Comunicação Transformadora por Munyque Fernandes
Menos rótulos, mais respeito e acolhimento para as mães

Em datas comemorativas como o Dia das Mães é comum ver homenagens que nos chamam de “heroínas” ou “guerreiras”. São palavras carregadas de admiração, mas que também revelam uma expectativa silenciosa: a de que sejamos incansáveis, indestrutíveis, disponíveis o tempo todo. Mas a verdade é que, mais do que esses rótulos (que só servem para shampoos), as mães querem e precisam ser vistas como humanas. Queremos ser amadas, respeitadas e cuidadas, assim como cuidamos desde o princípio da vida.
A ideia da “mãe heroína” cria uma armadilha emocional. Uma heroína não cansa, não chora, não falha. Uma guerreira não pode dizer “quem precisar de mim que lute”. Quando nos colocam nesse pedestal, nos desumanizam. Cria-se a falsa expectativa de que abracemos tudo e a todos, que enfrentemos nossas dores físicas e emocionais em silêncio, que estejamos sempre a postos para a luta.
Queremos empatia, impor limites e valorização dentro e fora de casa. Queremos ser mãe sem que tenhamos que anular o nosso lado mulher. Não desejamos a perfeição, almejamos apoio nas milhares de tarefas que acumulamos, na criação dos filhos e na manutenção da nossa saúde mental.
Precisamos de liberdade, segurança e autonomia para oferecermos o amor sem limites, cheio de sacrifícios e julgamentos. Nos poupe das guerras, da falta de empatia, da violência, do machismo…Nos acolha sem preconceitos e nem rótulos, dê colo a quem foi o seu primeiro abrigo.