Governo do Tocantins
Secretaria de Povos Originários e Tradicionais é articuladora para a garantia de direitos dos povos indígenas do Tocantins
Instituída há pouco mais de um ano, pasta atua entre órgãos federais, estaduais e municipais
No dia Nacional dos Povos Indígenas, celebrado nesta sexta-feira, 19, o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Povos Originários e Tradicionais (Sepot), relembra o trabalho realizado em prol das etnias do Estado. Criada há pouco mais de um ano, a Sepot tem como missão fundamental fomentar, coordenar e executar políticas públicas de inclusão e valorização dos povos originários e tradicionais do Tocantins em âmbito estadual, de forma transversal, pautando-se pelo desenvolvimento sustentável, proteção e promoção dos seus direitos, visando o seu protagonismo por igualdade e reparação histórica.
O trabalho da Sepot tem sido direcionado para 18 etnias, com mais de 20 mil indígenas, espalhadas de norte a sul do Estado. São elas: Xerente, Ixambioá, Krahô, Karajá, Apinajé, Javaé, Atikum, Fulni-Ô, Karajá Ixambioá, Tapirapé, Krahô Takaywrá, Tuxá, Awa, Guarani, Kanela, Krahô Kanela, Pankararu e Warao.
A secretária da Sepot, Narubia Werreria, explicou que durante o Abril Indígena, mês em que o país se volta para discutir as causas dos povos originários, o Governo do Tocantins, por meio da Sepot tem percorrido territórios indígenas de em todo o Estado para ouvir as demandas dessas populações. “Nós estamos pela primeira vez apoiando massivamente as festas e rituais tradicionais dos nossos povos. Nunca houve um apoio tão massivo. Ontem estive no povo Panin, Apinajé, fazendo mais um apoio às festas tradicionais. Nós que apoiamos Hetohoky, a festa do povo Iny. Apoiamos a festa do povo Javaé, Xerente, Krahô e Apinajé. Hoje estarei no território Xerente, porque é assim que fazemos política pública, pra nós todos os dias são nossos e todos os dias são dias para servirmos os povos originários”, disse.
Ela acrescenta que na próxima semana, a Sepot apoiará a maior participação indígena do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília. “Serão mais de 200 líderes indígenas, participando das discussões de saúde, educação, território e políticas públicas. A Sepot trabalha na participação e valorização dos povos indígenas, fazendo uma política pública séria e real para nossa população”, finaliza.
O diretor de Proteção aos Indígenas, Paulo Waikarnãse Xerente, afirma que o Abril Indígena é uma data para relembrar a história e as lutas pelas quais os povos originários passam. “Hoje, administramos o legado deixado por nossos antepassados. A cultura e o mundo dos povos indígenas são ricos em informações, e isso é algo que devemos celebrar nesta data específica”, diz.
Xerente afirma que o trabalho de sua diretoria tem sido baseado na articulação pela demarcação de terras indígenas. “Quanto à importância da diretoria de proteção junto à comunidade indígena no Tocantins, temos ainda algumas terras sem demarcação. Estamos acompanhando essa questão em três povos: Kanela, Awa e Krahô-Kanela. Enquanto em outros povos já temos praticamente todas as terras homologadas, há três que ainda não têm sua demarcação concluída. É importante para nós também a garantia da segurança alimentar desses povos e temos acompanhado isso de perto”, afirmou.
Além disso, o diretor afirma que a Sepot tem trabalhado na articulação para a oferta de saúde e educação. “Temos parceria com órgãos de saúde indígena e educação, e estamos acompanhando as ações que envolvem a discussão sobre o combate a violência em territórios indígenas. Estamos participando dessas ações e organizando as ações que serão realizadas pela secretaria de forma itinerante. Essas são nossas ações principais dentre tantas outras”, finalizou.
O diretor de Fomento e Proteção à Cultura da Sepot, Célio Thorkã Kanela, avalia que a Sepot tem procurado ao máximo apoiar eventos que visam a promoção da cultura dos povos indígenas. “Para nós é um momento muito importante auxiliar nossos povos, aos nossos parentes a cultuar, a mostrar a sua cultura que tão bela e tão diversa é a cultura dos povos indígenas do Brasil”, comentou.
Kanela acrescenta que para ele, que também é indigena, o dia 19 de abril é um dia de relembrar a história do país “É relembrar a nossa história, o nosso pertencimento a essa terra. É um momento de confraternização, mas também um momento de luta, de visibilidade, de mostrar para a população e a sociedade que nós somos seres dessa terra, que nós somos seres humanos que pertencemos a esse território que aqui estava antes da chegada dos europeus. E aqui resistimos por anos, mostrando a nossa força, a cultura e diversidade dos nossos povos”, reforçou.
Acompanhe o trabalho da Sepot por meio do site institucional por meio do endereço eletrônico e também pelas redes sociais, no @sepot.tocantins.