Palmas
Palmas sem Carnaval e Capital da Fé em 2025: Crise financeira e atraso de pagamentos marcam decisão do prefeito Eduardo Siqueira Campos
Palmas, capital do Tocantins, não terá Carnaval nem o tradicional evento religioso Capital da Fé em 2025. A decisão foi anunciada pelo prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) durante uma reunião do Conselho Municipal de Saúde (CMS), citando a grave situação financeira do município. Entre os fatores determinantes estão uma dívida estimada em R$ 300 milhões e um atraso de três meses no pagamento de empresas essenciais, como as de coleta de lixo e transporte público.
Em vídeo que circula nas redes sociais, o prefeito relatou o impacto dessa crise e justificou a decisão. “Não vamos fazer o Carnaval, tão pouco o Capital da Fé. Não temos condições de fazer nenhum dos dois. Ninguém vai protestar diante do quadro que temos. Não conseguiria ordenar minha despesa nesta direção sabendo o que está acontecendo em áreas primordiais, essenciais”, declarou. Ele enfatizou ainda que a medida não tem conotação política. “Não é questão de posicionamento de esquerda, de direita, de qualquer coisa política. Quero dizer que pretendo deixar o que é público à frente da gestão dos homens.”
Atrasos comprometem serviços essenciais
A crise financeira reflete diretamente na prestação de serviços básicos à população. Empresas responsáveis pela coleta de lixo e pelo transporte público relatam atrasos de três meses nos pagamentos, o que tem gerado preocupação entre os trabalhadores dessas áreas. Em algumas regiões da cidade, moradores já enfrentam dificuldades relacionadas à coleta irregular de resíduos.
Prefeitura promete austeridade e transparência
Diante do cenário, Eduardo Siqueira Campos afirmou que o foco da gestão será a recuperação fiscal e a melhoria dos serviços básicos. A prefeitura promete adotar medidas de austeridade e aumentar a transparência no uso dos recursos públicos, com auditorias e relatórios periódicos sobre as contas municipais.
O prefeito destacou que a prioridade é atender às áreas essenciais, como saúde, educação e limpeza urbana. “Estamos em um esforço conjunto para reorganizar as finanças públicas e garantir o básico para a população. Nosso compromisso é com a responsabilidade e com o bem-estar dos cidadãos”, reforçou.
Repercussão na sociedade
A decisão do cancelamento dos eventos dividiu opiniões. Enquanto setores culturais e empresariais lamentam as perdas, parte da população demonstrou apoio à medida.
Perspectivas futuras
Com a suspensão do Carnaval e do Capital da Fé, Palmas entra em 2025 com o desafio de equilibrar as contas públicas e retomar a confiança da população. A crise financeira expõe a necessidade de ajustes e soluções a longo prazo para garantir que a cidade volte a celebrar suas tradições culturais e religiosas, mas sem comprometer o essencial.