Governo do Brasil
Queda na Selic: Impactos nos Financiamentos e Cartão de Crédito

A queda na taxa básica de juros, Selic, anunciada pelo Banco Central na quarta-feira (2), para o patamar de 13,25% ao ano, promete influenciar diretamente o mercado de crédito no Brasil. Diversas modalidades de empréstimos e financiamentos sentirão os efeitos dessa medida, repercutindo tanto no bolso dos consumidores quanto no ambiente empresarial.
Segundo especialistas financeiros, a redução da Selic pode acarretar mudanças significativas para aqueles que buscam compras a prazo, financiamentos de veículos e utilizam o rotativo do cartão de crédito. Além disso, o crédito consignado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) também pode ser impactado por essa nova realidade.
Miguel José Ribeiro de Oliveira, representante da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), enfatiza que existe uma discrepância considerável entre a taxa Selic e as taxas de juros cobradas dos consumidores, que, em média, atingem 126,26% ao ano. A diferença entre essas duas pontas é alarmante, ultrapassando os 800%.
“Embora uma única queda possa não apresentar um impacto significativo, a soma de várias reduções ao longo do tempo fará a diferença”, afirma Oliveira.
A redução da taxa Selic torna o crédito mais acessível e vantajoso para os consumidores, tornando as opções de financiamento mais atraentes. No entanto, os efeitos dessa diminuição nos juros podem levar algum tempo para refletir nas parcelas pagas pelos consumidores, pois outros fatores, como o risco de inadimplência e a política monetária, também influenciam o custo das prestações.
De acordo com cálculos da Anefac, uma redução de 0,5 ponto percentual na Selic pode implicar em uma economia de R$ 11,32 na prestação de um financiamento de um carro de R$ 40 mil em 60 meses. Entretanto, ao final do financiamento, o consumidor terá economizado um total de R$ 679,10.
Outra simulação revela que um empréstimo pessoal de R$ 5.000, financiado em 12 meses, teria uma parcela mensal de R$ 536,79 com a taxa anterior da Selic a 13,75% ao ano. Com a nova taxa de juros, essa parcela cai para R$ 535,55, gerando uma diferença de R$ 1,24.
Até mesmo a compra de bens de consumo, como uma geladeira de R$ 1.500 no crediário, pode apresentar um desconto mínimo de R$ 0,39 com a nova taxa básica de juros.
A taxa Selic, que se manteve em 2% entre agosto de 2020 e 17 de março de 2021, passou a aumentar em cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) até alcançar os atuais 13,75%. Essas medidas foram adotadas pelo Banco Central em uma tentativa de conter a inflação, levando a um ano de Selic estável.
No âmbito empresarial, as novas taxas de juros também trazem efeitos, mas não de forma imediata. Empresas que dependem de capital de giro recorrendo a empréstimos bancários sentirão uma redução em torno de 1,82% nas prestações mensais. Por exemplo, um empréstimo de R$ 50 mil com prazo de pagamento de 90 dias terá juros reduzidos de R$ 3.373,13 para R$ 3.310,49.
Com o cenário macroeconômico em mente, o Banco do Brasil reagiu rapidamente à decisão do Copom, anunciando uma diminuição nas suas taxas de juros, especialmente no empréstimo consignado do INSS. Os juros do consignado foram reduzidos de 1,81% ao mês para 1,77% ao mês na faixa mínima e de 1,95% ao mês para 1,89% ao mês no patamar máximo. Essa taxa já estava em 1,97% ao mês para o empréstimo pessoal e 2,89% ao mês para o cartão de crédito e o de benefício. O banco também implementou cortes nas taxas para empréstimos destinados a pessoas jurídicas e micro e pequenas empresas, levando em consideração o relacionamento dos clientes com a instituição financeira.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, ressaltou que a queda na Selic quebra o ciclo de alta das taxas de juros, o que pode ser benéfico para o crescimento econômico do país, e acrescentou que a decisão do banco de reduzir suas taxas está alinhada com as melhores práticas bancárias.
A partir dessa mudança nas taxas de juros, é importante que consumidores e empresários estejam atentos às novas condições de crédito disponíveis, avaliando as melhores oportunidades para suas necessidades financeiras.
Governo do Brasil
No Congresso, Alckmin pede apoio a projetos para exportar já
Entre as matérias estão as medidas do Plano Brasil Soberano, de ajuda a empresas afetadas pelas tarifas adicionais dos EUA

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, visitou nesta quarta-feira (20/8) o Congresso Nacional e se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, quando pediu celeridade na votação de projetos que ampliam as medidas de apoio ao comércio exterior brasileiro, sobretudo as matérias ligadas ao Plano Brasil Soberano, lançado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Pedimos urgência para os dois projetos que estabelecem apoio para preservar empregos e os produtos afetados pela tarifa de 50% dos exportadores brasileiros para os Estados Unidos”, destacou Alckmin, referindo-se à Medida Provisória 1.309/25 e ao Projeto de Lei Complementar 168/2025 ligadas ao plano.
Pedimos urgência para os dois projetos que estabelecem apoio para preservar empregos e os produtos afetados pela tarifa de 50% dos exportadores brasileiros para os Estados Unidos”
Geraldo Alckmin
Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
Em relação à decisão do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, anunciada nesta terça-feira (19/8), sobre a inclusão de produtos que têm aço e alumínio na seção 232 da lei norte-americana, Alckmin avalia como positiva, pois melhora o cenário de competitividade.
“Saem dos 50% e vão para a seção 232, o que torna igual a nossa competitividade com o restante do mundo, menos com o Reino Unido, único que está fora da seção 232. Então, isso vai dar uma melhora na competitividade industrial”, disse.
A estimativa é que esse percentual representa US$ 2,6 bilhões das exportações brasileiras para os Estados Unidos em 2024, que somaram cerca de US$ 40 bilhões. Neste universo, estão produtos que têm conteúdo de aço e ou de alumínio como máquinas, equipamentos e motores, entre outros.
AGENDA CONGRESSO – A agenda legislativa de interesse do MDIC, na área de comércio exterior, é composta por 18 matérias, incluindo a MP 1.309/25 e o PLP 168/2025, 11 acordos internacionais e cinco outros projetos com temas ligados a isenções, crédito, garantias e facilitação.
Os acordos internacionais tratam de ampliação de mercados e trocas multilaterais, com temas ligados ao Mercosul e a Acordos de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFIs). Todas as matérias já estão em tramitação nas duas casas do Congresso.
Veja abaixo, as 18 matérias:
CONGRESSO NACIONAL
1) MPV 1309/2025 – Plano Brasil Soberano – Editada em 13 de agosto, a MP prevê financiamento de R$ 30 bilhões, via FGE, para compensar prejuízos de exportadores afetados pelo tarifaço norte-americano. Prevê uma série de ações para compensar os exportadores afetados pelo aumento das tarifas, como linhas de crédito; prorrogação de prazos do regime de drawback; compras públicas; aportes a fundos garantidores de crédito; ampliação do Reintegra e prorrogação de prazos tributários.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
2) PLP 463/2017 – Isenção de ISS para exportação de serviços – Prevê a isenção do imposto municipal (ISS) sobre serviços prestados por empresas brasileiras ao exterior.
3) PL 6139/2023 – Sistema Brasileiro de Crédito Oficial à Exportação – Cria um sistema oficial de apoio ao crédito para exportações brasileiras e atualiza leis relacionadas ao financiamento dessas operações.
4) PL 5719/2023 – BNDES Exim – Cria condições para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possa garantir o financiamento à exportação de serviços brasileiros prestados no exterior.
5) PL 5128/2023 – Desburocratização dos processos administrativos de defesa comercial – Flexibiliza a exigência da assinatura digital da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) em investigações de defesa comercial, permitindo o uso de outros meios eletrônicos já reconhecidos.
6) MSC 1253/2024 – Acordo sobre o Comércio de Aeronaves Civis da OMC – Estabelece isenções tarifárias para a importação de aviões e facilitação do comércio entre os 33 países integrantes da Organização Mundial do Comércio (OMC).
7) MSC 801/2024 – Convenção Aduaneira sobre o Transporte Internacional de Mercadorias ao Abrigo das Cadernetas TIR – Facilita o transporte internacional de mercadorias por veículos rodoviários, por meio da simplificação e da harmonização de formalidades administrativas relacionadas ao transporte internacional.
8) PDL 395/2024 – Acordo sobre Comércio Eletrônico do Mercosul – Aprova acordo do Mercosul que estabelece regras comuns para o comércio eletrônico entre os países do bloco, promovendo maior segurança e integração nas transações digitais.
9) PDL 394/2024 – Acordo Marco do Mercosul de Reconhecimento Recíproco e Outorga de Matrículas para o Exercício Profissional – Aprova acordo do Mercosul que permite o reconhecimento mútuo de registros profissionais e autoriza o exercício temporário de profissões como engenharia, agronomia e arquitetura entre os países-membros.
10) PDL 723/2024 – Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) entre Brasil e São Tomé e Principe – Aprova o texto do Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) entre a República Federativa do Brasil e a República Democrática de São Tomé e Príncipe.
SENADO FEDERAL
11) PLP 168/2025 – Procedimentos excepcionais para medidas associadas à mitigação de impactos das tarifas adicionais – Projeto viabiliza ações para mitigação dos impactos sociais e econômicos decorrentes da taxação imposta pelo governo dos Estados Unidos às exportações de produtos brasileiros para aquele país, permitindo a expansão do Reintegra e aportes nos fundos garantidores de exportação.
12) PL 4423/2024 – Normas gerais sobre o comércio exterior – Estabelece normas gerais como desempenho das atividades de regulação e fiscalização e controle, racionalizando e modernizando o arcabouço normativo brasileiro nessa área.
13) PDL 159/2022 – Encargos de Roaming Internacional – Aprova acordo entre países do Mercosul para acabar com a cobrança de roaming internacional entre os usuários da região.
14) PDL 609/2021 – Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos entre Brasil e Índia (ACFI) – Aprova acordo entre Brasil e Índia, que estabelece regras para proteger investimentos e resolver disputas entre investidores dos dois países.
15) PDL 391/2024 – Convenção entre Brasil e Índia contra dupla tributação e evasão fiscal – Aprova mudanças em um acordo entre Brasil e Índia para evitar que a mesma renda seja tributada nos dois países e combater a evasão fiscal. O novo protocolo foi assinado em Brasília, em 2022.
16) PDL 610/2021 – ACFI entre Brasil e Guiana – Ratifica um acordo entre Brasil e Guiana para facilitar e incentivar investimentos entre os dois países, assinado em 2018.
17) PDL 170/2022 – Acordo sobre Contratos Internacionais de Consumo – Aprova um acordo do Mercosul que define qual legislação deve ser aplicada em contratos internacionais de consumo entre os países-membros.
18) PDL 171/2022 – Comércio de Serviços do Mercosul – Aprova uma emenda ao Protocolo de Montevidéu do Mercosul com o objetivo de modernizar e harmonizar as regras sobre o comércio de serviços entre os países-membros.
Governo do Brasil
Governo quer aprovar PL 2.628 para proteger crianças online.
Ministra Macaé Evaristo, João Brant (Secom), Lilian Cintra (MJ) e PF defendem o PL 2.628/2022 em Comissão Geral. Texto já aprovado no Senado e prevê regras de privacidade, segurança e prevenção a abusos no ambiente digital.

O Governo Federal defendeu, nesta quarta‑feira, 20 de agosto, a aprovação do Projeto de Lei 2.628/2022, que estabelece proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais. Na Comissão Geral da Câmara dos Deputados, participaram a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo; o secretário de Políticas Digitais da Secom‑PR, João Brant; a secretária Nacional de Direitos Digitais do Ministério da Justiça, Lilian Cintra; e a coordenadora de Repressão a Crimes Cibernéticos Relacionados ao Abuso Sexual Infantojuvenil da Polícia Federal, delegada Rafaella Parca.
O que o PL prevê
- Produtos e serviços devem garantir proteção prioritária de crianças e adolescentes.
- Oferecer elevado nível de privacidade, proteção de dados e segurança.
- Exigir medidas razoáveis dos fornecedores para prevenir e mitigar acesso e exposição a conteúdos de exploração sexual, violência física, assédio e bullying virtual.
- Texto já aprovado no Senado segue em debate na Câmara.
Falas das autoridades
“É fundamental que esta Casa aprove o Projeto de Lei nº 2.628/2022, que passou por amplo diálogo com participação social. A ausência de responsabilização e regulação contribui para a manutenção da impunidade.” — Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania
“Temos crianças e adolescentes envolvidos em desafios mortais, práticas para gerar vício e espaços de humilhação. É o momento de aprovar regras claras e democráticas.” — João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secom‑PR
“O Brasil é recordista em recebimento de denúncias de abuso e exploração sexual infantil. Em 2024, foram cerca de 600 mil relatórios, média de 2.700 denúncias por dia.” — Lilian Cintra, secretária Nacional de Direitos Digitais do MJ
“Falamos de crimes gravíssimos. Muitas redes e jogos online aliciam crianças diariamente para produção de imagens de abuso sexual. Precisamos trazer as plataformas para este lado.” — Delegada Rafaella Parca, Polícia Federal
Parlamento e sociedade
Para o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, a aprovação do PL 2.628 representará um pacto entre gerações pela infância. Representantes do setor privado, como Tais Niffinegger, da Meta, destacaram políticas de segurança e times dedicados à proteção de jovens.
- PL segue em discussão na Câmara após a Comissão Geral.
- Objetivo do Governo é estabelecer regras claras e responsabilização para ambientes digitais mais seguros.
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Governo do Brasil
Lula conversa com Macron e reforça apoio ao multilateralismo
Em ligação de quase uma hora, Lula e Emmanuel Macron trataram de comércio, clima, guerra na Ucrânia e agenda MERCOSUL‑UE. Brasil recorre à OMC e prioriza novos acordos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone, na manhã desta quarta-feira, 20 de agosto, com o presidente da França, Emmanuel Macron. Em ligação que durou quase uma hora, os líderes trataram de temas das agendas global e bilateral e reafirmaram apoio ao multilateralismo e ao livre comércio.
Comércio e OMC
Lula repudiou o uso político de tarifas comerciais contra o Brasil e relatou medidas adotadas pelo governo para proteger trabalhadores e empresas. Informou ainda sobre o recurso do Brasil à OMC contra tarifas norte‑americanas e, embora não reconheça instrumentos unilaterais como a Seção 301, comentou os esclarecimentos apresentados pelo país.
Acordos e novos mercados
O Brasil seguirá trabalhando para concluir novos acordos e abrir mercados para a produção nacional. O presidente destacou a conclusão do Acordo MERCOSUL‑EFTA e a prioridade a negociações com Japão, Vietnã e Indonésia. Lula e Macron comprometeram‑se a ultimar o diálogo visando à assinatura do Acordo MERCOSUL‑União Europeia ainda neste semestre, durante a presidência brasileira do bloco.
Clima e governança global
Os presidentes reafirmaram a intenção de ampliar a cooperação entre países desenvolvidos e o Sul Global por um comércio baseado em regras multilaterais. Lula afirmou que a defesa do multilateralismo será tema central da Cúpula Virtual do BRICS, prevista para setembro. Sobre clima, declarou que a COP‑30 será a “COP da verdade”, elogiou a ambição das metas do Brasil e cobrou objetivos à altura por parte da União Europeia. Macron reiterou apoio à realização da cúpula em Belém e confirmou presença.
Ucrânia e segurança
Os líderes trocaram impressões sobre as negociações de paz na Ucrânia. Macron elogiou o papel do Grupo de Amigos da Paz, liderado por Brasil e China. Lula manifestou preocupação com o aumento dos gastos militares no mundo enquanto cerca de 700 milhões de pessoas ainda passam fome, e defendeu a reforma das instituições multilaterais para uma governança mais representativa.
Agenda bilateral
No campo Brasil‑França, os presidentes comprometeram‑se a aprofundar a cooperação em defesa.
Resumo em pontos
- Ligação de quase uma hora sobre agendas global e bilateral
- Brasil aciona a OMC contra tarifas dos EUA e critica a Seção 301
- MERCOSUL‑EFTA concluído e negociações com Japão, Vietnã e Indonésia em prioridade
- META dos líderes é assinar MERCOSUL‑UE ainda neste semestre
- Clima COP‑30 em Belém com presença confirmada de Macron
- Convergência por multilateralismo, paz na Ucrânia e reforma da governança global
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