Agronegócio
Plano Safra 2025/26 libera valor recorde, mas produtores do Tocantins enfrentam barreiras para acessar recursos
Com juros altos, subsídios cortados e exigências climáticas rígidas, o Plano Safra 2025/26 preocupa produtores do Tocantins, que temem perder competitividade apesar do crédito recorde.

Com juros mais altos, regras mais rígidas e infraestrutura precária, setor agropecuário do Estado vê crescimento do crédito, mas teme impactos negativos na competitividade.
Governo anuncia R$ 516,2 bilhões para o setor agropecuário, mas aumento dos juros, corte em subsídios e exigências climáticas dificultam acesso dos produtores tocantinenses ao novo ciclo.
O Governo Federal lançou, no dia 1º de julho de 2025, o Plano Safra 2025/26 com um volume recorde de R$ 516,2 bilhões para o financiamento da agropecuária brasileira. O valor representa um crescimento nominal de 1,5 % em relação ao plano anterior. Do total, R$ 414,7 bilhões são destinados ao custeio e comercialização, enquanto R$ 101,5 bilhões vão para investimentos, este último com queda de 5,4 % em relação ao ciclo passado.
Apesar do volume elevado, produtores e especialistas alertam para entraves significativos que dificultam o acesso real ao crédito no Tocantins. Juros mais altos, atrasos na liberação dos recursos e novas exigências burocráticas podem comprometer o desempenho da próxima safra no Estado.
Principais mudanças do novo ciclo
Entre as principais mudanças do Plano Safra 2025/26 está o aumento das taxas de juros, que agora variam entre 8,5 % e 14 % ao ano, com elevação de até dois pontos percentuais em comparação ao ciclo anterior. O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) teve seu limite de faturamento ampliado de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões, com R$ 69,1 bilhões disponíveis para essa categoria. Outra alteração significativa foi a ampliação da exigência do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), que agora também se aplica à agricultura empresarial, e não apenas à familiar. Além disso, o plano trouxe incentivos à armazenagem, com possibilidade de financiamento de estruturas com capacidade de até 12 mil toneladas, e autorizou a compra antecipada de insumos e ração com até 180 dias de antecedência ao plantio.
Sinais de alerta no campo tocantinense
Para a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Tocantins (Aprosoja/TO), o novo plano chega com recursos expressivos, mas com obstáculos que comprometem a competitividade no Estado. A presidente Caroline Barcellos destaca que o acesso ao crédito precisa ser efetivo, com previsibilidade e condições justas, apontando que muitas linhas subsidiadas não chegam ao produtor na ponta. Já o diretor Thiago Facco chama atenção para os prejuízos causados pela divulgação tardia das regras do plano. Segundo ele, quando o produtor recebe as diretrizes com a safra já em andamento, perde capacidade de planejamento e isso afeta diretamente a rentabilidade.
A Aprosoja Brasil, por sua vez, também criticou a redução de recursos para subvenção do seguro rural e equalização de juros. Em um cenário de riscos climáticos crescentes, a ausência desses apoios deixa o produtor mais exposto. Outro ponto de preocupação é a exigência do ZARC, que pode inviabilizar o acesso ao crédito em regiões onde o zoneamento não reflete a realidade local. Além disso, a precariedade da infraestrutura logística e de armazenagem no Estado continua sendo um entrave: sem estrutura adequada e com crédito restrito, a competitividade do Tocantins fica comprometida.
Implicações para o Tocantins
O Tocantins deve sentir de maneira intensa tanto os impactos positivos quanto os desafios do novo ciclo. O volume recorde de recursos favorece a intensificação das lavouras, especialmente de soja e milho, culturas predominantes na região. No entanto, o elevado custo do crédito impõe um limite ao investimento com retorno financeiro adequado, o que exige dos produtores um esforço adicional na gestão estratégica. A liberação tardia dos recursos e das regras do programa dificulta decisões antecipadas, prejudicando o planejamento das propriedades. Ao mesmo tempo, a redução dos apoios ao seguro rural aumenta a exposição do produtor aos riscos climáticos, cenário que se agrava diante de eventos extremos cada vez mais frequentes. Soma-se a isso a infraestrutura deficiente, que segue como gargalo estrutural para o escoamento da produção, encarecendo e atrasando a comercialização.
O que pode ser feito no Tocantins
Diante desse cenário, uma das alternativas mais viáveis para os produtores é investir em planejamento antecipado, com apoio técnico e jurídico, de forma a garantir a adequação às exigências do ZARC e a contratação de seguros rurais compatíveis com sua realidade. Além disso, é necessário fortalecer a articulação política por meio de entidades como Aprosoja, FAET e sindicatos rurais, com o objetivo de pressionar por políticas públicas mais eficazes, aceleração na liberação do crédito e retorno dos subsídios retirados.
Outra ação importante é o investimento em estruturas de armazenagem, que pode ser promovido por meio de programas estaduais e parcerias com a iniciativa privada, especialmente voltadas à agricultura familiar e à produção de médio porte. Estratégias de mitigação de risco também são essenciais: diversificar culturas, adotar tecnologias de monitoramento climático e fazer análise prévia das condições ambientais ajuda a proteger a lavoura. Por fim, escritórios de assessoria jurídica podem contribuir com a orientação dos produtores quanto às regras do plano, aos direitos legais envolvidos e às formas corretas de acessar os recursos, o que pode ser um diferencial estratégico no atendimento ao público rural.
O Plano Safra 2025/26 representa, sem dúvida, uma oportunidade para o agronegócio tocantinense. No entanto, seus impactos reais vão depender da superação de obstáculos estruturais, como juros elevados, infraestrutura deficiente, regulamentação tardia e acesso restrito ao crédito. Fortalecer as articulações locais e oferecer suporte técnico e jurídico aos produtores será essencial para transformar o plano em desenvolvimento real, assegurando crescimento sustentável e segurança jurídica ao campo.
Dr. Pedro Fraz
Advogado inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil desde 2017, é especialista em Direito Processual Civil (Faculdade Damásio), em Direito e Processo do Trabalho (Faculdade ATAME/GO) e em Direito Agrário e do Agronegócio (FMP/RS). Concluinte da 27ª turma de Treinamento de Competências Interpessoais da Dale Carnegie Course. Diretor Comercial do escritório Fraz Advocacia – Advogados Associados.
Agronegócio
Green Latex apresenta modelo sustentável em workshop sobre restauração florestal

A Green Latex, localizada na Fazenda Anajá, em Marianópolis, será destaque no Workshop sobre Restauração Florestal com Finalidade Econômica e Ecológica, que ocorrerá na próxima segunda-feira, 09 de junho, a partir das 8h30, na sede da Embrapa Palmas. O Workshop sobre restauração com finalizade econômica e ecológica é promovido pelo Banco Mundial, Banco do Brasil e Serviço Florestal Brasileiro, em parceria com a Embrapa, SEMARH E SEAGRO, reunirá especialistas para discutir o futuro da restauração florestal no Tocantins.
O destaque da Green Latex será Igor Avelino, que representará o seringal no PAINEL (2) COM A MÃO NA MASSA. A empresa, com 180 mil seringueiras plantadas em 340 hectares, concilia a preservação ambiental, o ganho financeiro e a responsabilidade social, gerando emprego e renda para a comunidade local. A expectativa para a safra 2024/2025 é colher 300 toneladas de látex, refletindo o compromisso com um modelo sustentável que restaura o ambiente e contribui economicamente para a região.
Desde a sua criação, a Green Latex tem sido um exemplo de como práticas agropecuárias podem ser desenvolvidas de maneira sustentável. Com o plantio de seringueiras em uma área anteriormente afetada pela agricultura (soja e milho), a empresa já devolveu 180 mil mudas ao cerrado, recuperando o equilíbrio ecológico da propriedade.
Sobre a Green Latex:
A Green Latex é uma referência em sustentabilidade no cerrado, com um modelo que integra as dimensões social, ambiental e econômica. Além de reflorestar a área, a produção de látex tem contribuído diretamente para o desenvolvimento da região, gerando oportunidades de trabalho e prosperidade para a comunidade local.
Perfil Instagram: @green.latex
Fotos: AR Fotografia
Agronegócio
Genética de excelência será destaque no 1º Leilão Nelore Tocantins durante a 50ª Expo Gurupi
Evento reúne os campeões da Prova de Ganho de Peso

A força da pecuária tocantinense estará em evidência neste domingo, 1º de junho, às 12h, com a realização do 1º Leilão Nelore Tocantins, no Parque de Exposições João Lisboa da Cruz, sede do Sindicato Rural de Gurupi. O evento integra a programação oficial da Expo Gurupi 2025, que celebra 50 anos de tradição, negócios e desenvolvimento no campo.
Promovido pela Associação dos Criadores de Nelore do Tocantins (ACNT), o leilão colocará em pista animais de alto valor genético, selecionados ao longo de dez meses de avaliações rigorosas na 4ª edição da Prova de Ganho de Peso (PGP), encerrada no último dia 17 de maio, na Fazenda Encontro da Natureza, em Silvanópolis.
A PGP contou com avaliação técnica da ACNB e da ABCZ, reconhecidas nacionalmente pelo rigor nos critérios zootécnicos. A iniciativa teve ainda o apoio de importantes parcerias institucionais, entre elas: FAET/SENAR, SEAGRO e ADAPEC.
“Este leilão representa um marco para a pecuária tocantinense. É a oportunidade de conectar criadores, investidores e técnicos em torno de um mesmo propósito: disseminar genética de qualidade comprovada. Estamos colocando à disposição do mercado animais com um alto padrão, fruto de um trabalho criterioso de seleção”, ressalta Andrea Stival, presidente da ACNT.
A iniciativa reafirma o papel da ACNT no fomento ao melhoramento genético da raça Nelore, contribuindo para o fortalecimento da cadeia produtiva da carne bovina com qualidade, sustentabilidade e produtividade.
A Expo Gurupi 2025 é realizada pelo Sindicato Rural de Gurupi e chega à sua 50ª edição como uma das feiras agropecuárias mais importantes do Tocantins. Com uma programação ampla, voltada para negócios, capacitação e entretenimento, o evento reforça o protagonismo da agropecuária na economia local. A gestão do presidente João Victor Stival tem sido decisiva para o fortalecimento da exposição, que este ano reúne leilões, palestras, espaços técnicos e grandes atrações musicais.
Além do leilão, a Expo Gurupi 2025 segue até o dia 1º de junho com uma programação diversificada, que inclui rodeio, vaquejada, palestras técnicas e shows com atrações como Gino & Geno, Nattanzinho Lima e a dupla Israel & Rodolffo. Um dos destaques é o AgroForte, espaço voltado à difusão de conhecimento e tecnologias para o setor agropecuário.
Agronegócio
Frísia encerra participação na Agrotins 2025 com foco na expansão do cooperativismo no Tocantin

A Frísia Cooperativa Agroindustrial encerrou sua participação na 25ª edição da Agrotins com um saldo positivo de conexões, atendimento aos cooperados e prospecção de novos associados no Tocantins. A feira, realizada de 13 a 17 de maio, em Palmas, reafirmou o papel estratégico da Frísia na consolidação do modelo cooperativista na região Norte, reunindo cooperativas parceiras, produtores e lideranças do setor agroindustrial.
No espaço SomosCoop, compartilhado com Castrolanda, Coapa e o Sistema OCB/TO, a Frísia promoveu um ambiente de relacionamento, orientação técnica e troca de experiências. O estande funcionou como ponto de apoio aos cooperados e vitrine institucional para apresentar as soluções integradas oferecidas pela cooperativa, com foco em assistência técnica, armazenagem, fornecimento de insumos e comercialização de grãos.
Para o presidente da cooperativa, Geraldo Slob, a Agrotins vem ganhando uma dimensão estratégica no cenário agro brasileiro. “Para a Frísia, estar aqui é garantir que nossos cooperados tenham um espaço onde se sintam acolhidos e também mostrar aos produtores locais como o cooperativismo pode ser uma alternativa sólida para o desenvolvimento sustentável da região”, afirmou.
Cooperado da Frísia, o produtor Auke Dijkstra Neto, que atua no Tocantins desde o início da expansão da cooperativa no estado, ressaltou a importância da presença da Frísia na feira. “A gente está aqui porque a Frísia veio. Essa estrutura de serviços é essencial no nosso dia a dia. Além disso, a feira é uma oportunidade para networking entre cooperados e para apresentar a Frísia a quem ainda não conhece o modelo”, destacou.
Além da programação técnica, a Frísia foi homenageada durante o Fórum “A Evolução do Agro pelo Cooperativismo”, promovido pelo Sistema OCB/TO, em celebração ao centenário de sua fundação. Fundada no Paraná em 1925, a cooperativa completa 100 anos em 2025, acumulando um legado de inovação, governança e integração entre cooperados.
Segundo Marcelo Cavazotti, gerente executivo da Frísia no Tocantins, o evento cumpriu o papel de fortalecer vínculos e aproximar a cooperativa de novos públicos. “Recebemos cooperados, parceiros e visitantes interessados em conhecer mais sobre o nosso modelo de atuação. A Agrotins é um espaço estratégico para a Frísia mostrar seu compromisso com o Tocantins e com o desenvolvimento sustentável do agro”, afirmou.
A participação na feira reforça a continuidade do trabalho da Frísia na região, baseado na intercooperação, no investimento em soluções agroindustriais e na valorização dos produtores. Com a confiança de seus cooperados e o apoio de instituições parceiras, a cooperativa segue ampliando sua presença e contribuindo para o fortalecimento da cadeia produtiva local.
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