Educação
Jovem Apinajé é o primeiro de sua etnia a cursar Medicina na Unitins

Natural da Aldeia Butica, em Maurilândia, o calouro de Medicina foi aprovado em 2º lugar na cota indígena
A pintura do ritual do Pepkaàk, tradição comemorativa dos Apinajés, ainda está evidente nos braços do calouro de Medicina Lucas Gomes Apinajé. Aos 19 anos, o indígena se tornou o primeiro de sua etnia a entrar no curso de Medicina da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), Câmpus Augustinópolis. A instituição fica no extremo-norte do Tocantins, não muito distante da Aldeia Butica, em Maurilândia, onde Lucas cresceu.
“Minha prima, que mora em Augustinópolis, me ligou pouco depois que saiu a 2ª chamada contando que eu tinha passado. Não acreditei. Mesmo vendo meu nome na lista, não acreditei (risos). Comecei a ligar para os familiares, minha mãe começou a chorar [ao telefone], meu bisavô me parabenizou na nossa língua materna, o Apinajé”, conta Lucas emocionado.
O calouro de Medicina foi aprovado em 2º lugar na cota indígena. Atualmente, 50% das vagas ofertadas no vestibular da Unitins são destinadas para estudantes de escolas públicas. Dentro desse recorte, a distribuição para pardos, pretos, indígenas e portadores de deficiência é definida em congruência com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde 2021, a universidade prevê vagas para cota indígena em todos os editais de vestibular. “O sistema de cotas é de extrema importância para a comunidade indígena como forma de motivar a entrada de indígenas na universidade”, opinou Lucas, que até os cinco anos de idade só falava o Apinajé.
O reitor da Unitins, Augusto Rezende, comemora. “Quando isso acontece, nós temos a certeza de que a Unitins está oportunizando, por meio do ensino superior e da aplicação da política de cotas – aprovada pela Assembleia Legislativa do Tocantins e implementada pela Unitins – a transformação dos cidadãos tocantinenses, dos povos originários e indígenas. Entendemos que ele terá esse olhar voltado para a comunidade dele, o que nos deixa feliz. Acredito que esse será mais um exemplo de sucesso que nasce da política de cotas”.
A escolha pelo curso de Medicina tem um porquê. “Percebi que na minha comunidade a assistência de saúde era fragilizada. Temos atualmente dois médicos que acompanham os indígenas e realizam duas visitas mensais. A assistência contínua é realizada pela Unidade Básica de Saúde da aldeia, que acompanha cerca de 70 indígenas. Quero ajudar meu povo, mudar a realidade da assistência à saúde nas comunidades indígenas”, relata o acadêmico que sonha em se especializar em Saúde Indígena.
“Quando um jovem indígena entra na universidade, nós ficamos felizes, pois sabemos que as comunidades sofrem com a falta de profissionais qualificados que se fixem no território e entendam a realidade sociocultural da população indígena e tradicional. Quando sabemos que um jovem da própria comunidade entra nas universidades, entendemos que existe uma predisposição maior desse jovem de voltar para trabalhar para o seu povo, fixando-se com maior facilidade, entendendo o seu povo e suas demandas”, pontuou a secretária dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins, Narúbia Werreria.
A etnia Apinajé é uma das oito mapeadas no Estado do Tocantins. Ela se concentra na região Norte do Estado, nos municípios de Maurilândia, Tocantinópolis, Cachoeirinha e São Bento, em 62 aldeias que reúnem 3,7 mil indígenas. O território Apinajé é demarcado desde 1984.
“O acesso à universidade por meio das cotas é uma conquista dos movimentos indígenas do Estado do Tocantins. Temos conseguido as vagas, mas muitos indígenas não conseguem entrar. Às vezes, até por medo, pois mesmo com a existência das cotas, deixar as aldeias ou mesmo a preocupação com a permanência devido às questões financeiras, o que gera receio”, explica a mãe do Lucas, Sheila Baxy Pereira de Castro Apinajé, que é graduada em Educação Intercultural pela Universidade Federal de Goiás e mestranda em Antropologia Social pela mesma instituição.
Ela complementa: “O bisavô do Lucas [Cacique José Ribeiro] sempre nos estimulou a estudar. Eu lembro meus filhos que mesmo que a gente more na aldeia, trabalhe na aldeia, que nossa casa seja a aldeia, nós devemos estudar e depois retornar para ajudar a nossa própria comunidade”.
Ritual do Pepkaàk
A conquista de Lucas foi motivo de festa na aldeia. Para celebrar, ele participou do ritual do Pepkaàk (sem tradução para o Português), que marca uma nova fase de maturidade, novo tipo de conhecimento que, neste caso, é a graduação em Medicina. O ritual também abençoa e permite a ida do indígena em busca do novo conhecimento, retornando, posteriormente, com o aprendizado adquirido para que seja aplicado na sua comunidade.
“[Depois de passar pelo ritual] me sinto mais confiante, mais confortável. É uma tradição cultural que remete aos meus ancestrais, à minha comunidade. É o que eu sou e representa quem eu posso me tornar”, compartilha o acadêmico.
O ritual durou cerca de duas horas e foi guiado pelo bisavô do calouro, o cacique José Ribeiro. A cerimônia ocorre no centro da aldeia com cânticos e a presença de toda a comunidade. O coordenador do curso de Medicina do Câmpus Augustinópolis, Victor Giovannino, também participou do ritual como convidado.
“Conheço a família desde que cheguei em Augustinópolis, em 2021, e sempre fui muito bem recebido. Nessa ocasião me convidaram para ser padrinho dele e eu fiquei feliz e emocionado. O ritual é muito bonito, com uma energia muito boa”, comenta o coordenador.
As aulas do semestre 2023/1 começaram há uma semana. “A interação com os colegas está sendo muito boa, nossa turma é muito receptiva. A sensação de ser universitário é incrível, um sonho que estou realizando. Espero ter contato com a Saúde Indígena o quanto antes e ajudar meu povo da forma que eu puder”, almeja o calouro indígena.
Educação
Lumnis lança programa pioneiro que qualifica profissionais brasileiros no mercado de crédito internacional
Transmissão ao vivo no YouTube marca o lançamento do primeiro programa executivo do país voltado à capacitação de profissionais para atuação no mercado internacional de crédito

A Lumnis Educacional, primeira instituição brasileira especializada em formação executiva em crédito internacional, anuncia a realização do evento “CRÉDITO SEM FRONTEIRAS- Sua porta de entrada para o mercado de crédito internacional”, que acontecerá no dia 10 de julho às 19:30. O encontro virtual e gratuito será transmitido ao vivo no canal oficial da Lumnis no YouTube, com o objetivo de apresentar o universo da captação internacional de recursos e lançar oficialmente o curso Pré-MBA FGCI – Formação Global em Crédito Internacional.
A programação do evento terá duas horas de duração e contará com a participação de Luciano Bravo, mentor na Lumnis e CVO da Inteligência Comercial, Evilásio Júnior, COO da Lumnis e José Carlos Barbará, Diretor acadêmico e professor na FGV. Os painéis abordarão desde os bastidores da criação da Lumnis até o detalhamento de oportunidades de carreira na área de crédito internacional, além de um tour completo pela plataforma e pela experiência de aprendizagem oferecida no curso.
Com carga horária de 28 horas distribuídas em 8 módulos, o curso aborda temas como regulação e compliance, análise de risco, comunicação com fundings internacionais e uso de inteligência artificial aplicada ao crédito global. Ao final da jornada, os alunos estarão aptos a diagnosticar empresas com potencial de captação externa e estruturar operações seguras, eficientes e rentáveis.
“Queremos formar profissionais altamente qualificados para o crescimento financeiro e sustentável do país. O Brasil tem talento, mas ainda falta acesso e informação para a qualificação necessária. Criamos a Lumnis para destravar esse potencial e formar profissionais capazes de operar com excelência no mercado financeiro global e, consequentemente, torná-los mais bem sucedidos em seus negócios. Para tudo isso acontecer, queremos transformar prosperidade em caminho, não exceção”, afirma Luciano Bravo.
Destinado a consultores financeiros, empresários, advogados, contadores, ex-banqueiros, estudantes e profissionais em transição de carreira, o evento promete alcançar mais de 1.000 inscritos. Durante a transmissão de 10 de julho, os espectadores terão acesso a uma condição promocional exclusiva para ingresso no programa.
O Pré-MBA FGCI é uma formação oferecida pela Lumnis voltada para quem deseja atuar no mercado de crédito internacional, mesmo sem experiência prévia na área. A sigla FGCI está relacionada ao foco do curso: Formação em Gestão de Crédito Internacional. Esse programa prepara profissionais para intermediar operações financeiras entre empresas brasileiras e fontes de crédito no exterior, utilizando ativos como imóveis e patrimônios de alto valor como garantias. O curso é 100% online, com duração de cinco semanas, e inclui mentorias ao vivo. Um dos diferenciais é a possibilidade de atuar nesse mercado recebendo comissões em euro ou dólar, sem necessidade de vínculo bancário ou certificações tradicionais.
O certificado do Pré-MBA FGCI será emitido pela Lumnis Educacional, que é a instituição responsável pela formação. O programa possui chancela oficial e validação prática, o que reforça seu compromisso com a qualidade e a seriedade da capacitação oferecida.
Acompanhe o evento pelo canal da Lumnis no YouTube: Lumnis – Você Escolheu Prosperar!
Sobre a Lumnis Educacional
A Lumnis é a primeira instituição no Brasil dedicada à formação de profissionais especializados em crédito internacional. Com cursos técnicos, mentorias e programas de certificação, a Lumnis capacita seus alunos a atuarem junto a fundos, bancos e investidores globais, promovendo inclusão econômica e protagonismo profissional no mercado de funding internacional.
Sobre a Inteligência Comercial
A Inteligência Comercial é uma consultoria especializada em crédito internacional que atua diretamente com empresas brasileiras na estruturação de operações financeiras globais. Combinando estratégia, assessoria técnica e acesso a instrumentos financeiros internacionais, a empresa apoia seus clientes na captação de recursos junto a fundos, bancos e investidores estrangeiros. Além da consultoria, a Inteligência Comercial também oferece treinamentos, mentorias e conteúdos educacionais por meio da ACI Academy, seu braço de capacitação.
Redes Sociais
Instagram Lumnis: https://www.instagram.com/educacionallumnis/
YouTube: https://www.youtube.com/@LumnisEducacional-t2e
Instagram Inteligência Comercial: https://www.instagram.com/comercialinteligencia/
Website Inteligência Comercial: https://inteligenciacomercial.com/
Atendimento à imprensa
João Poncciano – imprensa@inteligenciacomercial.com
Educação
APM Cursos inaugura unidade em Palmas e amplia acesso à especialização médica no Tocantins

No próximo dia 04 de julho, Palmas receberá a inauguração da unidade da Academia de Cursos Médicos (APM), que oferece cursos de pós-graduação e capacitação técnica voltados a profissionais da saúde. A chegada da instituição ao Tocantins representa um marco para a educação médica no Estado, que passa a contar com uma opção local para formação especializada, antes concentrada em outras regiões do País.
A programação de abertura começa às 7 horas, no auditório do Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed), com uma aula magna sobre osteoporose, ministrada pelo médico e professor Dr. Frederico Barra, ortopedista especialista em dor e doenças osteometabólicas.
Das 10h às 13h, será realizado um workshop na Clínica Ortopédica do Tocantins (COT), com atividades práticas. Ainda pela manhã, os participantes poderão acompanhar uma oficina sobre Desintometria Óssea, exame utilizado no diagnóstico de doenças como a osteoporose. Em seguida, serão apresentadas tecnologias aplicadas ao tratamento da dor, como a Terapia por Ondas de Choque (TOC) e o Laser de Alta Intensidade, ambos indicados para lesões e dores musculoesqueléticas.
À noite, a partir das 18h20, a programação retorna ao Simed com as palestras: “IA: o estado da arte e a prática médica”, conduzida pelo professor Dr. Leonardo Ludovico Póvoa e, o tema “Cannabis na dor musculoesquelética: O que você precisa saber”, ministrada pelo professor Dr. Frederico Barra. Em seguida, ocorre o coquetel de inauguração, na área social do sindicato.
Educação médica mais próxima da realidade local
Para o coordenador acadêmico da APM em Palmas, Dr. Elton Stecca Santana, a instalação da unidade no Tocantins representa uma importante descentralização do ensino médico especializado. “A proposta é facilitar o acesso de médicos e profissionais da saúde a formações presenciais de qualidade, que antes exigiam deslocamento para regiões como Sudeste e Sul. A expectativa é que a unidade funcione como um polo regional de educação continuada, atendendo demandas e contribuindo para a qualificação da prática médica no Estado”, afirma.
Segundo ele, a iniciativa também ajuda a reduzir desigualdades no acesso à atualização profissional, especialmente para médicos que atuam em cidades do interior. “É uma oportunidade para que esses profissionais se qualifiquem sem precisar sair do Tocantins”, destaca.
Educação
Projeto Bela Escola reúne grafiteiras e estudantes para transformar escolas com arte
Projeto Bela Escola leva murais criados por mulheres às regiões norte e sul de Palmas, com protagonismo de alunas do ensino médio

Financiado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, por meio do Ministério da Cultura e Governo Federal, o projeto pode ser acompanhado pelo Instagram: @belaescola_.
A diretora da Escola Estadual Vale do Sol, Kátia Macedo, conta que os murais trouxeram um novo clima à escola. “Vai ser um impacto quando os alunos chegarem e verem a escola assim. Quando a gente falou do projeto, muitos não tinham noção da magnitude. São imagens maravilhosas, indígenas, figuras da cultura tocantinense, e tudo com muito respeito ao espaço escolar”, afirmou. Ela também celebrou o envolvimento das meninas no projeto: “As alunas que participaram do concurso agora têm uma chance real de expandir seus talentos. Elas viram que têm habilidade, e isso puxa outras. Vão se tornar multiplicadoras.”
Para Angélica Ribeiro, de 16 anos, estudante do segundo ano do ensino médio e uma das autoras dos desenhos escolhidos, a experiência foi marcante. “Eu saltei quando soube que meu desenho tinha sido escolhido! Foi a primeira vez que participei de uma pintura assim, e ainda com grafite, que era algo muito distante da minha realidade. Eu quero cursar Artes Visuais, e isso foi uma oportunidade enorme”, conta. “Me senti muito confortável com a equipe, principalmente por ser toda formada por mulheres. A temática do Cerrado me inspirou, e acho que combinou muito com a escola.”
No Colégio Estadual Criança Esperança, a professora Michele Marques dos Santos, que também é coordenadora da área de Linguagens, destacou a importância de projetos como esse em uma escola bilíngue e inclusiva. “Já tivemos experiências com grafite antes, mas essa é ainda mais especial porque as alunas participam de tudo, desde o desenho até a pintura. Isso estimula a criatividade, o senso de pertencimento e ainda deixa a escola mais bonita e acolhedora.”
O projeto também garante acessibilidade para estudantes com deficiência: há intérprete de Libras nas apresentações, acompanhamento para alunas com deficiência durante as oficinas e recursos como audiodescrição e resumo em braile dos murais, acessíveis via QR Code nas escolas.
“É muito bom ver arte com essa qualidade e esse respeito dentro do espaço escolar. Toda escola merecia ter algo assim”, reforça a diretora Kátia.
-
ALETO5 dias atrás
Aleto aprova obrigatoriedade de intérprete de Libras em peças do Governo do Tocantins
-
ALETO5 dias atrás
Expo Araguaçu 2025 valoriza agro e movimenta economia
-
Tocantins4 dias atrás
Casamento Comunitário no TJTO garante dignidade, cidadania e segurança jurídica a famílias de Palmas
-
Governo do Tocantins4 dias atrás
Tocantins marca presença no Fórum Jurídico de Lisboa
-
ALETO5 dias atrás
Empreendedorismo do Jovem do Campo ganha incentivo oficial no Tocantins