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Indígenas Xerente contam com o apoio do Governo do Tocantins para a implantação de agroindústria de mandioca

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Estruturação da cadeia produtiva da mandioca em território indígena conta com aporte de R$ 600 mil do  Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado

Os indígenas das comunidades Xerente, localizadas no município de Tocantínia, a cerca de 86 quilômetros de Palmas, estão empenhados no desenvolvimento da cadeia socioprodutiva da mandioca e sua industrialização. A Associação dos Brigadistas Indígenas Xerente (Abix) convocou entidades e órgãos públicos parceiros para uma reunião na Prefeitura de Tocantínia, nesta terça-feira, 17, para discutir o assunto. O Governo do Tocantins apoia e fomenta a iniciativa liderada pelos indígenas.

A associação pleiteia a implantação de uma agroindústria para o processamento da mandioca produzida nas aldeias. O projeto de viabilidade econômica e financeiro será avaliado na próxima reunião do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE) da Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (Sics), marcada para a próxima segunda-feira, 22.

“Uma preocupação do governador Wanderlei Barbosa, levada a cabo pelo secretário Carlos Humberto Lima, é que seja feita uma política pública de Estado e não de governo. Assim, os investimentos e benfeitorias realizados em prol da comunidade Xerente serão perenes, gerando desenvolvimento social e econômico a longo prazo, sem descontinuidade”, destacou o superintendente de apoio às micro e pequenas empresas da Sics, Carlos Antônio Souza.

A iniciativa também conta com o apoio e colaboração da Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot). O diretor de proteção aos indígenas, Paulo Waikarnãse Xerente, representou a secretária Narubia Werreria e ressaltou que o projeto viabilizará a inclusão dos indígenas na economia do município. “Esta foi uma das primeiras reuniões para discutir o projeto. A Sepot compreende a importância e organizará o processo juntamente com a comunidade e demais atores participantes”, disse.

O projeto beneficiará diretamente mais de 4 mil indígenas em 80 aldeias dos territórios indígenas Xerente e Funil. De acordo com o presidente da Abix, Pedro Paulo Gomes da Silva, atualmente, cerca de 722 famílias produzem e beneficiam mandioca de forma artesanal para subsistência. “Queremos processar, industrializar e dar um salto de qualidade, pois temos muita produção, muitos produtores, mas nos falta esse suporte de produção para desenvolver e expandir nosso produto”.

Pedro Paulo afirma ainda que a estruturação da cadeia produtiva da mandioca tem potencial para promover a soberania alimentar do povo originário Xerente, com inclusão tecnológica, socioprodutiva e etnodesenvolvimentista. “Queremos fazer com que a comunidade indígena, de fato, seja desenvolvida e participe das questões produtivas do Estado”, completou.

Aliada à alta produtividade dos Xerente, a agroindústria pode transformar Tocantínia em um polo industrial de produção de derivados da mandioca. “Nossa comunidade indígena necessita de muita atenção e cuidado especial. Nesse caso, a estrutura municipal está à disposição para a concretização do projeto e transformação da realidade socioeconômica do município”, disse o prefeito João Alberto Machado.

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