Governo do Brasil
Órfãos de pais vivos: conheça a história dos filhos separados de pais com hanseníase

DPU luta por indenização às vítimas da política sanitária que destruiu famílias no século XX
Por décadas, pessoas com hanseníase foram isoladas do resto da sociedade no Brasil. Elas eram excluídas do convívio social e condenadas ao confinamento em hospitais colônias.
Há anos a Defensoria Pública da União (DPU) busca defender o direito das pessoas que foram afastadas da família por causa dessa política sanitarista governamental. E neste último domingo de janeiro (28), data em que se comemora o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase no Brasil e o Dia Mundial da Hanseníase, a DPU traz uma história que escancara algumas das cicatrizes profundas que ficaram após a separação traumática dos pais.
Privadas do amor, do afeto e do convívio com a família, os filhos das pessoas que tinham hanseníase no século passado cresceram sem saber o que é ter parentes presentes. Helena Bueno, 62 anos, é uma dessas vítimas do Estado.
Ela é uma das assistidas da DPU e conta que nunca conheceu mãe, pai, avós nem tios. “Passei por preventórios, minha mãe e meu pai ficaram doentes e não puderam me criar. Comi o pão que o diabo amassou na casa dos outros”, desabafa.
Helena foi entregue ao Educandário Santa Terezinha, localizado em São Paulo, no dia em que nasceu. Tirando o momento do parto, nunca teve contato com a mãe que, assim como o pai, já havia morrido quando Helena atingiu a maioridade e teve, pela primeira vez, a oportunidade de conhecer sua história. Anos depois, Helena descobriu que a mãe nunca nem soube de seu paradeiro.
“Tudo bem, ela tinha doença. Mas isso não se faz com uma mãe ou filha”, enfatiza emocionada. “Eu lembro que o preventório ficava no alto, olhava e via as coisas lá embaixo, mas não tinha essa ideia de pai, mãe, família. Lá era meu mundo. Eu não sabia que existia outro mundo fora”, disse.
No educandário viveu até os 18 anos, mas as lembranças seguem com ela até hoje. Essa política de isolamento compulsório das pessoas doentes com hanseníase vigorou no país até 1980. Em 2007, a Lei 11.520 estabeleceu o pagamento de uma pensão vitalícia aos ex-pacientes, no valor de R$ 750,00.
No entanto, os filhos órfãos de pais vivos, também vítimas dessa decisão do Estado, não haviam sido indenizados e batalharam por justiça. Até que, em novembro de 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 3023/2022, que sucede à Lei de 2007 e institui indenização em formato de pensão vitalícia a eles.
DPU luta por direitos humanos
Nesse período, a Defensoria Pública da União buscou defender o direito das pessoas que foram afastadas da família por causa da política sanitarista governamental. Junto com o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a indenização por parte do estado seja considerada imprescritível nesses casos.
Isso porque hoje no Brasil vigora uma regra que diz que “as dívidas passivas e qualquer direito ou ação contra a União, estados e municípios prescrevem em 5 anos contados da data no ato ou do fato do qual se originaram”.
O defensor público federal Gustavo Zortea, que atua no caso, conta que o pleito da DPU é justamente para retirar a situação dos filhos separados das pessoas atingidas pela hanseníase dessa regra geral. “Nós entendemos que o que essas pessoas sofreram não é uma violação comum. A pretensão ressuscitaria que elas têm contra o estado, lato sensu, não é comum. É uma pretensão que surge de uma política pública engendrada pelo estado de maneira sistemática e altamente violadora de direitos humanos”, explica.
O argumento da DPU na Suprema Corte é que quando a política pública, que devastou milhares de vidas, prescreveu as vítimas estavam em situação de vulnerabilidade, muitas vezes eram crianças, e por isso não recorreram à justiça.
O defensor força que mesmo com a Lei 3023/2022, a DPU continuará a defender os direitos desses filhos de pais órfãos que possam vir a precisar de orientação jurídica.
Um pouco mais dessa história
Helena nasceu em 1961, no município de Itu, São Paulo. Recém-nascida, foi levada para a capital, que fica a aproximadamente duas horas de viagem. “Me trouxeram no mesmo dia para São Paulo, imagine a dor da minha mãe”, reflete.
A saudade do que poderia ter vivido caso tivesse conhecido a mãe acompanha Helena desde que ela entendeu o conceito de família e percebeu que isso foi tirado dela. No educandário, viveu por anos durante a infância e o início da adolescência, mas as lembranças não são boas. Depois, passou por diversas casas onde serviu de empregada doméstica não remunerada e teve experiências traumáticas. De acordo com ela, olhar para essa parte da vida traz muita dor.
Sendo mal tratada constantemente, Helena decidiu fugir de uma dessas casas e, por ficar escondida, perdeu o contato com a irmã por alguns anos. Só reatou o laço ao fazer 18 anos. Também foi nessa época que partiu em busca do paradeiro da mãe. Mas chegou tarde demais.
Quando finalmente descobriu onde ela estava, a mãe havia morrido há uma semana. Para as filhas deixou uma bíblia. “Percebi que dentro da bíblia que existe uma passagem “filho meu, filho meu, filho meu” que está grifada. É só essa parte que está grifada é marcada”, diz se agarrando nas palavras como a um carinho que não recebeu na infância. “Eu sou mãe de um menino de 30 anos. Quando ele nasceu meu maior desejo era amamentar ele. Eu fico imaginando o que minha mãe passou”, lamenta.
Da família Helena só conheceu a irmã, que também morava no educandário. “Eu não via a hora de completar 18 anos e ser livre. Era meu maior sonho”, lembra.
Afastada da família, a vida de Helena foi difícil. As lembranças mais antigas são de castigos. “Uma vez colocaram as meninas viradas para a parede, nuas com as mãos para o alto e apanhamos com vara de marmelo”, contou. “Eu também lembro que estava saindo da escola toda feliz e disse “amanhã não vai ter aula”, aí me empurraram e eu caí no pedregulho de joelho, eu tenho marca. Até hoje eu lembro da dor”, disse. “Eu lembro de outro: a mulher apertava a unha em cima da minha cutícula. Fiz isso em todos os meus dedos e eu tive muitas feridas altas”.
Hoje Helena é casada, mora em São Paulo e tem um filho. E assim como milhares de crianças que foram separadas dos pais e viveram como órfãos, luta por uma indenização do estado. É assistida da DPU.
Parceiro de luta
O Morhan, que ingressou com a DPU na ação que tramita no Supremo, ajuda a identificar vítimas da segregação imposta aos ex-doentes e filhos. Sua missão é possibilitar que a hanseníase seja compreendida na sociedade como uma doença normal, com tratamento e cura, eliminando assim o preconceito e estigma em torno dela.
O coordenador nacional do Morhan, Artur Custódio, esclarece que estabelecer uma indenização seria uma espécie de pedido de desculpas da sociedade, apesar de não ser suficiente para suprir o sofrimento dessas pessoas.
“A gente está lidando com um crime de direitos humanos. São pessoas que tem medo do escuro, por exemplo, porque foram separadas dos pais ao nascer, levadas a preventórios, sofreram diversos abusos, inclusive, questões relacionadas a tortura”, elucida. “São crimes que não prescrevem. O mal que foi feito a essas pessoas não pode ser comparado a batidas de carros”, reforça.
A hanseníase
Trata-se de uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae, que dá sintomas na pele e afeta os nervos das extremidades do corpo. É transmissível por meio da respiração, mas tem cura. Ninguém que tenha a doença precisa se afastar da sociedade, nem deixar de trabalhar ou ficar perto de sua família.
Governo do Brasil
Nova Campanha do Ministério da Saúde inspira, motiva e incentiva a doação de sangue regular

Sob o conceito “Doe Sangue. Você Pode.” o Ministério da Saúde lança, em 14 de junho, Dia Mundial do Doador de Sangue, uma nova campanha publicitária de conscientização sobre a importância da doação de sangue e de se tornar um doador regular e ajudar a salvar muitas vidas.
Em 2024, 1,6% da população brasileira – o que equivale a 16 pessoas a cada mil habitantes – doou sangue no Sistema Único de Saúde (SUS). Para que os estoques de sangue se mantenham em níveis estáveis e seguros, esse número ainda pode melhorar. Assim, com esta campanha, o MS pretende conscientizar a população sobre a importância da doação de sangue regular.
Neste ano, a campanha traz uma reflexão importante sobre atitude e disposição, promovendo a doação de sangue como um hábito de vida, autocuidado, bem-estar e de construção de uma cultura solidária inspiradora e motivacional. Ela traça um paralelo entre atitudes diárias e a familiaridade com a expressão “dar o sangue”, como uma ideia palpável de que, se uma pessoa está disposta a dar o sangue por uma causa, ela também pode doar sangue para ajudar a salvar outras vidas.
Com criação da agência Calia, a campanha será veiculada em emissoras de TV, rádio, plataformas digitais e redes sociais, além de mobiliários urbanos e painéis digitais por todo o Brasil.
FICHA TÉCNICA:
Cliente: Ministério da Saúde
Campanha: Doação de Sangue 2025
Agência: Calia Comunicação
Direção Geral de Criação: Geisa Lopes
Codireção de Criação: Alexandre Ferro e Mauricio Oliveira
Criação: Alexsander Junior e Filipe Fontes
Atendimento: Claudia Lassance, Adriana Mercadante e Hélio Macedo
Planejamento: Analuiza Kazniakowski, Isabel Aquino, João Pinheiro e Cezar Pinheiro
Planejamento e Conteúdo Digital: Lucas Mansur, Camila Batista e Regina Arruda
Conteúdo Digital: Ariovaldo Neto, Diego Matos, Lucca Farinasso, Alessandro Resende, Marcela Silva, Débora Freitas e André Oliveira
Mídia: Mayko Chaves, Milena Lima, Gabriella Silva, Luana Pessoa, Roberta Campos, Flávia Heinze e Marcos Alencar
BI: Alexandre Maluf e Gracielly Lemos
Produção RTV e Gráfica: Marcos Araújo, Fernanda Machado, João Bosco, Tamiris Monroe, Lucas Xavier e Suzien Carvalho
Aprovação Ministério da Saúde: Poliana Oliveira, Kamila Mota, Kelly Rodrigues, Nathalia Gardini e Rafael Atuchi
Governo do Brasil
“Quem errou vai ser punido”, diz Lula sobre investigações no INSS
Em conversa com jornalistas nesta terça-feira (3), presidente defende rigor na apuração de fraudes contra aposentados e reforça prioridade no ressarcimento de quem foi prejudicado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 3 de junho, que o Governo Federal tem conduzido com rigor as investigações sobre fraudes em descontos associativos nas aposentadorias de beneficiários do INSS. Em conversa com jornalistas, Lula garantiu que os aposentados não serão prejudicados e que os valores descontados indevidamente serão devolvidos.
“Quem errou vai ser punido. Nós vamos devolver o dinheiro para os aposentados que foram lesados pela quadrilha que roubou a aposentadoria. Antigamente as pessoas roubavam bancos, roubavam gente rica. Agora estão roubando pobres”, pontuou.
Nós estamos fazendo disso um exemplo de como deve agir um governo na averiguação de denúncias
De acordo o presidente, uma investigação minuciosa tem sido feita com o envolvimento da Polícia Federal, da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU). Lula destacou que o governo optou por priorizar uma apuração técnica e criteriosa, sem exposições precipitadas, para assegurar que os verdadeiros responsáveis sejam identificados e punidos.
“Nós estamos fazendo disso um exemplo de como deve agir um governo na averiguação de denúncias. Não terá brincadeira da nossa parte. A nossa preocupação, além de permitir que as instituições que têm que fiscalizar fiscalizem, é permitir que o governo comece a tratar de ver o pagamento o mais rápido possível das pessoas que foram lesadas”, disse.
Lula também ressaltou que o processo tem sido conduzido com cautela para evitar que pessoas ou entidades sejam acusadas injustamente. “Não queremos punir nenhuma entidade de forma precipitada. Por isso a cautela que eu disse à CGU, à Polícia Federal — muita cautela para a gente não levar uma pessoa a ser crucificada e depois não ter como pedir desculpa”, completou.
Na questão do INSS, detectamos um desvio e podíamos ter feito um show de pirotecnia, que vira manchete, depois todo mundo esquece e o roubo continua. Mas fizemos o que um governo sério faz – colocamos a Polícia Federal, a CGU, para fazer uma investigação a fundo e chegar nos… pic.twitter.com/W7VDwL3I3u
— Lula (@LulaOficial) June 3, 2025
COMPROVAÇÃO – Lula explicou ainda que o governo está oferecendo às entidades envolvidas a oportunidade de apresentar documentos que comprovem a autorização dos aposentados para os descontos. Segundo ele, o objetivo é assegurar que nenhuma instituição seja punida de forma indevida, mas, ao mesmo tempo, garantir que quem cometeu irregularidades seja responsabilizado. “O que eu quero é somente a verdade para a gente punir quem tiver que ser punido. Estamos dando uma chance às entidades para que apresentem prova de veracidade da assinatura das pessoas. Até agora não apresentaram. Se alguma apresentar, será levada muito a sério, investigada corretamente e, se não cometeu erro, não tem que pagar o preço. Mas as outras terão que pagar”.
SERVIÇO – Desde a semana passada, aposentados e pensionistas passaram a contar com a opção de atendimento presencial para tratar de descontos associativos não autorizados no benefício. Em mais de cinco mil agências dos Correios nas 27 Unidades Federativa, o serviço atende quem prefere o contato mais pessoal ou tem dificuldade de acessar os canais digitais oficiais, como o aplicativo Meu INSS ou a Central telefônica 135.
Governo do Brasil
Lula defende equipe econômica e faz balanço otimista do governo: “Estamos colhendo o que plantamos”

Em entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 3 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um balanço positivo dos dois anos e cinco meses de seu terceiro mandato e saiu em defesa da equipe econômica após a polêmica em torno do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo Lula, os indicadores econômicos e sociais demonstram que o país está no rumo certo e que decisões técnicas, mesmo quando geram reações, fazem parte do processo de ajuste e negociação.
“O [Fernando] Haddad, no afã de dar uma resposta logo à sociedade, apresentou uma proposta que ele elaborou na Fazenda. Se houve uma reação de que há outra possibilidade, nós estamos discutindo essa possibilidade”, afirmou Lula, referindo-se ao anúncio do aumento do IOF feito em maio e posteriormente revogado após forte pressão do mercado e do Congresso. O presidente confirmou que se reunirá com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros membros da equipe econômica para avaliar os próximos passos: “Vamos saber se o acordo está feito ou não”.
Balanço do governo: PAC, emprego, energia e inclusão social
Na mesma entrevista, Lula destacou que o Brasil vive um momento de “colheita promissora” e exaltou os avanços obtidos pela gestão federal. “Tudo o que pensamos quando disputamos as eleições, quando tomamos posse, está sendo executado”, disse. O presidente apontou a execução de R$ 711 bilhões em obras públicas e privadas do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) como um dos principais motores do crescimento e da geração de emprego.
Entre as ações destacadas está a Medida Provisória da Reforma do Setor Elétrico, assinada em 21 de maio, que cria a Nova Tarifa Social de Energia Elétrica e beneficia mais de 60 milhões de brasileiros. Famílias que consomem até 80 kWh por mês terão isenção total da conta de luz. “Isso evita que as pessoas mais pobres tenham que viver à base do candeeiro”, afirmou.
Saúde, habitação e água para o Nordeste
Lula também enfatizou a importância do programa “Agora Tem Especialistas”, lançado recentemente para garantir acesso mais rápido a consultas médicas especializadas no SUS. Ele criticou a longa espera entre a consulta inicial e o atendimento com especialistas: “A doença não espera. Estamos dando às pessoas mais humildes esse direito”.
No Nordeste, o governo avançou com o Projeto de Integração do Rio São Francisco. Lula esteve em Pernambuco no fim de maio para autorizar obras que duplicam a capacidade de bombeamento no Eixo Norte do projeto, ampliando o acesso à água para mais de 8 milhões de pessoas em quatro estados. “Estamos tirando 13 milhões de pessoas da miséria da água”, declarou.
Na educação, o presidente ressaltou os efeitos do programa Pé-de-Meia, que já beneficia 4 milhões de estudantes do ensino médio, e, na habitação, reafirmou a meta de contratar três milhões de unidades do Minha Casa, Minha Vida até 2026.
Crescimento econômico acima do previsto
O presidente também comemorou os resultados econômicos dos últimos dois anos. Ele relembrou que, em 2023, o PIB cresceu 3,2% – bem acima da projeção inicial de 0,8% – e em 2024, chegou a 3,4%, superando expectativas novamente. No primeiro trimestre de 2025, o país cresceu 1,4%, com forte contribuição do agronegócio. Até abril, foram criados 922 mil empregos com carteira assinada, e a taxa de desemprego caiu para 6,6%, a menor da série histórica.
Lula destacou que esses resultados são fruto da combinação de políticas sociais, retomada de investimentos e estabilidade econômica: “Nunca houve tanta combinação entre inclusão social, geração de emprego e retomada de investimentos públicos e privados”.
Ao finalizar a coletiva, Lula reforçou que as decisões econômicas continuarão sendo tomadas com responsabilidade e diálogo, reafirmando a confiança na equipe do ministro Fernando Haddad e no projeto de reconstrução do país.
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