Mundo em Movimento
Cadê minha conta que estava aqui?
O Instagram evoluiu de um simples aplicativo de publicação de fotos para um dos espaços sociais mais usados do mundo. A quantidade de usuários cresceu, são 122 milhões só no Brasil, mas a rede social agora luta contra as contas falsas. Em um esforço para manter a integridade da plataforma evitando violações na comunidade, houve um aumento no ritmo das desativações de rotina para retirar esses usuários da base.
Já assistimos a desativações relevantes em duas ondas: 2014 e 2019, onde um grande número de contas amplamente seguidas, principalmente celebridades, foram impactadas aos milhões. Em outubro deste ano, outra rodada aconteceu, mas não apenas contas falsas foram desativadas e muitos foram prejudicados. Se os influenciadores e marcas usam a plataforma como fonte de receita financeira, o que acontece quando suas contas são excluídas da noite para o dia?
Com o fenômeno do Instagram, profissões como de influenciadores digitais ganharam espaço e se desenvolveram rapidamente, mas esses profissionais são completamente dependentes da plataforma para realizar qualquer tipo de trabalho. O que era para ser uma rede social, virou uma plataforma de negócios e intermediação. Quando essas pessoas ficam sem conta, ficam sem renda e possibilidade de pagar seus funcionários, o que parece um problema banal, nesse caso, vira um caso de justiça complexo para ser solucionado.
No site reclame aqui, o Instagram registra 49 mil reclamações sem resposta, não apenas de usuários sem contas. Existem relatos de fraudes, phishing, golpes diversos. Em 6 de dezembro um usuário publicou “Não estou conseguindo acessar minha conta no instagram. Na primeira tentativa, me pediram uma selfie com uma folha escrito meu nome de usuário e um código que enviaram. Acessando por outra conta, percebi que, ao que tudo indica, minha conta foi desativada. Tenho essa conta desde 2012. Preciso acessá-la ainda hoje”. Até a hora que eu fiz a checagem ela permanecia sem resposta, somando-se aos outros 49 mil.
A Forum Hub recebe diariamente dezenas de pedidos de pessoas com o mesmo problema. Desde 2019 já existem decisões favoráveis na justiça onde consumidores são indenizados pela Meta – marca detentora do Instagram. No entendimento do juiz de um dos casos analisados, ao bloquear a conta do autor sem motivo justo, o réu praticou ato ilícito, o que gera o dever de indenizar. “Privar o requerente de fazer uso de seu labor na rede social, tendo o crescimento profissional sido frustrado por uma conduta abusiva (…) causa lesão ao direito da personalidade”, pontuou o julgador.
Essa é só mais uma camada de responsabilidade que empresas detentoras de redes sociais estão lidando e apesar das contas falsas, de fato, representarem um problema para segurança digital das pessoas e que por isso devem ser combatidas, tirar o meio de sustento de muitos profissionais também não soa nada justo.
*Por Patrícia Carvalho – CEO e cofundadora da Forum Hub
Conteúdo Religioso
Leão XIV completa 6 meses: paz, unidade e missão
Seis meses do pontificado de Leão XIV destacam paz, unidade, caridade e acolhida aos migrantes, com uma Igreja que constrói pontes.
Igreja ponte de comunhão
Na missa que inaugurou o pontificado, em 18 de maio de 2025, Leão XIV propôs uma Igreja unida e missionária, capaz de construir pontes e abrir diálogo. Em tempos de discórdia e preconceito, o anúncio da fé não se separa do testemunho da caridade. A missão não depende de acordos mundanos. É obra de Deus que age através de vínculos vivos na comunidade cristã.
Desaparecer para que Cristo permaneça
Na primeira celebração com os cardeais, o Papa recordou um compromisso para todos os que exercem autoridade na Igreja: fazer-se pequeno para que Cristo seja conhecido. Amor e unidade são, para ele, dimensões confiadas por Jesus a Pedro. Tal tarefa nasce da experiência pessoal do perdão de Deus e se converte em serviço humilde e total.
Evangelização: Deus em ação
Para Leão XIV, a evangelização não é marketing religioso. É Deus que toma a iniciativa e transforma corações. A unidade na diversidade não apaga carismas. Ela os integra. A salvação não se impõe por poder. Acontece quando nos comprometemos com o sofrimento do próximo com a compaixão do Evangelho, deixando que a fé molde escolhas e estilos de vida.
Testemunhar a paz
O Papa convoca a um estilo de vida não violento. Rejeita o fascínio pelos armamentos e pede audácia para desarmar. O desarmamento começa no coração. Sem paz interior, não haverá paz social. Por isso, insiste em decisões políticas que promovam diálogo, proteção de civis e investimento em vida, como educação e saúde, em vez de corrida bélica.
Amor aos pobres
Na primeira exortação apostólica, de 9 de outubro, Leão XIV afirma que o encontro com quem sofre não é opcional. É lugar teológico do encontro com o Senhor da história. Denuncia estruturas que perpetuam exclusão e lembra que justiça é critério de autenticidade do culto. A Igreja que serve aos últimos testemunha o Deus que se fez próximo.
Migrantes, nossos irmãos
O Papa chama a superar indiferença e estigmas. Políticas que instrumentalizam pessoas em situação de migração ferem a dignidade humana. O cristianismo reconhece em cada rosto um irmão e pede comunidades abertas, com proteção, integração e oportunidades reais. Nenhum ser humano é descartável.
Fontes e aprofundamento
Discursos, homilias e documentos podem ser consultados no portal oficial da Santa Sé:
Vatican.va.
O site reúne textos integrais, agendas e mensagens do pontificado, úteis para pesquisadores, agentes pastorais e jornalistas.
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Governo do Brasil
COP30 Belém: Portugal investe e Lula faz apelo global
COP30 Belém: Portugal anuncia investimento e Lula convoca líderes mundiais a agir pela Amazônia e pela transição climática.
O governo brasileiro, sob o comando do presidente Lula, prometeu contribuir com US$ 1 bilhão, enquanto a Indonésia já havia se comprometido com valor idêntico. O aporte português foi recebido como sinal de engajamento europeu na luta climática.
Portugal reforça compromisso ambiental
O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, confirmou durante a abertura da COP30 um aporte de € 1 milhão ao Tropical Forests Forever Facility (TFFF) — fundo internacional voltado à conservação de florestas tropicais.
Montenegro declarou que “Portugal ficará como um país fundador” do mecanismo e que o governo português pretende “participar desde o início de uma iniciativa concreta de preservação florestal, alinhada ao desenvolvimento sustentável e à justiça climática”. A iniciativa posiciona Portugal como um dos primeiros países europeus a assumir compromisso financeiro direto com o TFFF, reforçando os laços entre conservação, financiamento climático e cooperação internacional.
O investimento foi recebido positivamente pelo Brasil e pela comunidade internacional como um sinal de que o continente europeu passa a dar passos mais visíveis na agenda de financiamento para florestas tropicais.
Lula exalta papel da Amazônia e critica inércia global
Ao abrir a sessão plenária, Lula classificou a COP30 como “a COP da verdade” e cobrou que os países “levem a sério os alertas da ciência”. Citando que 2024 foi o primeiro ano com a temperatura média global acima de 1,5°C, o presidente referiu o relatório do PNUMA, segundo o qual o planeta ruma a 2,5°C até 2100, e o Mapa do Caminho Baku-Belém, que projeta mais de 250 mil mortes por ano e queda de até 30% do PIB global se a inação persistir.
Ele também apontou dois descompassos a superar — a distância entre diplomacia e vida real e o descompasso entre geopolítica e urgência climática — e defendeu acelerar a transição energética e proteger a natureza como as formas mais efetivas de conter o aquecimento.
Apelo por justiça climática e união global
No momento mais simbólico de seu discurso de abertura da Cúpula dos Líderes da COP30, Lula evocou a crença dos povos indígenas Yanomami — de que “cabe aos seres humanos sustentar o céu, para que ele não caia sobre a Terra” — para ilustrar a responsabilidade coletiva diante da crise climática.
Ele reforçou que “temos que abraçar um novo modelo de desenvolvimento mais justo, resiliente e de baixo carbono” e declarou: “Espero que esta Cúpula contribua para empurrar o céu para cima e ampliar nossa visão para além do que enxergamos hoje”.
O presidente ainda destacou que a justiça climática está diretamente ligada ao combate à fome, à pobreza e às desigualdades sociais, e chamou atenção para o papel das comunidades tradicionais e povos indígenas na defesa da floresta.
COP30 Belém como marco histórico
Ao sediar pela primeira vez uma conferência global sobre o clima no coração da Amazônia, o Brasil marca um momento inédito na trajetória das COP30. Desde a realização da primeira reunião das Partes da United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC) em Berlim, em 1995, esta conferência já passou por dezenas de edições — mas nenhuma havia sido realizada em uma região tão diretamente conectada ao principal sumidouro de carbono do planeta.
A escolha de Belém, no Pará, não se trata apenas de uma mudança geográfica: é simbólica. Conforme destaca a plataforma oficial de divulgação da COP30, a cidade “oferece ao mundo uma plataforma única para discutir soluções climáticas, ancoradas no coração da Amazônia”.
Analistas apontam que o evento pode representar um ponto de virada, não apenas para revisar compromissos, mas para mudar o modo como florestas tropicais, justiça climática e agenda de desenvolvimento são tratados globalmente. Americas Quarterly+1
Por que Belém e por que agora
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A cidade de Belém e a região amazônica simbolizam múltiplos desafios ambientais e sociais: desmatamento, perda de biodiversidade, vulnerabilidade de comunidades tradicionais, bem como riqueza natural incomparável. Americas Quarterly+1
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A preparação para a COP30 inclui investimentos em infraestrutura urbana, mobilidade e governança local, reforçando que o evento busca também gerar legado para o território anfitrião — e não apenas um palco para discursos.
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A realização da COP30 no Brasil ocorre num momento em que a própria UNFCCC exige aceleração: relatórios recentes apontam que embora progressos existam, não estão no ritmo necessário para alcançar os objetivos do Acordo de Paris.
O esperado legado
Com a COP30 em Belém, espera-se que se avancem compromissos mais firmes em três frentes principais:
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Financiamento climático — fundos para adaptação, mitigação e participação de países vulneráveis.
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Transição energética — acelerar a saída dos combustíveis fósseis e adotar fontes renováveis com justiça social.
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Metas de descarbonização e florestas tropicais — valorizar florestas como ativos no combate à mudança do clima, integrando povos indígenas e comunidades tradicionais nas decisões.
Em Belém, ciência, política e espiritualidade se cruzam: a Amazônia, com sua diversidade e complexidade, oferece um palco onde o discurso de proteção ambiental se vincula diretamente à vida das pessoas e das comunidades que convivem com ela. Este contexto torna a COP30 não apenas mais um encontro diplomático, mas um marco histórico — uma convocação global para agir com urgência, responsabilidade e equidade.
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Internacional
Zohran Mamdani vence em Nova York
Zohran Mamdani é eleito prefeito de Nova York e promete um modelo progressista para os EUA, com foco em transporte, moradia e inclusão social.
Nova York (EUA) — Zohran Mamdani, de 34 anos, foi eleito prefeito de Nova York em 4 de novembro de 2025, tornando-se o primeiro muçulmano e o primeiro descendente de sul-asiáticos a governar a metrópole. Em discurso histórico, declarou que “Nova York pode mostrar ao país como derrotar Donald Trump”, posicionando-se como símbolo de renovação e resistência ao conservadorismo nos Estados Unidos.
Vitória histórica e símbolo de diversidade
A vitória de Zohran Mamdani rompe paradigmas políticos e culturais. O novo prefeito representa uma geração mais jovem e plural dentro do Partido Democrata, que busca reconectar-se a eleitores urbanos, trabalhadores precarizados e imigrantes. Analistas apontam que a eleição em Nova York pode redefinir o papel das cidades progressistas diante do avanço do populismo de direita.
Revolução no Partido Democrata
Autodeclarado socialista democrata, Zohran Mamdani representa a ala mais à esquerda do partido. Sua vitória desafiou o establishment nova-iorquino e provocou reações intensas em setores moderados. O prefeito-eleito venceu antigos aliados da elite política local com uma campanha baseada em justiça social, redistribuição de renda e participação popular.
Principais propostas de governo
- Transporte público gratuito e ampliação da malha de ônibus;
- Congelamento de aluguéis e mais moradias acessíveis;
- Creche universal e supermercado público municipal;
- Salário mínimo de US$ 30 por hora até 2030;
- Maior taxação de milionários e grandes corporações.
Segundo Zohran Mamdani, “cada nova política deve reduzir desigualdades e aumentar o poder das comunidades locais”.
Desafios da gestão
Com um programa ambicioso, o novo prefeito enfrentará resistência de empresários e do Legislativo estadual. Especialistas alertam para o equilíbrio entre responsabilidade fiscal e justiça social. O primeiro ano de mandato será decisivo para testar a viabilidade financeira do seu plano e a capacidade de formar coalizões estáveis.
Repercussão internacional
O resultado ganhou destaque em grandes jornais como The Guardian, Al Jazeera e The New York Times. Donald Trump reagiu chamando-o de “lunático comunista”, enquanto apoiadores celebraram o avanço da diversidade na política americana. Observadores veem em Nova York um modelo para outras cidades progressistas.
Símbolo de uma nova geração
A ascensão de Zohran Mamdani sinaliza que as metrópoles americanas podem assumir protagonismo na transformação social. Seu discurso de esperança e reforma estrutural ecoa entre jovens eleitores e movimentos sociais que buscam alternativas ao status quo. Ao tomar posse, ele assumirá o desafio de mostrar que é possível governar com inclusão, transparência e equilíbrio econômico.
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