Sebrae
No Tocantins, 28% dos pequenos negócios são comandados por mulheres
Estado apresenta, no País, maior proporção de donas de negócios, que são também provedoras do lar
No Tocantins, mais de 58 mil mulheres são donas de pequenos negócios. A pesquisa, realizada pelo Sebrae, aponta que o número representa 28% de empreendedores desta categoria no Estado. Os dados refletem um avanço em relação ao primeiro trimestre de 2022, naquele ano 26,8% eram mulheres.
Os dados acima, quando segmentados ao Microempreendedor Individual (MEI), indicam que das 93.522 empresas tocantinenses cadastradas no Portal do Empreendedor, 38.781 são de mulheres, o que representa 41,47% dos MEI’s.
O estudo destaca que 51% destas empreendedoras são chefes de casa, 34% cônjuge, 9% filhas e 6% outras. O Tocantins é o estado com a maior proporção de donas de negócio que são provedoras do lar, 59,3% contra 51% na média nacional. Ou seja, 16% a mais que os números nacionais.
O levantamento aponta ainda que 87% dessas empresas no Tocantins geridas por mulheres possuem de um a cinco empregados e 24% dessas empreendedoras têm formação superior.
Apesar dos números indicarem que muitas mulheres no Tocantins enfrentam o desafio de empreender, não é de hoje que elas se deparam com dificuldades no mercado. Isso porque, além de terem que provar que são competentes, elas também precisam administrar a dupla ou tripla jornada (dona de casa, esposa/mãe, empreendedora).
Análise
O gerente do Sebrae Fernando Ferrarin destaca que os segmentos mais representados por mulheres são da beleza, comércio do vestuário, serviço de kettering, alimentação, comércio de produtos farmacêuticos, cosméticos e confecção. “O Tocantins tem a maior representação no Brasil quando se trata de mais mulheres que são donas de seus negócios e também chefes de família”.
O gerente menciona que 32% delas têm até 34 anos, 48% têm entre 35 anos a 54 anos e 19% têm 55 ou mais anos. “Um dado interessante é que 75% dessas empresas possuem mais de dois anos de atividade, ou seja, elas já passaram da fase mais difícil do empreendedorismo. Essa participação cresce ano a ano. É o modelo de negócio que mais cresce no País. Então, da mesma forma que as mulheres têm ocupado espaço, serviços e empregos em grandes empresas, elas também estão buscando o seu espaço no empreendedorismo”, complementa.
Exemplo
“Desde pequena eu sempre sonhei em ser dona do meu negócio. Quando imaginava meu futuro profissional eu tinha a imagem de que estaria à frente de algo. Claro que antes de começar a empreender, precisei passar por vários empregos, mas tudo foi base para começar algo que seria meu”, afirma a empresária Cecília Santos, que há quase 10 anos gerencia uma empresa de assessoria de imprensa e um brechó na Capital.
Apesar de ter encarado as dificuldades de empreender, ela ressalta que os percalços nesse tempo não foram fáceis. “Sendo mulher é ainda mais difícil. Lidar com machismo, dúvidas constantes sobre a minha capacidade de gerir, simplesmente por causa do meu gênero. Isso sem contar na dificuldade que é conciliar casa, vida pessoal e trabalho. Mas eu me orgulho muito de estar aqui. Me orgulho também das mulheres empreendendo. Adoro encontrar outras profissionais, que são minhas concorrentes no mercado, mas que são mulheres que admiro. Sei da dificuldade que elas passam diariamente e sei o tanto que é preciso coragem para fazer o que fazemos”, finaliza.