandes
Você sabe a cor predileta de quem você ama?
Por Munyque Fernandes

Pode parecer uma pergunta simples, até ingênua. Mas ela carrega uma profundidade que muitas vezes passa despercebida na correria: você sabe a cor preferida de quem você ama? Da sua mãe, do seu filho, do seu marido, da sua esposa, do seu melhor amigo?
Saber a cor favorita de alguém é mais do que conhecer um detalhe aleatório. É um sinal de atenção, de escuta, de presença. Em tempos em que a comunicação se resume a mensagens, áudios acelerados, emojis e memes, conhecer aquilo que alegra o coração do outro é um ato de cuidado e de intimidade.
Quantas vezes nos declaramos com palavras, mas deixamos de praticar a escuta amorosa? Quantas vezes dizemos “eu te amo”, mas não sabemos que aquela pessoa adora o azul, porque lembra o céu ou o amarelo, porque traz alegria e vitalidade?
A comunicação transformadora começa exatamente aí: na disposição de olhar de verdade. Amar é prestar atenção. É perceber os silêncios, os gestos e os gostos. É lembrar da cor preferida quando for escolher uma flor, uma blusa ou um cartão. É demonstrar que, mesmo com o mundo nos puxando para o urgente, você ainda escolhe preservar o essencial.
Talvez hoje seja um bom dia para fazer essa pergunta para quem está ao seu lado. E mais do que isso: guardar a resposta com carinho. A vida não mora só em obras grandiosas, ela se manifesta nos detalhes, porque não há nada mais corajoso que viver de verdade.
Comunicação Transformadora por Munyque Fernandes
Generosidade: um gesto que transforma a vida
Por Munyque Fernandes

Ser generoso vai muito além de doar o que sobra. A verdadeira generosidade exige presença, escuta e empatia. É quando escolhemos olhar para o outro com interesse real, partilhar tempo, palavras e atitudes que confortam e edificam.
E não falo aqui apenas de ações grandiosas e, sim, nos detalhes: em oferecer um sorriso, em responder com paciência quando o mundo só grita, em se interessar sinceramente por uma dor que não é sua. É também ser generoso consigo mesmo, oferecendo-se pausas, perdão e coragem para recomeçar.
Costuma-se pensar que o generoso é quem perde, quem abre mão, quem se doa sem garantia de retorno. Mas a verdade é outra: quem é generoso experimenta a mais profunda das riquezas, aquela que o dinheiro não compra e a vaidade não sustenta. A riqueza de ser canal de mudança, de cura e acolhimento.
Num mundo em que tanto se fala sobre produtividade, performance e poder, ser generoso é quase um ato de resistência. É escolher o caminho da compaixão e da partilha em meio a um sistema que nos empurra para o egoísmo.
Um exemplo é a minha amiga, responsável por este portal, a jornalista Jaciara Barros, que traz na sua identidade a mais pura forma de generosidade. Caladinha, no privado, ela dispende do seu valioso tempo para compreender o outro. E este é o verdadeiro impacto de um coração generoso, que não precisa de holofotes. Ele reverbera no silêncio das vidas que foram tocadas e nunca mais serão as mesmas.
Comunicação Transformadora por Munyque Fernandes
Saudade não se traduz para o inglês
Por Munyque Fernandes

Durante 16 anos da minha vida, dividi meu quarto com a minha irmã. A gente cresceu juntas até que eu sai de casa para estudar fora. Primeiro tivemos beliche, depois duas camas com colchas rosas, que nossa mãe encomendou.
Muito tempo se passou, construímos nossas famílias e há 8 anos finalmente conseguimos voltar a morar na mesma cidade: Palmas. E ao me mudar para o mesmo condomínio dela, veio o anúncio de que ela iria se mudar para os Estados Unidos. E mais uma vez a distância virou rotina, as conversas passaram a ter fuso horário e os abraços viraram emojis. Ela, o marido e os dois filhos, Pedro e Antonella, estão escrevendo uma nova história do outro lado do oceano. E eu, mesmo longe, continuei torcendo, amando e lembrando do tempo em que bastava abrir a porta do quarto para vê-la.
Agora, ela está de volta ao Brasil, nas primeiras férias escolares do meu sobrinho e minha afilhadinha. Juntas novamente é como se o tempo tivesse me devolvido um pedaço bom da infância de uma relação de amor e cumplicidade nascida no mesmo ventre.
-
Turismo5 dias atrás
Abrajet São Paulo reconhece importância do trade e entrega Troféu a apoiadores em Socorro
-
Turismo5 dias atrás
Estação Téti é o novo destino das famílias em Caxias do Sul
-
ALETO4 dias atrás
Aleto aprova obrigatoriedade de intérprete de Libras em peças do Governo do Tocantins
-
ALETO4 dias atrás
Expo Araguaçu 2025 valoriza agro e movimenta economia
-
Tocantins3 dias atrás
Casamento Comunitário no TJTO garante dignidade, cidadania e segurança jurídica a famílias de Palmas