A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) emitiu um alerta sobre o avanço do sarampo no estado. Até a manhã de quarta-feira, 6 de agosto, foram notificados 42 casos da doença, com registros em Campos Lindos (20), Palmas (16), Porto Nacional (3), Nova Olinda (1) e Araguaína (2). Desse total, 17 foram confirmados em Campos Lindos, 14 foram descartados e 11 seguem em investigação.
Diante da confirmação dos casos, surgem questionamentos: por que o sarampo, uma doença que tem vacina disponível gratuitamente, está de volta? Onde estamos falhando? A população tem se vacinado? Há campanhas suficientes de conscientização?
Casos relacionados a viagens e falta de vacinação
De acordo com a SES-TO, todos os casos têm ligação com pessoas não vacinadas e que estiveram em contato com viajantes vindos de países onde o vírus ainda circula. Os pacientes apresentaram os sintomas clássicos — febre, manchas vermelhas, tosse, coriza e conjuntivite — e estão sendo tratados em casa, sob monitoramento.
A SES reforça que desde 19 de julho atua com equipes de vigilância em saúde em Campos Lindos, epicentro dos casos no estado, realizando ações de contenção como isolamento e vacinação dos contatos. Além disso, notas técnicas com orientações foram enviadas aos 139 municípios tocantinenses.
Estado garante estrutura de vacinação
Todas as 323 salas de vacinação do Tocantins estão abastecidas com os imunizantes contra o sarampo. De julho a agosto de 2025, quase 8 mil doses foram aplicadas. Mesmo assim, a adesão da população às campanhas ainda é considerada abaixo do ideal. Para reverter esse cenário, o Estado realizará o Dia D de Vacinação contra o Sarampo no próximo sábado, 9 de agosto, com expectativa de participação dos 139 municípios.
A importância da imunização
O sarampo é uma doença infecciosa viral altamente contagiosa, transmitida por via aérea — ao tossir, espirrar, falar ou até respirar próximo a outras pessoas. O vírus pode ser transmitido mesmo antes do aparecimento dos sintomas, o que eleva o risco de surtos em locais com baixa cobertura vacinal.
A vacina é a principal forma de prevenção e está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O esquema vacinal varia conforme a idade:
Crianças de 6 a 11 meses: dose zero (dupla viral)
Crianças de 12 meses: primeira dose (tríplice viral)
Crianças de 15 meses a 4 anos: segunda dose (tetraviral ou tríplice viral + varicela)
Pessoas de 5 a 29 anos: duas doses
Pessoas de 30 a 59 anos: dose única
Trabalhadores da saúde: duas doses, independentemente da idade
E se eu estiver com sintomas?
Não há tratamento específico para o sarampo. O acompanhamento médico é essencial para reduzir o desconforto dos sintomas e evitar complicações como pneumonia, encefalite e até óbito. Em caso de suspeita, a recomendação é procurar imediatamente uma unidade de saúde e manter isolamento por pelo menos quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas no corpo.
O que mais posso fazer para evitar o contágio?
Além da vacinação e do isolamento de casos suspeitos, as autoridades orientam:
Higiene rigorosa das mãos com água e sabão ou álcool em gel
Uso de lenços descartáveis
Cobrir a boca ao tossir ou espirrar
Limpeza frequente de superfícies
Evitar aglomerações e locais fechados se estiver com sintomas
O alerta está dado
O retorno do sarampo acende uma luz vermelha para a saúde pública no Tocantins. A vacina existe, está disponível e é eficaz. Por que, então, a população ainda adoece? O Dia D de Vacinação pode ser a oportunidade para mudar esse cenário. A pergunta que fica é: a população vai responder ao chamado?
Vacinar é um ato de proteção coletiva. Não deixe para depois.
