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Censo 2022 mostra que 43% da população quilombola tocantinense tem menos de 25 anos

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De acordo com a nova divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “Censo Demográfico 2022: Quilombolas e Indígenas, por sexo e idade, segundo recortes territoriais específicos: Resultados do universo”, os quilombolas no estado do Tocantins, em sua maioria, são pessoas de até 24 anos, sendo 5.632 (43,0%) dos 13.077 apontados pelo Censo.
Dentre as faixas de idade, os que possuem até 4 anos são 987 pessoas, enquanto a mais populosa dentre todas é a de 15 a 19 anos de idade, com 1.323 quilombolas. Os idosos, de 60 anos ou mais, são 14,1% (1.855), sendo que 17 têm entre 95 a 99 anos e apenas 6 são centenários.
No Brasil, quase 41% (544.829) dos 1,3 milhão de quilombolas têm menos de 25 anos. Quando se fala em pessoas de 60 anos ou mais, eles representam 173.265 brasileiros, o que, na proporção, indica 13,0%. Dos que ultrapassaram a barreira dos 100 anos, foram registradas 495 pessoas no país.
Pela primeira vez na história do Brasil, o Censo 2022 investigou a população quilombola e suas características demográficas, geográficas e socioeconômicas, obtendo informações fundamentais para aprofundar o conhecimento e orientar políticas públicas. “Essa divulgação inaugura toda uma linha de dados e informações inéditas sobre a população quilombola, abrindo uma série de possibilidades no campo da Demografia, da Antropologia e da própria Geografia.  É uma publicação importantíssima para políticas públicas de direitos humanos básicos, pois permite conhecer uma realidade que, até agora, era totalmente desconhecida sobre a população quilombola”, destaca Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais.
Marta afirma que perfil etário mais jovem do que o total da população era uma hipótese que já existia entre os pesquisadores e as organizações quilombolas, mas ressalta que a informação oficial em âmbito nacional inexistia.
 
Idade mediana do quilombola tocantinense é de 29 anos
A medida separatriz utilizada para dividir a população em duas partes iguais é a mediana. Ou seja, no caso do levantamento do IBGE, é ela que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população. Sendo assim, no estado ela é de 29 anos, que é a mesma dos quilombolas que vivem fora de territórios quilombolas, e dois anos abaixo da de quem mora em terras quilombolas, que foi de 31 anos. Nacionalmente, o país registrou 31 anos na totalidade, 28 em territórios quilombolas e 31 fora deles.
No recorte de população quilombola que reside em territórios oficialmente delimitados, a mediana mais baixa é a da Ilha de São Vicente, com apenas 19 anos. Já a medida mais elevada encontrada no Tocantins foi em Kalunga do Mimoso, com 42 anos, seguido de Lajeado, com 40. Cocalinho registrou 32 anos, Grotão, 31 e, Barra do Aroeira, com mediana de 24 anos de idade.
Barra do Aroeira representa 46,5% de todos os residentes em territórios quilombolas no estado
O IBGE também divulgou informações a respeito das populações dentro das terras quilombolas. No Tocantins, Barra do Aroeira teve o maior número de pessoas vivendo nestes locais, sendo 885 das 1.903 do estado, o que representou 46,5% do número total. Em seguida, vieram Cocalinho, com 401; Kalunga do Mimoso, que teve 379; Grotão, com 128; Ilha de São Vicente registrou 81 e, Lajeado, 29.
Apesar disso, quando levamos em consideração a proporção de quilombolas que vivem em territórios oficialmente delimitados, Lajeado é a única no estado com 100% de pessoas nesta condição, ou seja, todos os 29 contados pelo Censo se encaixaram no quesito. Cocalinho e Kalunga do Mimoso também tiveram uma porcentagem elevada, já que 388 (96,7%) e 361 (95,2%) habitantes quilombolas residiam, respectivamente, nos locais.
Ilha de São Vicente é a terra quilombola menos habitada por quilombolas no estado, com 8,64% dos dados totais, o que significa apenas 7 pessoas nesta condição.
56,2% dos residentes em terras quilombolas no Tocantins são homens
Ainda de acordo com resultados do Censo, os quilombolas tocantinenses em espaços oficialmente delimitados são, em maioria, homens, sendo 1.070 ante 833 mulheres. Em todos os seis territórios estaduais pesquisados possuem a mesma tendência, sendo que em Grotão tiveram 72 homens e 56 mulheres; Barra do Aroeira, 482 do sexo masculino e 403 do feminino; Kalunga do Mimoso, 239 homens e 140 mulheres; Ilha de São Vicente teve 45 contra 36; Cocalinho, dos 401, 214 eram homens e, Lajeado, a menor em população do estado, registrou 18 homens ante 11 mulheres.
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