O governo dos Estados Unidos revogou os vistos de entrada no país do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de seus aliados na Corte e de seus familiares imediatos. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em 18 de julho de 2025, e se baseia na alegação de que as ações do ministro, incluindo a imposição de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro, configuram uma “caça às bruxas política” que viola direitos fundamentais e afeta até mesmo cidadãos americanos .
Além de Moraes, os seguintes ministros do STF tiveram seus vistos revogados:
Luís Roberto Barroso
Dias Toffoli
Cristiano Zanin
Flávio Dino
Cármen Lúcia
Edson Fachin
Gilmar Mendes
A decisão também se estende ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Os ministros André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques não foram afetados pela medida, possivelmente devido a suas nomeações por administrações anteriores ou posicionamentos distintos em relação às ações judiciais envolvendo Bolsonaro .
O governo brasileiro, por meio da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, qualificou a revogação dos vistos como uma “afronta” ao Poder Judiciário e à soberania nacional .
Em resposta à medida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu uma nota oficial expressando solidariedade aos ministros afetados e condenando a ação dos EUA como “arbitrária e sem fundamento”, ressaltando que a interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações .
A revogação dos vistos ocorre em um contexto de tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, exacerbadas por disputas comerciais e acusações de interferência política, especialmente relacionadas ao processo judicial envolvendo o ex-presidente Bolsonaro .
Em solidariedade aos ministros afetados, o presidente Lula afirmou:
“Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos. A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações.”
“Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito.”
A situação gerou tensões diplomáticas entre os dois países, com o Brasil adotando medidas de reciprocidade econômica, incluindo a imposição de tarifas sobre produtos americanos, em resposta às ações unilaterais dos EUA .
A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos em 2025 reflete um momento de fragilidade nas relações bilaterais, marcado por disputas comerciais, acusações de interferência política e questões migratórias, com desdobramentos significativos para a política externa brasileira
Acompanhe a seguir a nota oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva:
NOTA À IMPRENSA
Nota sobre medida dos EUA contra ministros da Suprema Corte
Minha solidariedade e apoio aos ministros do Supremo Tribunal Federal atingidos por mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos.
A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações.
Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República


