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Direito

Justiça bloqueia R$ 20 milhões e bens da Balada Eventos em esquema de lavagem de dinheiro de apostas ilegais

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A Justiça brasileira bloqueou R$ 20 milhões e decretou o sequestro de todos os imóveis e embarcações em nome da Balada Eventos e Produções Limitada, empresa do cantor sertanejo Gusttavo Lima. O bloqueio faz parte de uma investigação que envolve um esquema de lavagem de dinheiro ligado a apostas ilegais, apurado pela Operação Integration. A operação também prendeu a influenciadora digital Deolane Bezerra e sua mãe, Solange Bezerra, na última quarta-feira, 4 de setembro, no Recife. As informações foram divulgadas pelo programa Fantástico, da TV Globo.

Segundo as investigações, a Balada Eventos estaria atuando junto a José André da Rocha Neto, proprietário da empresa de apostas VaideBet, que até junho deste ano era patrocinadora master do Corinthians e contava com Gusttavo Lima como garoto-propaganda. Rocha Neto, apontado como peça central no esquema, é considerado foragido, já que estava na Grécia quando a operação foi deflagrada. Além disso, a Justiça bloqueou R$ 35 milhões de suas contas pessoais e mais R$ 160 milhões de suas empresas.

A situação complicou-se ainda mais quando foi revelado que uma das empresas de Rocha Neto, a JMJ Participações, comprou a aeronave Cessna Citation Excel, que estava em processo de transferência de propriedade. De acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião ainda está registrado no nome da empresa de Gusttavo Lima, apesar de ser operado pela JMJ Participações. A aeronave foi apreendida em Jundiaí, interior de São Paulo, durante a operação.

Defesa e Reações de Gusttavo Lima

Em nota enviada ao programa Fantástico, a defesa de Gusttavo Lima afirmou que o cantor “apenas vendeu a aeronave para a JMJ Participações, cumprindo todas as exigências legais”. Segundo a nota, o artista mantém apenas um contrato de uso de imagem com a VaideBet e nem ele, nem a Balada Eventos “fazem parte de nenhum esquema de organização criminosa de exploração de jogos ilegais e lavagem de dinheiro”. A defesa também mencionou que a empresa se manifestará nos autos para apresentar os documentos pertinentes e esclarecer a situação.

Pouco tempo após a exibição da reportagem, Gusttavo Lima utilizou suas redes sociais para se defender. Em um vídeo e em textos publicados, o cantor classificou a inclusão de sua empresa no esquema como “loucura” e afirmou estar sendo vítima de uma “injustiça”. “Se a Justiça existir nesse país, ela será feita. São 25 anos dedicados à música, todos vocês sabem da minha luta para chegar até aqui. Abuso de poder e fake news eu não vou permitir. Sou honesto”, desabafou o sertanejo.

Implicações no Mundo das Apostas e da Música

O envolvimento de figuras públicas de grande relevância, como Gusttavo Lima e Deolane Bezerra, traz uma nova dimensão ao caso. O cantor, que construiu uma das maiores carreiras do sertanejo no Brasil, tem uma base de fãs gigantesca e contratos publicitários de peso. O caso coloca em foco a relação entre o mercado musical, apostas online e possíveis práticas ilícitas associadas a essas empresas.

Com a VaideBet envolvida no escândalo, o impacto também se reflete no mundo do futebol, uma vez que a empresa tinha grande visibilidade através do patrocínio ao Corinthians, um dos maiores clubes de futebol do Brasil. A investigação lança luz sobre como o dinheiro de apostas ilegais pode estar sendo movimentado através de acordos publicitários e comerciais.

Situação Legal e Perspectivas

A Operação Integration ainda está em andamento, e os desdobramentos do caso prometem atingir diversas esferas do entretenimento e do esporte. Com José André da Rocha Neto foragido, a apreensão de bens e imóveis, incluindo a aeronave de Gusttavo Lima, sugere que a Justiça está determinada a aprofundar as investigações sobre possíveis envolvimentos de outros nomes no esquema.

A defesa tanto de Gusttavo Lima quanto de José André da Rocha Neto enfatiza a legalidade das transações, enquanto a polícia continua a investigar o fluxo de dinheiro entre empresas de apostas e eventos. Especialistas em direito criminal afirmam que, se comprovada a participação de figuras públicas, o caso pode abrir um precedente para novas investigações no setor de apostas e entretenimento no Brasil.

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