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Palmas se prepara para lançar marca turística oficial

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Dança do Pote leva cerâmica e Suça a quatro cidades
Projeto Dança do Pote une cerâmica e a dança da Suça em mostra itinerante por Taquaruçu, Barra da Aroeira, Lajeado e Palmas, valorizando saberes tradicionais e arte do Tocantins.

A tradição e a arte contemporânea se encontram no projeto “Dança do Pote”, do artista tocantinense Wanderley Batista, que propõe uma imersão sensorial por meio de uma exposição itinerante de peças de cerâmica inspiradas na ancestral dança da Suça, uma das expressões culturais mais simbólicas do Tocantins. A mostra vai circular por quatro localidades do estado, levando arte, memória e cultura para além dos grandes centros.
A agenda da exposição já está confirmada em três comunidades: Taquaruçu, em Palmas, no próximo sábado, 26 de julho, na comunidade quilombola Barra da Aroeira (Santa Tereza) – 09 de agosto, e Lajeado – 16 de agosto. A data da etapa em Palmas (centro) será anunciada em breve.
Em cada parada, o público poderá vivenciar a relação entre a sensibilidade dos movimentos da peça se formando nas mãos do oleiro e o movimento da dança, em uma instalação que combina cerâmica, sonoridades e elementos performáticos. O projeto promove não apenas a fruição estética, mas também momentos de escuta e partilha com artistas locais, estudantes e moradores. “Cada peça é moldada a partir dos gestos da Suça. O ritmo, o corpo em movimento, o som dos tambores… tudo isso vai para o barro e se transforma em arte. É uma homenagem aos mestres e mestras que mantêm essa cultura viva”, explica o artesão ceramista Wanderley Batista, que há décadas trabalha com cerâmica no Tocantins.
A proposta tem produção cultural de Daniella Aires, que destaca a importância de descentralizar a arte e valorizar os saberes tradicionais. “Esse projeto é sobre circular, sobre levar arte onde ela muitas vezes não chega. É também uma forma de devolver para as comunidades aquilo que elas já nos deram em forma de cultura, dança, história e resistência.”
O projeto Dança do Pote foi contemplado no Edital Nº 22/2024 – Projetos Culturais – Região Palmas, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc/PAAR 2024, do Ministério da Cultura e da Secretaria da Cultura do Tocantins.
Proponente
Wanderley Batista de Carvalho, nasceu na cidade de Porto Nacional/TO, mas foi no distrito de Taquaruçu que cresceu e reside até hoje, vivendo da sua arte, zelando pela manutenção e valorização do saber fazer tradicional da cultura cerâmica regional.
Ainda criança teve contato com as técnicas de produção de peças de barro com sua mãe que dominava a técnica indígena de fabricação manual de potes e botijas de barro para armazenar água.
Em 1997, participou do curso básico de modelagem de cerâmica em torno manual. Logo após construiu, junto com seu irmão, seu primeiro torno cerâmico de madeira roda-sobre-roda e ao longo dos anos realizou experiências com argila da região, sempre considerando conhecimento tradicional das técnicas de fabricação e queima das peças de barro em forno a lenha. Seu trabalho é voltado para a transmissão dos saberes tradicionais do barro, por meio de oficinas e workshop sobre modelagem de cerâmica.
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Julho das Pretas: Grupo Vozes de Ébano utiliza arte e cultura para instigar o protagonismo de mulheres negras

O mês de julho, que tem como marco o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, em 25 de julho, é emblemático para as mulheres negras no Brasil. O período, conhecido como “Julho das Pretas”, reúne atividades culturais, debates e manifestações que celebram a resistência e reforçam a luta contra o racismo, a violência e as desigualdades estruturais.
O Grupo Vozes de Ébano, sediado em Palmas (TO), nasceu em agosto do ano passado e tem ecoado o protagonismo e a força das mulheres negras através da arte e cultura. Com menos de um ano de existência, as artistas que estão à frente do grupo musical – Cinthia Abreu, Fran Santos e Malusa – têm se surpreendido com a repercussão, que já contabiliza público de mais de 10 mil pessoas em diversas apresentações, vídeos com cerca de 30 mil visualizações, equipe de cerca de 50 pessoas (sendo mais de 90% formada por pessoas negras e 80% mulheres) e ingressos esgotados em todas as temporadas de shows abertos ao público.
Música
Outro sucesso do grupo foi a canção “Senzala”, trabalha autoral disponível nas plataformas digitais. A música foi lançada em novembro de 2024 e já possui cerca de 10 mil views. A canção celebra a ancestralidade, promove o empoderamento negro e reafirma o compromisso com o combate ao racismo e ao preconceito.
Com uma sonoridade envolvente e uma letra que mistura poesia e resistência, “Senzala” é uma canção de autoria do músico Lucimar, que convida o ouvinte a refletir sobre a herança histórica e cultural do povo negro, destacando a força de quem transformou dor em luta e luta em liberdade.
Para as artistas, a repercussão do trabalho ainda é surpreendente. “Ver a dimensão que o Vozes de Ébano tomou em tão pouco tempo é emocionante. Mostra que a sociedade tem sede por representatividade e por histórias reais contadas por nós mesmas”, afirma Cinthia Abreu. Fran Santos complementa: “É muito forte olhar para o público e ver mulheres se emocionando, se vendo na gente, nos nossos cantos, nas nossas dores e alegrias. Essa conexão é transformadora”. Já Malusa destaca: “A arte tem sido nossa forma de dialogar com o mundo. Cada palco que subimos é um espaço conquistado por todas as mulheres negras que vieram antes de nós”.
Ativismo
Com apresentações culturais presenciais e vídeos na internet que aliam a música, teatro, poesia em prol do ativismo social, o grupo Vozes de Ébano é para as artistas uma forma de contar suas próprias histórias, sejam a necessidade de ecoar o orgulho de ser negra ou as dores por casos de racismo e preconceito, através da arte. “A nossa arte é denúncia, é cura e é memória. Através dela, recontamos nossas histórias de forma digna, potente e afetiva”, afirma Cinthia. Para Fran, “o palco é o nosso quilombo. É onde a gente se fortalece, se reconhece e resiste com beleza e consciência”. Malusa completa: “Falar das nossas vivências por meio da música e da poesia é uma forma de nos libertarmos das amarras impostas e, ao mesmo tempo, abrir caminhos para outras mulheres negras”.
O repertório apresenta nomes como Elza Soares, Alcione, Leci Brandão, Alcione, Iza e Malusa, além de composições autorais e textos de autoras como Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Elisa Lucinda e Victoria Santa Cruz, dentre outras. As apresentações contam com banda ao vivo, iluminação cênica e forte apelo visual e sonoro. A última temporada de apresentações foi realizada em Porto Nacional (19/06), Palmas (05 e 06/07) e Paraíso do Tocantins (10/07). Há ainda apresentações previstas na capital no mês de agosto, sendo a agenda disponibilizada no Instagram oficial do grupo – @vozesdebano.
Por que é preciso empoderar?
No Tocantins, por exemplo, cerca de 75% da população se identifica como negra – pretos(as) e pardos(as). No entanto, são minoria na ocupação de espaços representativos, a exemplo das prefeituras, em que apenas 7,3% dos eleitos no último pleito se declaram pretos.
Por outro lado, números negativos estão involuntariamente atrelados aos negros, especialmente às mulheres. O último levantamento do disque 180 mostra que 71% das vítimas de denúncias de violência, recebidas do Tocantins, são de negras. Com relação às mortes violentas, as mulheres negras são 80% das vítimas do gênero, no Estado. “São números que demonstram porque o debate sobre racismo, sexismo, representatividade precisa acontecer e é por isso que colocamos a nossa arte para reforçar essa pauta”, diz a produtora e cantora Cinthia Abreu.
Para Malusa, “Julho das Pretas é um lembrete para a sociedade de que a equidade racial e de gênero precisa ser uma pauta diária. Não é apenas uma homenagem, é um chamado à ação e à responsabilidade coletiva”.
Fran Santos destaca que o início do Grupo marca a sequência de ativismo histórico e necessário que não se inicia aqui, mas de toda uma ancestralidade. “Porque quando uma mulher negra avança, toda a sociedade avança. É um ato político, um grito de existência e um chamado à luta.”
Cinthia Abreu cita como exemplo Tereza de Benguela, homenageada no Dia da Mulher Negra, um desses símbolos de luta. “Os desafios são inúmeros, mas a história revela a força e a resistência das mulheres negras, desde os tempos da escravidão que moldou o Brasil até as formas contemporâneas de opressão pós-abolição.”
Você Sabia?
A data foi instituída em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, na República Dominicana, e oficializada no Brasil em 2014, com a criação do Dia Nacional de Tereza de Benguela — líder quilombola que se tornou símbolo de força e organização das mulheres negras.
Dados do Atlas da Violência (2023) mostram que 66% das vítimas de feminicídio no Brasil são negras, evidenciando a urgência de políticas públicas específicas. As mulheres continuam a enfrentar as maiores cargas tributárias por causa do sistema regressivo de tributação no Brasil, que taxa mais o consumo do que a renda e o patrimônio. Levando em conta as intersecções de gênero e raça no país, as mulheres negras são as mais impactadas, pagando proporcionalmente mais impostos quando se trata de tributação indireta.
Sobre o Grupo Vozes de Ébano
Com estreia em agosto de 2024, o Grupo Vozes de Ébano é uma iniciativa artístico-cultural composta por mulheres negras do Tocantins, que utiliza a música, a poesia e o teatro como ferramentas de afirmação identitária, combate ao racismo e valorização das ancestralidades negras. Com uma linguagem sensível e potente, o grupo já alcançou milhares de pessoas em apresentações presenciais e online, consolidando-se como uma referência no cenário cultural do estado.
Para acompanhar a agenda, conteúdos e bastidores do grupo, siga o perfil oficial no Instagram: @vozesdebano. Contato para convites, parcerias e entrevistas: vozesdebano@gmail.com.
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