Fátima Bosch Fernández, representante do México, foi coroada vencedora do Miss Universo durante a final realizada nesta sexta-feira, em Bangcoc, na Tailândia. A 74ª edição do concurso ganhou destaque internacional não apenas pelo resultado, mas também pelas polêmicas envolvendo o então diretor do evento, Nawat Itsaragrisil, cuja postura gerou forte repercussão e levou ao seu afastamento. Aos 25 anos, Bosch superou concorrentes de diversos países e conquistou o título após uma trajetória marcada por tensão nos bastidores e manifestações de apoio de outras candidatas.
A mexicana foi seguida pela tailandesa Praveenar Singh, de 29 anos, que ficou em segundo lugar. A venezuelana Stephany Adriana Abasali Nasser, também de 25 anos, terminou em terceiro, enquanto a filipina Ahtisa Manalo, de 28 anos, alcançou a quarta posição. Fechando o top 5, ficou Olivia Yacé, de 27 anos, candidata da Costa do Marfim, reconhecida por sua forte presença pública. O Brasil foi representado pela piauiense Maria Gabriela Lacerda, de 22 anos, que avançou até o top 30, resultado considerado positivo após quatro anos sem presença brasileira nessa fase. A última vez havia sido em 2021, quando Julia Gama conquistou o segundo lugar em uma edição especial que reuniu candidatas de dois anos.
A vitória de Bosch ganha ainda mais relevância diante de um episódio controverso ocorrido durante um evento promocional do Miss Universo. Segundo relatos amplamente divulgados pela imprensa internacional, o então diretor Nawat Itsaragrisil criticou publicamente a candidata mexicana por não participar de uma das atividades programadas. Ao tentar responder, Bosch teria sido interrompida, e o diretor teria solicitado que ela permanecesse em silêncio. O episódio levou o clima do evento a se intensificar, resultando em uma reação imediata de outras concorrentes, que deixaram o local em solidariedade à mexicana. Entre elas estava a Miss Universo 2024, Victoria Kjær Theilvig, representante da Dinamarca.
Em entrevistas posteriores, Fátima Bosch afirmou que não considerou respeitosa a forma como foi abordada e que se sentiu desvalorizada. Suas declarações impulsionaram discussões sobre comportamento institucional, respeito às candidatas e postura organizacional. A repercussão alcançou dimensões maiores quando Raúl Rocha Cantú, empresário mexicano e presidente da organização Miss Universo, anunciou o afastamento de Nawat do cargo. Ele classificou o episódio como inadequado para o ambiente do concurso, que afirma promover empoderamento, diversidade e autenticidade.
Além dessa situação, outros pontos controversos marcaram a edição. Dois jurados renunciaram após insinuarem possíveis irregularidades no processo de avaliação, o que gerou novas discussões entre o público. A organização negou qualquer tentativa de interferência nos resultados. Paralelamente, autoridades tailandesas iniciaram uma investigação sobre a possibilidade de que o evento tenha divulgado ou promovido cassinos online de forma indevida, o que é proibido no país. As suspeitas criaram mais tensão, mas os organizadores reafirmaram que todas as práticas seguiram a legislação local.
A repercussão também chegou ao campo político. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, comentou o episódio envolvendo sua conterrânea, afirmando que Bosch demonstrou coragem ao responder a uma situação de desrespeito. Sheinbaum destacou que mulheres precisam se posicionar diante de condutas inadequadas, reforçando a importância do respeito e da dignidade em ambientes profissionais e competitivos.
A vitória de Fátima Bosch, portanto, vai além do título tradicional de beleza e representatividade. Ela se tornou símbolo de resiliência em meio a pressões externas, debates sobre conduta organizacional e discussões sobre integridade dentro de um dos concursos mais conhecidos do mundo. Sua conquista encerra uma edição marcada pela diversidade cultural das finalistas, pelo envolvimento do público e por debates que ultrapassaram o universo dos concursos de beleza, chegando ao campo social, político e institucional.
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