Agronegócio
Abelhas como bioinsumos para cultivos agrícolas

Em crescente uso na agricultura moderna, os bioinsumos são caracterizados como os produtos ou processos agroindustriais desenvolvidos a partir de enzimas, extratos naturais, microrganismos e macrorganismos, entre outros, utilizados, principalmente, para o controle biológico de pragas.
Com a finalidade de ampliar e fortalecer a utilização dos bioinsumos no País, bem como beneficiar o setor agropecuário, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) instituiu o Programa Nacional de Bioinsumos por meio do decreto Federal Nº 10.375, de 26 de maio de 2020. Mas onde entram as abelhas neste sentido?
Primeiro, precisamos conhecer o conceito de polinização, processo pelo qual a maioria das plantas se reproduzem. Em geral, ele está associado a um determinado agente polinizador como, por exemplo, as abelhas, que ao visitarem as flores “sujam” de pólen os pelos que possuem em seu corpo, carregando-os de uma planta para outra. Nesse processo, os gametas masculinos das flores contidos nos grãos de pólen são levados até às células femininas dessas espécies de plantas, originando, posteriormente, os frutos/grãos que conhecemos.
Por isso, a polinização realizada pelas abelhas é responsável por mais de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo, representando mais de 78% dos cultivos. Sendo assim, o serviço ecossistêmico de polinização possui grande potencial associado às atividades agrícolas e, devido a isso, podemos considerá-lo um bioinsumo.
A Apis mellifera (no Brasil, chamada de abelha africanizada) é a espécie mais conhecida, sendo muito utilizada para a polinização de cultivos agrícolas como a laranja, maçã, café e melão. No cultivo de maçã, por exemplo, são responsáveis pelo incremento de produtividade, correspondendo entre 40% e 90% do valor da produção desta cultura ao intermediar a fecundação das flores.
Além disso, a apicultura brasileira é reconhecida mundialmente pela alta qualidade na produção de mel e outros produtos derivados. Poucos países possuem condições ambientais e climáticas tão favoráveis para esta atividade.
A última década, pela percepção de órgãos governamentais, empresas, profissionais ligados ao agronegócio e sociedade como um todo, apresentou um salto em questão de desenvolvimento por meio de pesquisas e trabalhos científicos sobre a interação das atividades dos agricultores com os apicultores, resultando em uma relação da qual ambos são beneficiados.
Como cada espécie de planta tem uma resposta diferente ao serviço de polinização e, até mesmo, à espécie de abelha, o tema “abelhas x agricultura” é amplo e diverso, gerando debates em várias áreas do conhecimento, possuindo importância ambiental, social e econômica.
No âmbito ambiental, se faz necessário o prévio conhecimento técnico do manejo da cultura a ser polinizada e a presença de diferentes espécies de abelhas que podem ser utilizadas com o objetivo de causar o menor estresse possível para os dois elos da cadeia. Por isso, o agricultor e o apicultor devem conhecer a dependência de polinização dos cultivos agrícolas nos quais pretende-se utilizar o serviço de polinização.
Além disso, o manejo apícola também deve ser realizado sob medida. Por exemplo, uma dieta monofloral não é indicada para as abelhas, pois, muitas vezes, um único tipo de flor não é capaz de suprir todas as necessidades nutricionais das abelhas. Nesses casos, a alimentação suplementar é um manejo importante a ser realizado. O agricultor pode cultivar plantas atrativas às abelhas no entorno das culturas, beneficiando na manutenção da saúde das abelhas.
Outro fator importante é conhecer o calendário de aplicação de defensivos químicos na área agrícola. A aplicação de defensivos químicos nocivos à saúde das abelhas deve ser realizada em horários em que não ocorrem a visitação das flores para garantir a qualidade ambiental, assim as abelhas não serão afetadas no processo e podem usufruir de uma dieta saudável, beneficiando a produção.
Entretanto, o emprego de defensivos agrícolas de maneira correta, seguindo as boas práticas de aplicação e uso e as recomendações de rótulo e bula é de responsabilidade do agricultor. Novas tecnologias no campo, como o crescente uso de produtos biológicos, também favorecem a eficiência da polinização e ambientes de produção cada vez mais sustentáveis, sendo uma exigência crescente por parte do mercado consumidor de produtos brasileiros.
É certo que o incentivo à visitação de abelhas pode auxiliar no aumento da produtividade e na qualidade dos produtos produzidos, tanto nos cultivos agrícolas quanto nos apiários. Por isso, a boa relação entre as partes é imprescindível para o sucesso das atividades.
Em relação à parte social, há a constante necessidade da conversa entre apicultores e agricultores, de maneira que haja o bom convívio das atividades desenvolvidas, aumentando as possibilidades de renda e fixação do homem no campo. Para isso, é importante que o agricultor defina quais áreas de sua propriedade podem receber as caixas de abelhas, bem como informar e avisar ao apicultor sobre as pulverizações que serão realizadas nos cultivos e sobre a toxicidade do ingrediente ativo utilizado. Já o apicultor deverá identificar as caixas com informações que permitam a comunicação com o agricultor, informando-o sobre a quantidade das colônias para que ele tome as medidas de precaução durante a aplicação dos defensivos.
No âmbito da economia, a ampliação de atividades integradas como a agricultura com a polinização assistida, gera emprego e renda, além de aumentar o potencial de produção e competitividade internacional dos produtos.
Em resumo, ao tratarmos as abelhas como um bioinsumo, elevamos as atividades agropecuárias brasileiras a um novo patamar, enxergando-as como aliadas para produtividades cada vez maiores, em diferentes culturas, sejam elas dependentes e/ou que se beneficiam do serviço de polinização.
Sobre o Sindiveg
Há mais de 80 anos, o Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal atua no Brasil representando o mercado de defensivos agrícolas no País, com suas 27 associadas, e dando voz legalmente à indústria de produtos de defesa vegetal em todo o território nacional. O Sindicato tem como propósito a promoção da produção agrícola de forma consciente, com o uso correto dos defensivos, bem como apoiar o setor no desenvolvimento de pesquisas e estudos científicos, na promoção do uso consciente de defensivos agrícolas, sempre respeitando as leis, a sociedade e o meio ambiente. Mais informações: www.sindiveg.com.br
Agronegócio
7° Simpósio de Reprodução Bovina destaca avanços tecnológicos e atrai grande público em Palmas

O 7º Simpósio de Reprodução Bovina movimentou a pecuária tocantinense na sexta-feira, 12, reunindo cerca de 500 participantes no auditório da Ulbra, em Palmas. Produtores, pesquisadores, consultores e estudantes acompanharam um dia de debates sobre os desafios e as novas tecnologias aplicadas à reprodução bovina, com palestrantes de referência no Brasil e no exterior.
De acordo com dados do Governo do Estado, o Tocantins vem batendo recordes na produção de gado e hoje ocupa a 9ª posição no ranking nacional de produção de carne bovina. Em 2023, o rebanho estadual alcançou a marca de 11,3 milhões de cabeças, número que continua em expansão e coloca o estado com média de oito a nove bovinos por habitante. Esses resultados reforçam o potencial da região e a importância de eventos técnicos como o simpósio para a evolução da pecuária local.
A programação contou com especialistas nacionais e internacionais: o professor da USP Pietro Baruselli, que falou sobre as transformações no manejo reprodutivo de novilhas; o argentino Gabriel Bó, presidente do Instituto de Reprodução Animal de Córdoba (IRAC), que trouxe reflexões sobre biotecnologia e protocolos de IATF; Rodolfo Mingoti, especialista em fisiologia e sanidade reprodutiva; Isabella Cavalcante, que discutiu tendências da pecuária de corte; Pedro Veiga, com foco em resultados reprodutivos em fazendas de cria; e Márcio de Oliveira Rezende, que apresentou a identificação individual bovina como ferramenta de sanidade.
O médico veterinário Pietro Baruselli destacou as mudanças no manejo reprodutivo das novilhas ao longo das últimas décadas. “Hoje inseminamos novilhas zebuínas já a partir de um ano de idade, resultado da evolução no manejo nutricional, na genética e na seleção dos animais. Isso exige ajustes nos protocolos de sincronização para manter a eficiência reprodutiva. A categoria novilha continua sendo desafiadora, mas é essencial para garantir avanços genéticos e produtivos nas fazendas”, explicou.
O argentino Gabriel Bó ressaltou a importância do uso da biotecnologia para aumentar a taxa de prenhez e reduzir o tempo de anestro das vacas.“Se utilizarmos apenas touros, no máximo 5% das vacas emprenham nos primeiros 21 dias da estação de monta. Com as biotecnologias atuais, esse índice pode chegar a 60%, impactando diretamente no peso à desmama e na qualidade da carne. Isso pode representar até meio bezerro a mais por vaca em serviço, o que é extremamente relevante para a pecuária latino-americana”, destacou.
Para Danilo Pincinato, gestor da Clivar Reprodução Bovina e organizador do simpósio, o resultado superou as expectativas. “Ver o auditório cheio e o interesse do público foi gratificante. Tivemos palestras de altíssimo nível e muito conteúdo prático para o campo. Além do aprendizado, o evento também proporcionou networking e novos negócios. Já começamos a pensar nos desafios e novidades da próxima edição”, afirmou.
A médica veterinária Isabela Bonavigo, participante do simpósio, avaliou a experiência como positiva. “Foi minha primeira vez no evento e fiquei impressionada com a qualidade. O Tocantins precisa de iniciativas como esta, que aproximam os produtores das principais referências da reprodução bovina”, disse.
Instituições parceiras também destacaram a relevância do encontro. Fabrício Vasconcelos, do SENAR Tocantins, lembrou que técnicos e instrutores da instituição participaram das atividades. “Eles acompanharam as atualizações mais recentes em inseminação e reprodução, conhecimento que será aplicado nas propriedades e vai contribuir para otimizar a produção e aumentar a rentabilidade do produtor rural”, explicou.
Já Josely Sobreira, médico veterinário e gerente de demanda da MSD Saúde Animal, reforçou o papel da inovação. “Para a MSD, é fundamental estar presente. Nossa história está ligada ao desenvolvimento de tecnologias para a pecuária, e hoje o grande desafio é aliar biotecnologia, manejo eficiente e gestão para reduzir custos e aumentar a produtividade das fazendas”, pontuou.
O evento foi realizado pela Clivar Reprodução Bovina, em parceria com a MSD Saúde Animal e o Senar Tocantins, e contou com apoio da Remate 63, Cargill/Nutron, Ulbra Palmas, ST Repro, Pronto Fibra, MF Cast e SmartPEC.
Agronegócio
32ª ExpoAlvorada reúne produtores e movimenta economia local com apoio do Sicred

Com o propósito de aproximar produtores rurais, empresários e a comunidade em torno de negócios, cultura e valorização do agronegócio regional, Alvorada recebe a 32ª Exposição Agropecuária (ExpoAlvorada). A Sicredi União MS/TO e Oeste da Bahia marca presença no evento, que acontece até sábado, 06, com um estande voltado ao relacionamento com o público e à abertura de novas contas.
Parceiro estratégico da feira, a cooperativa reforça sua atuação como instituição financeira cooperativa comprometida com o desenvolvimento local e o fortalecimento do setor produtivo. Durante a ExpoAlvorada, realizada no Parque de Exposições da cidade, a instituição disponibilizou soluções financeiras voltadas a custeio, investimento e expansão da produção, além de consultoria com associados e produtores interessados em ampliar seus negócios.
Para a gerente da agência na cidade, Suleima Aguiar da Silva, a feira é uma oportunidade de estreitar laços com a comunidade e reafirmar o compromisso com o setor produtivo. “A Expoalvorada é um espaço que traduz a força do agronegócio e a importância da cooperação. Estar aqui significa apoiar os produtores em suas jornadas de crescimento e, ao mesmo tempo, fomentar a economia de toda a região. O cooperativismo financeiro é um motor para que o desenvolvimento seja coletivo e sustentável”, destacou.
Segundo Suleima, o evento contribuiu não apenas para movimentar negócios ligados ao campo, mas também para impulsionar setores como comércio, serviços, gastronomia e turismo, reforçando a vocação empreendedora de Alvorada. “O evento é reconhecido como uma vitrine para pequenos, médios e grandes produtores, criando um ambiente de troca de conhecimento e oportunidades comerciais. Estamos sempre presentes.
ExpoAlvorada
Realizada pelo Sindicato Rural de Alvorada, a feira movimenta durante sete dias o comércio, hotéis e serviços da cidade. Além das oportunidades de negócios no setor agropecuário, o evento também é marcado por shows musicais e provas de rodeio, que atraem grande público ao Parque de Exposições Agropecuárias.
Neste ano, a programação inclui apresentações de artistas como Paulo & Nathan, Robson Magalhães, Ícaro & Gilmar, Trio Parada Dura e Forró do Pegador, calvagada, churrasco e rodeio.
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento de seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. Possui um modelo de gestão que valoriza a participação dos mais de 9 milhões de associados, que exercem o papel de donos do negócio. Com mais de 2.900 agências, o Sicredi está presente fisicamente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, disponibilizando uma gama completa de soluções financeiras e não financeiras.
Agronegócio
Aprosoja Tocantins alerta para safra desafiadora e reforça importância da tecnologia e do manejo eficiente
Planejamento, inovação e gestão estratégica serão determinantes para assegurar produtividade e sustentabilidade na safra 2025/2026

Planejamento, inovação e gestão estratégica serão determinantes para assegurar produtividade e sustentabilidade na safra 2025/2026
À medida que o novo ciclo agrícola se aproxima, produtores de soja e milho do Tocantins se preparam para uma safra que exigirá atenção à produtividade e ao uso racional de insumos, diante de custos elevados e limitações logísticas. O planejamento pré-plantio inclui a adoção de tecnologias de precisão e práticas de manejo adequadas às condições de solo e clima do Estado, com foco em otimizar recursos, garantir sustentabilidade e preservar a competitividade no cenário nacional de grãos.
O vice-presidente da Aprosoja Tocantins e produtor rural, Thiago Facco, avalia que o ciclo 2025/2026 demandará decisões assertivas em todas as etapas. “Com o custo de produção elevado, precisamos ser estratégicos tanto na comercialização quanto na aquisição e aplicação de insumos, especialmente fertilizantes, que seguem caros. Ferramentas como agricultura de precisão permitem aplicar o produto apenas onde é necessário e, nas áreas com excesso, aproveitar a chamada ‘poupança do solo’”, comenta.
Ele acrescenta que a inovação e o manejo eficiente são essenciais para manter a competitividade. “O Tocantins está no mesmo nível tecnológico de outros estados produtores, mas, por ser uma fronteira agrícola, enfrenta custos logísticos mais altos e fluxo de caixa mais apertado. É fundamental extrair o máximo das tecnologias e conduzir os tratos culturais de forma eficiente para garantir rentabilidade, mesmo com margens de lucro reduzidas”, aponta Facco.
A Aprosoja Tocantins tem trabalhado para fortalecer a produção sustentável no Estado. Entre as diretrizes da entidade estão o aumento do aporte de matéria orgânica no solo, a prevenção de queimadas e a adoção de práticas que conciliem produtividade e conservação ambiental. No trabalho junto aos produtores, incentiva medidas como o enriquecimento do solo com matéria orgânica e a redução no uso de produtos químicos, buscando consolidar um modelo agrícola que preserve a qualidade do solo e assegure a viabilidade econômica das lavouras no longo prazo.
Para reforçar as informações técnicas e orientar os produtores no início da safra, a Aprosoja Tocantins consultou o engenheiro agrônomo e inspetor de Defesa Agropecuária da ADAPEC, Cleovan Barbosa, responsável pela fiscalização e monitoramento fitossanitário no Estado. Ele destaca que os produtores devem ficar atentos à janela oficial de plantio da soja, de 1º de outubro a 15 de janeiro, e à regra de que o plantio só pode ocorrer uma vez por ciclo na mesma área. “O cadastro anual da lavoura é obrigatório e pode ser feito em qualquer escritório da ADAPEC. Agora é hora de garantir que os insumos estejam adquiridos e o maquinário revisado para iniciar o plantio assim que a janela for aberta”, destaca.
Cleovan também enfatiza que a adoção de novas tecnologias é estratégica para a competitividade e sustentabilidade do setor. “O Tocantins é hoje o maior produtor de grãos da região Norte e o segundo da região Norte-Nordeste, atrás apenas da Bahia. Incorporar tecnologias que melhorem a eficiência e preservem o patrimônio fitossanitário é fundamental para manter essa posição”, afirma.
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