Governo do Tocantins
Professor Augusto Rezende se torna o reitor com mais tempo de gestão à frente da Unitins desde a sua fundação

Filho de professora de carreira na educação pública, Augusto de Rezende Campos se inspirou na trajetória de sua mãe e seguiu o caminho da docência. Tendo vivenciado o poder transformador da educação, Augusto Rezende fez como uma de suas missões possibilitar que mais pessoas alcancem isso. Desde 2016 é professor efetivo da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), dois anos depois chega ao cargo de reitor com essa bagagem. Hoje, 19 de dezembro de 2023, completa cinco anos e oito meses de Reitoria entrando para a história da Universidade ao se tornar o reitor com o maior tempo de gestão frente à Instituição desde a sua fundação.
Seu mandato iniciou em 2018, já então professor efetivo da casa, quando foi nomeado pelo Poder Executivo. Nessa época, o professor Augusto já contabilizava 20 anos de experiência na área da educação. “Durante esse tempo eu já tinha ocupado cargos públicos em outros espaços, tive vínculo direto por mais de dez anos com o Sebrae na área de políticas educacionais e consultoria. Diante disso, eu me senti pronto para assumir a gestão da Unitins. Eu sabia que era desafiador o que tinha que ser feito, mas eu considerei que era possível”, pontua.
O reitor conta que o primeiro passo foi realizar um diagnóstico e o planejamento das ações que deveriam ser feitas para chegar à Unitins que havia projetado. Para isso, ele e sua equipe construíram um plano baseado em quatro pilares: quantitativo (aumentar o número de alunos), qualitativo (melhorar a qualidade do ensino, pesquisa e extensão), melhoria das condições físicas e estruturais e aperfeiçoamento de todo o corpo técnico-administrativo, docentes e líderes da Universidade.
“Nos guiamos pelo plano de reposicionamento da Unitins perante a sociedade. Precisávamos que a universidade ocupasse espaço no ensino superior do Tocantins e da região Norte, sendo uma instituição respeitada pelo seu histórico. Para além do nosso planejamento, outro ponto fundamental para que essa reconstrução institucional fosse possível era o apoio do Governo do Estado. E aqui eu destaco a atenção que a Unitins tem recebido do governador Wanderlei Barbosa, assim como dos deputados estaduais, pois o apoio da Assembleia Legislativa foi crucial em várias conquistas da Unitins ao longo desses últimos anos”, relembra o reitor.
O docente ocupará o cargo de reitor da Unitins até 31 de julho de 2027. Foi durante a sua gestão que ocorreu a primeira eleição para a Reitoria, em 2020. O professor mestre Augusto Rezende foi o primeiro reitor eleito da história da Unitins, tendo como vice-reitora a professora doutora Darlene Teixeira Castro, que também já estava com ele na Gestão desde 2018. Ele explica que as eleições partiram da necessidade de cumprir o que já estabelecia a Lei. “Temos esse cuidado na forma de gerir a Universidade buscando seguir o que está nos regimentos, instruções normativas e estatutos”.
Em junho deste ano, o reitor alcançou a reeleição com 96,8% dos votos válidos, um alto nível de aprovação que reflete os resultados da sua gestão. Durante esses cinco anos e oito meses do professor Augusto Rezende à frente da Reitoria, a Unitins alcançou números expressivos e conquistas que marcaram a comunidade acadêmica positivamente, além de contribuir para o desenvolvimento do Estado do Tocantins e levar o nome da Unitins ao patamar nacional.
Cerimônia de posse da Reitoria em agosto de 2023 (Foto: Nonato Silva/Dicom Unitins)
O nome da Unitins tem chegado aos quatro cantos do Brasil e do mudo, sendo a primeira instituição estadual e a única da região Norte do país a integrar os quadros da ONU. Essas conquistas se tornaram possíveis a partir de uma visão voltada para resultados, pois permitiu que os planos traçados em 2018 se concretizassem.
Nesses 33 anos de existência da Universidade Estadual do Tocantins, muitas pessoas fizeram parte de sua história contribuindo para que cada vez mais cidadãos tivessem a oportunidade de chegar ao ensino superior, um patamar que ainda não é possível para todos. O reitor professor Augusto Rezende é uma delas. Dentre as inúmeras conquistas resultantes da sua gestão, todas tiveram como fio condutor a sua convicção de que a educação transforma vidas.
“O que temos para mostrar é o serviço que a gente entrega, os resultados do nosso trabalho. A nossa missão enquanto Instituição de Ensino Superior precisa ser cumprida e, através disso, nós contribuímos com o desenvolvimento do Estado por meio da mão de obra qualificada, no desenvolvimento e apoio de pesquisas, nos projetos de extensão que ultrapassam os muros da universidade alcançando a comunidade”, declara o reitor Augusto Rezende.
Pilar 1: Quantitativo
Diversas medidas contribuíram diretamente no aumento quantitativo de acadêmicos dentro da Universidade, como o vestibular que passou a ser semestral no Câmpus Palmas; a abertura do Câmpus Paraíso com a oferta de três cursos: Direito, Ciências Contábeis e Tecnologia em Gestão do Agronegócio; abertura do curso de Pedagogia no Câmpus Palmas e Medicina em Augustinópolis.
Apesar dos inúmeros desafios, o reitor afirma que “um dos maiores acertos da nossa gestão foi abrir Medicina no Bico do Papagaio, porque era a única macrorregião do Estado que ainda não tinha esse curso. Acredito que Augustinópolis se tornará referência na área da saúde no Estado”.
Cerimônia do Jaleco dos cursos de Enfermagem e Medicina, em Augustinópolis (Foto: Nonato Silva/Dicom Unitins)
No segundo semestre de 2022, a Unitins lança o vestibular do Projeto de Interiorização Universitária – TO Graduado, que hoje atinge 15 municípios de Norte a Sul do estado. “É um dos projetos que eu mais tenho orgulho de ter conduzido”, afirma o reitor revelando que sabe das dificuldades de precisar estudar em outra localidade, pois precisou sair de sua cidade natal para estudar em Goiânia.
“É um projeto que traz a esperança da formação superior para o cidadão interiorizado, que jamais tinha pensado em ter acesso ao diploma. Não porque ele não queira ou não seja capaz, mas pela falta de condição de poder estudar, seja em instituição pública ou privada. Foi olhando para a necessidade dessas pessoas que lançamos o TO Graduado”, elenca o gestor.
O TO Graduado oferta cursos tecnológicos de nível superior que apresentam menor duração (varia de 2 a 3 anos) e na modalidade EaD.
O professor destaca que o projeto também incorpora a expertise que a Unitins tem na Educação a Distância, com a soma dos aprendizados durante a pandemia, em que foi a única instituição pública do Tocantins que não paralisou suas atividades um dia sequer. “Nós conseguimos fazer essa transição do presencial para o virtual em tempo recorde, dentro do que nos era autorizado. Esses aprendizados nos mostraram que era possível montar esse projeto, que foi abraçado pelo governador Wanderlei Barbosa e pelos deputados”.
Diante dessas ações, o número de alunos matriculados teve um grande aumento desde 2018, saltando de 1.905 para 4.034 acadêmicos em 2023.
Pilar 2: Qualitativo
A qualidade do ensino, pesquisa e extensão também tiveram avanços. A Universidade evoluiu no índice Geral de Cursos (IGC) do MEC, atualmente possui nota 3 (varia de 1 a 5), e continua trabalhando para avançar para a nota 4 até o próximo ano. As notas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) aplicado em 2022 consagraram a Unitins como a detentora do melhor curso de Direito do Estado, ofertado no Câmpus Palmas. Além disso, o curso de Direito do Câmpus Dianópolis saltou de 1 para o Conceito 4, também figurando entre os quatro melhores do Tocantins.
Neste último ano também foi lançado edital para o concurso público com 132 vagas para professores efetivos contemplando os cinco Câmpus da Unitins. O último concurso realizado para docentes aconteceu em 2014 e contemplou apenas o Câmpus de Palmas à época.
“O concurso público para professores vem para atender um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), além de ampliar nossa capacidade de vínculo do professor que passa pela melhoria do ensino, da pesquisa, da pós-graduação, já que há algumas funções que somente servidores efetivos podem exercer”, destaca Rezende.
A expectativa com a chegada dos docentes aprovados no concurso é de avanço. “O ingresso dos professores efetivos vai trazer um olhar diferente com uma construção de colegiado. Esperamos um movimento no próximo ano que tende a trazer um avanço pedagógico”, declarou. Após a finalização do concurso, a Unitins passará a contar com quase 200 professores efetivos.
Pilar 3: Estrutura física
Em relação às melhorias estruturais para acompanhar o crescimento nesses últimos anos, houve recursos alocados no aumento da frota com a compra e locação de veículos, mais de R$ 1 milhão foram investidos na compra de móveis para escritório, laboratório, biblioteca e cadeiras variadas, que atenderam demandas dos câmpus e das unidades administrativas.
Nova fachada da Sede Administrativa, em Palmas (Foto: Nonato Silva/Dicom Unitins)
Após duas décadas, os prédios que compõem a Sede Administrativa da Universidade, no centro de Palmas, passaram por um processo de revitalização e manutenção preventiva. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 3 milhões em melhorias estruturais. “Essa estrutura é parte importante da história da Unitins e devemos zelar por isso. Nós fizemos reforma e revitalização dos prédios da sede e comemoramos essa entrega porque representa também uma melhoria na condição de trabalho dos servidores”, afirma o reitor.
O Câmpus Palmas também foi beneficiado com o calçamento do estacionamento e os Câmpus Augustinópolis e Araguatins também foram contemplados com mudanças estruturais significativas.
Para atender os cursos da área da saúde, neste ano foi aberto o Complexo de Ciências da Saúde reunindo laboratórios e salas de pesquisa. E, em 2024, será inaugurado o prédio que unifica os Núcleos de Práticas Contábeis e Jurídicas (NPC e NPJ), que conta com 15 ambientes construídos em 300 m², ambos em Augustinópolis.
O Centro de Treinamento e Capacitação em Tecnologia Agropecuária e Extensão Rural (CTC Agro) da Unitins passou a integrar o Complexo de Ciências Agrárias (CCA), em Palmas, sendo inaugurado no ano de 2020. E em Araguaína, em 2022, foi entregue o Laboratório de Referência Animal (LARA), estrutura que busca diminuir os custos com logística do produtor rural que precisava recorrer aos serviços de laboratório em outros estados.
O reitor afirma que a Pesquisa no Agro sempre foi o carro chefe da Unitins. “Quando nós iniciamos, algumas estruturas precisavam de atenção. O CCA é muito vivo, tem a participação de outras entidades e instituições que são referências no agronegócio no Estado. Portanto, ao ampliar esse nosso ambiente de pesquisa, ampliamos também a prestação de serviço para a comunidade rural que tanto precisa, por meio de treinamentos, capacitações e formação técnica”, destaca.
A Unitins se expande no Sudeste do Estado com o investimento de R$ 22 milhões para a construção da sede própria em Dianópolis. Com essa estrutura, o número de vagas poderá ser ampliado, além de possibilitar a instalação de novos cursos. A previsão é que o novo prédio do Câmpus Dianópolis seja entregue em 2025.
Área em que está sendo construído o Câmpus Dianópolis (Foto: Nonato Silva/Dicom Unitins)
Pilar 4: Qualificação e Aperfeiçoamento de pessoas
Os investimentos também alcançaram os servidores da instituição, tanto docentes quanto técnicos administrativos. Entendendo que a qualidade dos serviços ofertados passa pelos colaboradores, a Unitins empregou recursos para realizar treinamentos, cursos técnicos, capacitações e de formação continuada para os técnicos-administrativos, docentes e líderes. Além de prestar apoio na participação em eventos e cursos fora da instituição.
“Temos nos preocupado em investir na formação das pessoas, não só formação técnica, mas também nas questões de relacionamento intra e interpessoal. Além disso, é necessário que as pessoas que atuam na Unitins entendam o porquê da instituição, a sua missão e seus valores”, reforça o gestor.
Aumento na oferta de Bolsas
Nos últimos anos, a oferta de bolsas teve um aumento considerável. O incentivo à pesquisa cresceu de 58 (2018/2019) para 148 bolsas (2023/2024). Neste ano, também foi implementado o Programa Institucional de Iniciação Científica e Tecnológica na Modalidade à Distância (PIICT-EaD) para os alunos do TO Graduado com a oferta de 50 bolsas. Também houve reajuste nas bolsas de Pesquisa da Unitins aumentando de R$ 400 para R$ 700 o valor da remuneração mensal aos acadêmicos selecionados em edital.
Ainda no âmbito da Pesquisa, foi lançada a Bolsa de Produtividade em Pesquisa, edital que seleciona pesquisadores da Unitins com relevante produção científica, tecnológica e de inovação em suas respectivas áreas de conhecimento a fim de contribuir para o desenvolvimento da instituição. Neste ano, já foram lançados dois editais ofertando um total de 23 bolsas mensais no valor de R$ 1.200 cada pelo período de 12 meses.
Em 2018 não havia bolsa para as atividades de extensão, ao passo que, em 2023, mais de R$ 800 mil foram destinados para esse fim, atendendo o Auxílio Permanência, Bolsa Cerrado, Extensão em Movimento, Pibiex, Bolsa Atleta e Articular do TO Graduado.
“Esses aumentos são mais uma forma de estarmos alinhados com outras IES em que há a destinação de recursos enquanto política pública para a retenção dos alunos e avanço dos projetos da Universidade”. O professor Augusto relata que, desde o início de sua gestão, essa lacuna foi identificada e desde então vários programas de bolsas foram implementados. “O acadêmico tem visto que a Universidade tem investido nele”.
Orçamento
Mais uma vez a Unitins faz história durante a gestão do professor Augusto. Em novembro de 2021 foi aprovada a PEC nº 05/2021, que destina 1% da Receita Corrente Líquida do Estado do Tocantins para o orçamento anual da Unitins, garantindo a regularidade orçamentária para a manutenção e expansão da Universidade. “Apresentamos para o governador e deputados a necessidade de ter essa visão mais madura, voltada para a educação superior no Estado e destinar parte do recurso para a Unitins para que pudéssemos crescer”, esclareceu.
O reitor revela que a construção da proposta foi feita tomando como base outras instituições consolidadas, como a USP e a Unesp, que são referências no Brasil e no mundo. “Uma das coisas que contribuem para essas instituições alcançarem esse nível de excelência é ter condição financeira para que os projetos aconteçam. E isso passa por estrutura, bons professores, políticas educacionais para reter o aluno, incentivo à pesquisa e extensão, dentre outros âmbitos que perpassam uma IES”, explica.
Governo do Tocantins
Em Portugal, governador Wanderlei Barbosa articula parceria com a Universidade de Lisboa
Governador Wanderlei Barbosa articula parceria com a Universidade de Lisboa para trabalhos de iniciação científica e pesquisa em conjunto com a Unitins – Foto: Tharson Lopes/Governo do Tocantins

O objetivo é estreitar os laços entre as instituições para promover trabalhos de iniciação científica e pesquisa. “Esta é uma oportunidade de realizar pesquisas e formações conjuntas, abrir horizontes e trocar experiências que vão gerar um impacto muito positivo para as duas instituições”, ressaltou o governador Wanderlei Barbosa, durante a visita.
O reitor da Unitins, Augusto Rezende, que participou do encontro por videochamada, reforçou a importância da iniciativa. “É uma possibilidade de avançar com o intercâmbio institucional de acadêmicos, como também ampliarmos as pesquisas e os eventos científicos”, pontuou.
Na ocasião, também foi discutida uma parceria com a Escola de Governo do Tocantins (Egov) e a Escola de Gestão Fazendária (Egefaz), para ofertar capacitações na área de gestão pública para os servidores do Estado.
O secretário de Estado de Parcerias e Investimentos, Thomas Jefferson, enfatizou que esta é uma ação estratégica que vai possibilitar resultados na área de gestão. “Ofertar esse tipo de qualificação fomenta a qualidade do trabalho desenvolvido pelos nossos servidores, que desempenham um papel tão significativo e propositivo para o Governo do Tocantins”, salientou.
“Este é mais um passo, do ponto de vista internacional, para a nossa instituição. Para nós, é importante estreitar laços com as instituições de ensino do Tocantins”, evidenciou o coordenador do departamento administração pública do ISCSP, João Catarino.
Instituto superior de ciências sociais e políticas
O ISCSP é uma unidade da Universidade de Lisboa, fundada em 1906. É uma das instituições de ensino superior mais antigas de Portugal dedicadas às ciências sociais e políticas.
O Instituto oferece formação acadêmica em áreas como Ciência Política, Relações Internacionais, Administração Pública, Antropologia, Serviço Social, Sociologia, Gestão, Recursos Humanos e Comunicação Social. Dispõe de cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, além de investigação científica, por meio de centros como o Centro de Administração e Políticas Públicas (CAPP).
Governo do Tocantins
Governador Wanderlei Barbosa reforça compromisso com o campo em acordo histórico para governança fundiária

Com o objetivo de garantir segurança jurídica aos produtores rurais e avançar na regularização fundiária no Tocantins, o presidente do Republicanos e governador, Wanderlei Barbosa, assinou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Governo Federal, nesta sexta-feira (27), que contempla a governança fundiária de aproximadamente 1,9 milhão de hectares no estado.
A iniciativa vai permitir a identificação, mapeamento e a titulação de imóveis rurais em diversas regiões do Tocantins, beneficiando diretamente famílias que vivem e produzem no campo.
O ACT prevê a criação de uma Unidade Estadual de Cadastro, além do intercâmbio de tecnologias e informações entre os órgãos envolvidos, otimizando processos e promovendo mais transparência e agilidade nos pedidos de regularização.
“Temos muitos projetos de assentamento em andamento e já publicamos edital para asfaltar trechos de vias estaduais, com previsão de início das obras em agosto. Desenvolvemos diversas ações em parceria porque, aqui no Tocantins, valorizamos o trabalho conjunto”, afirmou o governador.
A partir do novo acordo, serão realizados mutirões técnicos com foco em georreferenciamento, cadastro e titulação das terras, etapa essencial para garantir o direito à propriedade aos produtores e promover o desenvolvimento sustentável no meio rural.
Governo do Tocantins
Governo do Tocantins contribui para o resgate da língua Inỹ entre o povo Karajá-Xambioá

A aldeia Ixybiowa, do povo Karajá-Xambioá, em Santa Fé do Araguaia, será transformada numa sala de aula ao ar livre a partir desta terça-feira, 1° de julho. Até o dia nove, um grupo, comandado por Mairu Karajá, desenvolverá a fase inicial do projeto “Inỹrybè – Fortalecimento e Revitalização da Cultura Inỹ”, com foco no resgate da língua materna. A Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais (SEPOT) apoia a realização do trabalho de campo com suporte logístico.
O diretor de Proteção aos Povos Originários da SEPOT, Igor Pankará, ressalta que apoiar ações como o projeto é uma das atribuições da pasta, visando ao fortalecimento da identidade e do modo de vida dos povos indígenas. “A proteção dos povos originários passa pela preservação dos seus costumes, e contribuir para que as atividades de campo sejam realizadas é uma forma de fortalecer o povo e o seu território”, explica o diretor.
Contemplado pelo Edital 31/2024, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), o projeto propõe uma imersão linguística e cultural intensa, com aulas planejadas a partir do cotidiano da comunidade para ensinar o alfabeto, números e nomes dos frutos típicos da região, por exemplo. Outro ponto que também receberá atenção é o grafismo, para que haja entendimento da função de cada elemento e como desenhar. Transmissão oral, visual e material de apoio impresso serão usados no decorrer do projeto, que também tem como meta a produção de materiais pedagógicos para as escolas indígenas.
Mairu Karajá explica que a língua é um componente essencial da identidade dos povos originários e que vem se perdendo em muitas comunidades, restando poucos falantes – geralmente os anciãos, como é o caso das cinco aldeias que serão impactadas pelo projeto. Mairu lembra que muitos indígenas até compreendem a língua, mas não conseguem se comunicar.
As histórias contadas pelos anciãos na língua Inỹ farão parte da metodologia de ensino. As aulas têm como público prioritário pessoas de 10 a 40 anos e serão voltadas a toda comunidade, incluindo lideranças e professores. Após a imersão, a comunidade poderá contar com material impresso e videoaulas gravadas. Mairu diz que a intenção é retornar ao território a cada seis meses para mensurar os avanços da iniciativa.
Legado
Ciente da sua responsabilidade social, Mairu Karajá, nascido na aldeia São Domingos, na região do Araguaia, estado do Mato Grosso, relata que certa vez se deu conta que ele próprio estava deixando de falar o Inỹ e que não havia muito material disponível na sua língua materna. Junto com este despertar, veio a preocupação de como seria a realidade do povo Karajá dentro de 50 anos. “Precisamos manter a língua viva em memória dos nossos antepassados. A língua é um elo muito forte para entender a nossa cultura”, observa.
Mairu acredita que o processo de resgate e revitalização da língua também afetará a autoestima da população, especialmente entre os mais jovens. “A negação da nossa língua, muitas vezes, está relacionada a necessidade de se adequar à cultura fora do território. É essencial que nosso povo entenda a importância das duas línguas, sendo o Português a segunda língua, para esse resgate de pertencimento ancestral”, considera.
Atenção internacional
O projeto junto aos Karajá-Xambioá é apenas a base de uma aspiração maior: a criação de um instituto que seja referência para outras línguas indígenas do Brasil. Mairu Karajá informa que até o ano de 2032 estamos na “Década Internacional das Línguas Indígenas”, uma iniciativa da Unesco e da Organização das Nações Unidas, com o objetivo de sensibilizar a população sobre as línguas dos povos originários de todos os continentes e mobilizar esforços para que sejam preservadas. “Essa demonstração de apoio institucional, como o da SEPOT e da Funai, é muito importante para que tenhamos projetos mais robustos”, enfatizou Mairu, acrescentando que o aporte financeiro, por meio de parcerias e editais como os da Lei Aldir Blanc/Secult, faz toda a diferença.
Equipe
Mairu Karajá, formado em Relações Internacionais, é mestre em Direito e faz doutorado na mesma área. A equipe de campo conta com a expertise da linguista Clarissa Prado; da antropóloga Marília Moraes; do advogado e antropólogo Henrique Entratice; e da professora auxiliar Tuinaki Karajá. Todo o trabalho será registrado pela equipe de comunicação, formada por Milena Kanela, Nandiala Karajá e Wellis Carvalho.
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