Cris Conde: um voo que começa no olhar

“Entra pelos olhos, fica um tempo na mente e algum dia eu vou manifestar aquilo que observei”, diz ela, com a simplicidade de quem carrega décadas de experiência, mas nenhuma vaidade. E talvez seja justamente essa naturalidade que torne Cris tão potente — ela não pinta para impressionar, pinta para comunicar.

Inspirada por mestres como Picasso, Modigliani e Juarez Machado, mas também pelos traços anônimos dos muros das cidades, Cris é uma artista sem diploma, mas com um currículo vivido, cheio de cores e curvas que só a intuição conhece.

Sua exposição “Eu Passarinho”, com curadoria de Elsa Paraguaçu Elvas e produção de Thales Zago, abre nesta terça-feira, 6 de maio, na Galeria Divino, em Palmas. É lá que Cris pousa — ou voa — com suas obras que falam de leveza, confiança e liberdade. Feminino, corpo, alma, traço. Tudo nela vem como quem sussurra e impacta.

A artista carioca, que já passou por Tiradentes, Viena e Brasília, agora mora em São Paulo. Mas em cada tela, carrega um pouco de onde veio, por onde passou e para onde ainda quer voar.

“Para mim, a arte sempre foi ofício. Simples, natural. É a forma com a qual eu melhor me expresso.” E assim, sem anunciar grandiosidades, Cris Conde nos lembra que a arte mais verdadeira é aquela que não se explica — se sente.