Tocantins
“Porto Imensidão”: Documentário retrata a poesia de Pedro Tierra

Lançamento ocorre nesta semana em Araguaína e Palmas
Palmas se prepara para receber, no dia 9 de novembro (sábado), às 20h, no CineSesc, o lançamento do documentário “Porto Imensidão”, um retrato da vida e obra do poeta Hamilton Pereira da Silva, conhecido como Pedro Tierra. Dirigido por Lia Testa e produzido por Lemuel Gandara, o filme explora a trajetória poética de Tierra durante o período de encarceramento na Ditadura Militar, um dos capítulos mais sombrios da história recente do Brasil.
“Porto Imensidão” documenta como Tierra, nascido em Porto Nacional, Tocantins, e figura emblemática da literatura de resistência na América Latina, deu voz aos horrores e à esperança dos que resistiam ao regime militar. Entre 1972 e 1977, enquanto estava preso em penitenciárias de Goiás, São Paulo e Distrito Federal, o poeta compôs os versos que se tornariam o livro Poemas do “Povo da Noite”, uma obra lançada clandestinamente na Itália, enquanto no Brasil a censura ainda imperava.
Em um testemunho emocionante no documentário, Tierra relembra a falta de liberdade para expressar-se: “No período em que estive preso, não tinha permissão para usar caneta ou papel. Um dia, durante um interrogatório, aproveitei um intervalo em que fiquei sozinho e peguei um lápis que estava na mesa do interrogador. Na cela, usei para escrever no lado interno de um maço de cigarros.” Com engenhosidade e coragem, ele conseguiu enviar seus versos para fora das celas, que chegaram às mãos de apoiadores na Itália, tornando-se símbolo de resistência.
A obra “Poemas do Povo da Noite”, publicada inicialmente fora do país, alcançou reconhecimento internacional, recebendo menção honrosa no Prêmio Casa de las Américas, em 1978. Em 1979, finalmente, o livro pôde ser lançado no Brasil, após o fim da censura severa. O documentário mostra essa jornada, em que a palavra escrita se tornava uma forma de sobrevivência e resistência, desafiando a repressão.
Além de Palmas, Porto Imensidão será exibido no dia 6 de novembro na VI Feira Literária da UFNT de Araguaína, no Tocantins, reforçando a importância de Tierra na cultura do Estado.
Sobre Pedro Tierra
Além de poeta, Pedro Tierra foi ativista e político. Fundador do Partido dos Trabalhadores (PT), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o poeta também atuou como secretário de Cultura do Distrito Federal e trabalhou no Ministério do Meio Ambiente no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Tierra recebeu dois títulos de Doutor honoris causa, da Universidade Católica de Brasília e da Universidade Federal do Tocantins (UFT), em reconhecimento à sua contribuição à cultura e à resistência política.
Obras de destaque
Entre suas obras mais notáveis estão Poemas do Povo da Noite, que lhe rendeu o prestigiado reconhecimento do Casa de las Américas, Missa da Terra sem-males (em parceria com Pedro Casaldáliga e Martín Coplas), Missa dos Quilombos (com Casaldáliga e Milton Nascimento) e Água de Rebelião. Sua produção literária atravessa fronteiras, com obras traduzidas e publicadas em países como Itália, Alemanha e Espanha.
“Porto Imensidão” promete uma experiência cinematográfica tocante e reveladora, evidenciando como a poesia de Pedro Tierra se ergueu como um grito de liberdade em tempos de escuridão.
SERVIÇO
Lançamentos no Tocantins:
Dia 06/11/24 (quarta-feira), 19h30
Pedro Tierra, Lia Testa e Lemuel Gandara estarão nos dois lançamentos
VI Flua – Feira Literária de Araguaína
SESC Palmas
Dia 09/11/24 (sábado), às 20h, no Cine Sesc
Esta obra cinematográfica foi realizada com recursos da Lei Complementar no 195/2022, Lei Paulo Gustavo
Porto imensidão (30min, BRA, 2024)
Sinopse
Documentário sobre o poeta Pedro Tierra (pseudônimo de Hamilton Pereira da Silva), nascido na cidade de Porto Nacional, no estado do Tocantins, em 1948, e uma das maiores expressões da literatura de testemunho no Brasil e na América Latina. O filme retrata sua produção poética durante a prisão na Ditadura Militar, entre 1972 e 1977, em que esteve encarcerado em diversas prisões localizadas em Goiás, São Paulo e Distrito Federal. Nesse período, Tierra produziu os versos que comporiam o livro “Poemas do povo da noite”, obra guia deste curta-metragem em que a violência física e psicológica são revisitadas pela palavra que busca sobrevivência e esperança.
Ficha técnica do filme
Direção: Lia Testa
Entrevistas: Pedro Tierra, Dagmar Pereira da Silva e Maria José da Costa
Produção: Lemuel Gandara e Lia Testa
Roteiro e pesquisa: Lemuel Gandara e Lia Testa
*Obra literária “Poemas do povo da noite” e “O porto submerso”, ambas de Pedro Tierra
Assistência de direção: Luisa Sales
Fotografia: Nayara Carolina, Rafael Gandara e Fernando Carreira
Decupagem: Lia Testa e Lemuel Gandara
Montagem: Lemuel Gandara
Coloração e Edição: Rafael Gandara
Câmera: Rafael Gandara e Fernando Carreira
Operação de drone: Fernando Carreira e Felipe Rodrigues
Som: Diogo Goltara
Captação de som direto: Diogo Goltara, Virgília Amaral e Adriel Cruz
Trilha sonora (composição e execução): Daniel Ordine, Lemuel Gandara
Desenho de produção: Nayara Carolina e Leandro Rezende
Apoio técnico: Leibanusia, Nicolas Borges dos Santos e Aleandro Silva
Assessoria de imprensa: Andressa Mundim e Angel Lima
Still e fotojornalismo: Fernando Carreira
Esta obra cinematográfica foi realizada com recursos da Lei Complementar no 195/2022, Lei Paulo Gustavo
Sobre a equipe
Lemuel Gandara: Artista visual com repercussão internacional e doutor em Literatura pela UnB (Universidade de Brasília). É professor no Instituto Federal de Goiás, em Formosa (IFG/Formosa).
Lia Testa: Artista visual e doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). É professora na Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT).
Diogo Goltara: Sonoplasta e antropólogo. Doutor pela UnB (Universidade de Brasília). Participou do filme A flor do Buriti (Seleção Oficial do 76º Festival de Cannes).
Rafael Gandara: Produtor audiovisual reconhecido nacionalmente. Dirigiu projetos com Zé Felipe (cantor), Leo Santana (cantor) e Virgínia Fonseca (influenciadora), Tribo da Periferia (grupo), entre outros.
Governo do Tocantins
Em Portugal, governador Wanderlei Barbosa articula parceria com a Universidade de Lisboa
Governador Wanderlei Barbosa articula parceria com a Universidade de Lisboa para trabalhos de iniciação científica e pesquisa em conjunto com a Unitins – Foto: Tharson Lopes/Governo do Tocantins

O objetivo é estreitar os laços entre as instituições para promover trabalhos de iniciação científica e pesquisa. “Esta é uma oportunidade de realizar pesquisas e formações conjuntas, abrir horizontes e trocar experiências que vão gerar um impacto muito positivo para as duas instituições”, ressaltou o governador Wanderlei Barbosa, durante a visita.
O reitor da Unitins, Augusto Rezende, que participou do encontro por videochamada, reforçou a importância da iniciativa. “É uma possibilidade de avançar com o intercâmbio institucional de acadêmicos, como também ampliarmos as pesquisas e os eventos científicos”, pontuou.
Na ocasião, também foi discutida uma parceria com a Escola de Governo do Tocantins (Egov) e a Escola de Gestão Fazendária (Egefaz), para ofertar capacitações na área de gestão pública para os servidores do Estado.
O secretário de Estado de Parcerias e Investimentos, Thomas Jefferson, enfatizou que esta é uma ação estratégica que vai possibilitar resultados na área de gestão. “Ofertar esse tipo de qualificação fomenta a qualidade do trabalho desenvolvido pelos nossos servidores, que desempenham um papel tão significativo e propositivo para o Governo do Tocantins”, salientou.
“Este é mais um passo, do ponto de vista internacional, para a nossa instituição. Para nós, é importante estreitar laços com as instituições de ensino do Tocantins”, evidenciou o coordenador do departamento administração pública do ISCSP, João Catarino.
Instituto superior de ciências sociais e políticas
O ISCSP é uma unidade da Universidade de Lisboa, fundada em 1906. É uma das instituições de ensino superior mais antigas de Portugal dedicadas às ciências sociais e políticas.
O Instituto oferece formação acadêmica em áreas como Ciência Política, Relações Internacionais, Administração Pública, Antropologia, Serviço Social, Sociologia, Gestão, Recursos Humanos e Comunicação Social. Dispõe de cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, além de investigação científica, por meio de centros como o Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP).
Governo do Tocantins
Governador Wanderlei Barbosa reforça compromisso com o campo em acordo histórico para governança fundiária

Com o objetivo de garantir segurança jurídica aos produtores rurais e avançar na regularização fundiária no Tocantins, o presidente do Republicanos e governador, Wanderlei Barbosa, assinou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Governo Federal, nesta sexta-feira (27), que contempla a governança fundiária de aproximadamente 1,9 milhão de hectares no estado.
A iniciativa vai permitir a identificação, mapeamento e a titulação de imóveis rurais em diversas regiões do Tocantins, beneficiando diretamente famílias que vivem e produzem no campo.
O ACT prevê a criação de uma Unidade Estadual de Cadastro, além do intercâmbio de tecnologias e informações entre os órgãos envolvidos, otimizando processos e promovendo mais transparência e agilidade nos pedidos de regularização.
“Temos muitos projetos de assentamento em andamento e já publicamos edital para asfaltar trechos de vias estaduais, com previsão de início das obras em agosto. Desenvolvemos diversas ações em parceria porque, aqui no Tocantins, valorizamos o trabalho conjunto”, afirmou o governador.
A partir do novo acordo, serão realizados mutirões técnicos com foco em georreferenciamento, cadastro e titulação das terras, etapa essencial para garantir o direito à propriedade aos produtores e promover o desenvolvimento sustentável no meio rural.
Governo do Tocantins
Governo do Tocantins contribui para o resgate da língua Inỹ entre o povo Karajá-Xambioá

A aldeia Ixybiowa, do povo Karajá-Xambioá, em Santa Fé do Araguaia, será transformada numa sala de aula ao ar livre a partir desta terça-feira, 1° de julho. Até o dia nove, um grupo, comandado por Mairu Karajá, desenvolverá a fase inicial do projeto “Inỹrybè – Fortalecimento e Revitalização da Cultura Inỹ”, com foco no resgate da língua materna. A Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (SEPOT) apoia a realização do trabalho de campo com suporte logístico.
O diretor de Proteção aos Povos Originários da SEPOT, Igor Pankará, ressalta que apoiar ações como o projeto é uma das atribuições da pasta, visando ao fortalecimento da identidade e do modo de vida dos povos indígenas. “A proteção dos povos originários passa pela preservação dos seus costumes, e contribuir para que as atividades de campo sejam realizadas é uma forma de fortalecer o povo e o seu território”, explica o diretor.
Contemplado pelo Edital 31/2024, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o projeto propõe uma imersão linguística e cultural intensa, com aulas planejadas a partir do cotidiano da comunidade para ensinar o alfabeto, números e nomes dos frutos típicos da região, por exemplo. Outro ponto que também receberá atenção é o grafismo, para que haja entendimento da função de cada elemento e como desenhar. Transmissão oral, visual e material de apoio impresso serão usados no decorrer do projeto, que também tem como meta a produção de materiais pedagógicos para as escolas indígenas.
Mairu Karajá explica que a língua é um componente essencial da identidade dos povos originários e que vem se perdendo em muitas comunidades, restando poucos falantes – geralmente os anciãos, como é o caso das cinco aldeias que serão impactadas pelo projeto. Mairu lembra que muitos indígenas até compreendem a língua, mas não conseguem se comunicar.
As histórias contadas pelos anciãos na língua Inỹ farão parte da metodologia de ensino. As aulas têm como público prioritário pessoas de 10 a 40 anos e serão voltadas a toda comunidade, incluindo lideranças e professores. Após a imersão, a comunidade poderá contar com material impresso e videoaulas gravadas. Mairu diz que a intenção é retornar ao território a cada seis meses para mensurar os avanços da iniciativa.
Legado
Ciente da sua responsabilidade social, Mairu Karajá, nascido na aldeia São Domingos, na região do Araguaia, estado do Mato Grosso, relata que certa vez se deu conta que ele próprio estava deixando de falar o Inỹ e que não havia muito material disponível na sua língua materna. Junto com este despertar, veio a preocupação de como seria a realidade do povo Karajá dentro de 50 anos. “Precisamos manter a língua viva em memória dos nossos antepassados. A língua é um elo muito forte para entender a nossa cultura”, observa.
Mairu acredita que o processo de resgate e revitalização da língua também afetará a autoestima da população, especialmente entre os mais jovens. “A negação da nossa língua, muitas vezes, está relacionada a necessidade de se adequar à cultura fora do território. É essencial que nosso povo entenda a importância das duas línguas, sendo o Português a segunda língua, para esse resgate de pertencimento ancestral”, considera.
Atenção internacional
O projeto junto aos Karajá-Xambioá é apenas a base de uma aspiração maior: a criação de um instituto que seja referência para outras línguas indígenas do Brasil. Mairu Karajá informa que até o ano de 2032 estamos na “Década Internacional das Línguas Indígenas”, uma iniciativa da Unesco e da Organização das Nações Unidas, com o objetivo de sensibilizar a população sobre as línguas dos povos originários de todos os continentes e mobilizar esforços para que sejam preservadas. “Essa demonstração de apoio institucional, como o da SEPOT e da Funai, é muito importante para que tenhamos projetos mais robustos”, enfatizou Mairu, acrescentando que o aporte financeiro, por meio de parcerias e editais como os da Lei Aldir Blanc/Secult, faz toda a diferença.
Equipe
Mairu Karajá, formado em Relações Internacionais, é mestre em Direito e faz doutorado na mesma área. A equipe de campo conta com a expertise da linguista Clarissa Prado; da antropóloga Marília Moraes; do advogado e antropólogo Henrique Entratice; e da professora auxiliar Tuinaki Karajá. Todo o trabalho será registrado pela equipe de comunicação, formada por Milena Kanela, Nandiala Karajá e Wellis Carvalho.
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