O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, oficializou nesta quinta-feira, 25 de julho, a exoneração de Carlos Enrique Franco Amastha do cargo de secretário municipal de Zeladoria Urbana. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Município por meio do Ato nº 931, com vigência imediata.
Para ocupar o posto de forma interina, foi designada a atual secretária executiva da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas, Bianca Souza Logrado. A nomeação consta no Ato nº 932, também publicado no Diário Oficial, e estabelece que ela responderá cumulativamente pelas duas pastas.
A saída de Amastha, ex-prefeito e vereador eleito, marca um novo capítulo nas relações políticas dentro da gestão municipal. Logo após a divulgação da exoneração, o ex-secretário tornou pública uma carta dirigida ao prefeito Eduardo, na qual manifesta surpresa com a decisão e aborda, em tom crítico, os bastidores da política local.
“Nunca houve conspiração da minha parte”, afirma Amastha
Na carta, datada de 22 de julho, Amastha relembra que sua aliança com Eduardo Siqueira teve início ainda no processo eleitoral de 2024. “Mesmo diante de um cenário adverso e de uma disputa tripolar altamente competitiva, assumi publicamente o apoio à sua candidatura”, pontuou, acrescentando que seu grupo político foi decisivo para a ida do atual prefeito ao segundo turno e para sua vitória nas urnas.
Ao abordar rumores de traição que circularam nos bastidores e na imprensa local, Amastha rechaça as acusações. “Fofocas infundadas, listas de supostos traidores, invenções absurdas sobre articulações inexistentes”, escreveu. “Nunca houve de minha parte qualquer tipo de conspiração.”
O agora ex-secretário também critica a falta de estrutura da pasta de Zeladoria Urbana e a ausência de condições mínimas para executar as atribuições com eficiência. “A Zeladoria é a vitrine da cidade. Não é possível deixá-la parar”, afirmou, destacando que sua gestão foi pautada por zelo e compromisso com os serviços essenciais.
Críticas veladas e lições de história
Ao longo do documento, Amastha sugere que o prefeito estaria sendo mal influenciado por aliados que “inflamam suspeitas” e criam um ambiente de desconfiança. Ele faz uma analogia com Napoleão Bonaparte para alertar sobre os perigos de se isolar em decisões e se cercar apenas de bajuladores: “Sua queda começou não nos campos de batalha, mas nas decisões tomadas em salas fechadas.”
Apesar do tom crítico, Amastha encerra a carta reiterando sua disposição de continuar contribuindo com Palmas, seja como vereador, cidadão ou ex-prefeito, e se diz comprometido com uma política “centrada em ideias e resultados”.
Substituição interina
Enquanto não há um novo nome definido oficialmente para a pasta de Zeladoria Urbana, a gestão municipal delegou interinamente a responsabilidade à secretária Bianca Souza Logrado. A transição ocorre em meio a um clima político sensível, marcado por especulações e disputas internas no grupo que governa a capital tocantinense.
A exoneração e a carta pública de Amastha reacendem o debate sobre lealdade, governabilidade e articulação dentro da administração municipal. A expectativa, agora, é sobre os próximos passos do prefeito Eduardo Siqueira Campos em relação à composição do primeiro escalão e ao rumo político de sua base aliada.


